ADN Escolas: Agrupamento de Escolas da Póvoa de Santa Iria
“Ser Cidadão, Preparar o Futuro” é o lema que move o Agrupamento de Escolas da Póvoa de Santa Iria, onde, segundo o Diretor Pedro Ferreira, a aprendizagem, a inovação, a inclusão e a cidadania são os grandes motores que sustentam a qualidade do ensino e potencializam o sucesso escolar.
Afirmar-se como referência, pelo brio das práticas educacionais num modelo de escolaridade que visa a qualificação individual e a cidadania democrática é o compromisso do Agrupamento de Escolas da Póvoa de Santa Iria (AEPSI). Que princípios e valores compõem a doutrina pedagógica que permitem o exercício integral desta influente missão?
Dos inúmeros valores definidos no projeto educativo vigente, destacaria a aprendizagem – ferramenta fundamental para a aquisição de competências necessárias para a vida futura dos alunos, quer seja no mercado de trabalho, quer seja enquanto cidadãos; a inovação, sobretudo no que respeita às metodologias pedagógicas; a inclusão, cujo trabalho nunca está totalmente finalizado, uma vez que as diferenças são muitas e as respostas nem sempre são as melhores; e, por último, a cidadania.
O universo das Escolas da Póvoa de Santa Iria abraça cerca de 3427 alunos. De que forma o sucesso escolar é potencializado junto da comunidade?
No Dia do Agrupamento, a decorrer no fim do ano letivo, esforçamo-nos para demonstrar a qualidade, através da exposição dos resultados obtidos em projetos realizados nas diversas Escolas. A relação próxima com a Associação de Pais é, também, um aspeto relevante, permitindo a transmissão recorrente do que ocorre, positiva e negativamente. Desenvolvemos, ainda, o Dia do Diploma, onde entregamos Certificados de Mérito e Excelência aos alunos que atinjam o patamar pretendido, quer a nível académico, quer por notoriedade.
As transmutações tecnológicas e sociais têm marcado afincadamente a realidade contemporânea. Que estratégias têm sido adotadas para assegurar a qualidade e a inovação do ensino?
Apostamos num conjunto de ações do Plano de Ação para o Desenvolvimento Tecnológico e Digital das Escolas, que se traduz na capacitação tecnológica dos docentes, que têm frequentado formações através do Centro de Formação Infante D. Pedro, bem como no próprio seio escolar com a participação de especialistas. A este nível, possuímos, também, momentos de avaliação com ferramentas digitais fornecidos pelo projeto “MAIA”, que prevê a realização de vários instrumentos ou processos de recolha de informação. Para além disso, detemos metodologias pedagógicas de aplicação dentro da sala de aula, utilizando o Kahoot! e o Canva.
O espírito atuante em projetos direcionados aos estudantes do Ensino Secundário é notório. Que atividades estão a decorrer atualmente e como é que as mesmas contribuem para o enriquecimento da experiência educacional dos alunos?
A título de exemplo, sublinho o “Nós Propomos”, em parceria com o IGOT, onde os alunos propõem a intervenção de determinados espaços; o Parlamento dos Jovens, associado à Assembleia Municipal Jovem, e agora, mais recentemente, à Escola Embaixadora do Parlamento Europeu; e a Semana Ubuntu – uma filosofia de vida – que tem na sua génese a edificação das relações interpessoais.
O Clube de Rádio, o Clube de Línguas e o Clube de Teatro são algumas das inúmeras iniciativas disponibilizadas pelo AEPSI que unem a Arte e a Cultura à Educação. Em que medida este vínculo é crucial para o desenvolvimento da próxima geração?
Quando falamos em educação integral, falamos, inevitavelmente, em educação cultural. É, neste sentido, que inserimos o Plano Nacional das Artes, estruturado por uma Comissão, que viabiliza o alcance de habilidades distintas daquelas que as unidades curriculares tradicionais acarretam, como o espirito criativo, a comunicação e as manualidades, através de programas ligados às áreas artísticas, nomeadamente, os murais, a pintura, o cinema e o teatro.
“O Erasmus+ (…) tem o intuito de possibilitar o contacto com realidades transnacionais, conduzindo à absorção de um know-how que se dissemina até atingir a sua efetiva implementação.”
Os selos Escola Saudável, Escola SaudávelMente e Escola Sem Bullying refletem o empenho na adoção de práticas quotidianas de promoção da saúde e do bem-estar da comunidade educativa, pautadas pelos princípios da não violência, da inclusão e da não discriminação. Que ações foram implementadas que vos levaram à sua atribuição?
As instituições que incrementam os selos dispõem de regras para a análise de práticas. Relativamente ao Escola Saudável, este sucedeu mediante a constante preocupação do AEPSI nos campos da Nutrição, Higiene Dentária e Educação Sexual. O Escola SaudávelMente, atribuído pela Ordem dos Psicólogos, surgiu da oferta que cultivamos e que insistimos em continuar a assumir, como o “Cuida-te+” do IPDJ; a Unidade de Promoção do Sucesso Escolar da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira; e as ações de prevenção e acompanhamento efetuadas pelas Psicólogas. Já o Escola Sem Bullying resultou de um inquérito do Programa Escola Segura (PES) realizado aos alunos, que detetou que o Agrupamento sustém níveis bastante reduzidos de intimidação, perseguição e violência.
O Eco-Escolas representa mais uma conquista. Como é que a sustentabilidade e a consciência ambiental são promovidas no seio juvenil?
O quotidiano, a vivência e o convívio coletivo é essencial. Possuímos o projeto “A Escola Verde e Limpa, Tem Mais Pinta”, um movimento de sensibilização para a urgência de colocar os resíduos em locais adequados; a “Escola Azul”, que, neste momento, providencia uma atividade de ilustrar uma sarjeta, transmitindo uma das mensagens mais preciosas: “O mar começa aqui”; as Jornadas do Ambiente, que promovem palestras e mostras de programas executados; e a “Brigada da Cantina”, uma iniciativa, que não só ajuda os discentes a preferirem desfrutar das suas refeições na cantina, como também auxilia a recolha dos restos, para, posteriormente, reutilizar como composto na terra.
“Formar, Partilhar e Inovar no AEPSI – Uma escola aberta numa dimensão Europeia”. De que forma o projeto Erasmus+ tem auxiliado o Agrupamento a fomentar a internacionalização e a diversidade cultural entre os seus educandos e docentes?
O Erasmus+ encontra-se dividido em dois pólos. O KA1, destinado a adultos, professores e, eventualmente, não docentes, tem o intuito de possibilitar o contacto com realidades transnacionais, conduzindo à absorção de um know-how que se dissemina até atingir a sua efetiva implementação. Por outro lado, o KA2 dirige-se aos formandos, fornecendo uma experiência única de mobilidade internacional, onde os participantes evoluem pela interação e partilha com outras nacionalidades e culturas.
De que forma gostaria que o Agrupamento de Escolas da Póvoa de Santa Iria fosse recordado pelos seus alunos?
A maior alegria seria, sem dúvida, que o relembrassem como um espaço de aprendizagem e de crescimento académico e pessoal, mas, sobretudo, como uma passagem inigualável, onde foram genuinamente felizes.