ADN Escolas: Agrupamento de Escolas de Alvide
Inovar, motivar e educar são as palavras de ordem que pautam a atuação de uma Escola que se demonstra saudável e onde se respira felicidade e bem-estar a cada esquina.
Para conhecer este Agrupamento inovador e único, estivemos à conversa com o seu Diretor, Miguel Soares, e Sónia Gonçalves, Subdiretora.
No primeiro contato com o Agrupamento de Escolas de Alvide, através do seu website, há três palavras que surgem quase instantaneamente: inovação, dinamismo e inclusão. Como é que se relacionam, na prática, estes conceitos à vossa Escola?
Começando pela inovação, como é que entendemos este conceito? Para nós, inovar na educação não se trata propriamente de comprar tablets, computadores ou de ter um mobiliário diferente ou disruptivo. Podemos ser inovadores, recorrendo simplesmente a um papel e uma caneta. Na nossa Escola, tentamos ser inovadores, oferecendo coisas diferentes, em prol do bem-estar dos professores, dos alunos e dos assistentes operacionais.
Claro que a tecnologia é um apoio importante. Dando um exemplo prático, vamos inaugurar uma sala de inovação, onde os alunos vão construir, debater, pensar e também concretizar algumas ideias. Quisemos criar um espaço novo, agradável, que fosse além das secretárias e cadeiras, onde habitualmente estão sentados, até porque um espaço diferenciado, potencia a motivação e quando existe motivação tudo é mais fácil.
Do ponto de vista pedagógico, procuramos igualmente inovar, abordando os currículos de uma forma personalizada, adequando-os ao perfil de cada turma e de cada aluno, sempre que possível. Há um esforço coletivo para que cada aluno cresça connosco, recorrendo às mais variadas estratégias e apoiando-nos na tecnologia, deste modo, pedagogicamente, potencia-se a aquisição de novas aprendizagens. Dando um exemplo prático: os testes, muitas vezes, não se adequam a todo o perfil de alunos e possivelmente, podemos utilizar outros critérios para, no fundo, validar as aprendizagens e as competências de cada um e, assim, em vez de avaliar, estamos a validar. Isto poderá fazer toda a diferença em termos motivacionais para os alunos.
Em relação à inclusão, criámos um projeto que tem como propósito, integrar alunos estrangeiros provenientes do Brasil e de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), no qual fazíamos a antecipação dos conteúdos das disciplinas, oficinas práticas. Assim, quando as crianças abordavam os conteúdos na sala de aula, estes já não eram uma novidade, o que lhes permitia acompanhar mais adequadamente as aulas e, consequentemente, obter melhores resultados.
Quais são as apostas que a Escola tem implementado e que as distinguem das demais?
A primeira grande aposta que destaco é o bem-estar de toda a comunidade escolar. Em relação aos professores, temos particular atenção na construção dos horários para lhes proporcionar condições de trabalho que lhes permitam sentir-se realizados, motivados, capazes, e não sobrecarregados com horas letivas e longos períodos de espera entre as aulas. Em termos materiais, todos os nossos computadores funcionam e estão à disposição de quem precisar, para os professores de disciplinas que exijam material específico como físico-química e ciências, há um esforço para que disponham internamente, de todo o material necessário. Procuramos desburocratizar o trabalho diário, agendamos poucas reuniões para que estas sejam mais eficazes, pois preferimos que o foco esteja na sala de aula e nos alunos.
Temos um espaço de descanso e lazer para professores e outro para assistentes operacionais. Na Escola dispomos de um espaço exterior, onde existem vários animais à nossa responsabilidade, os nossos assistentes operacionais gostam muito de tratar dos animais e têm aqui a oportunidade de o fazer livremente, inclusive, já vieram à Escola em períodos festivos, de livre vontade, para cuidar deles e tudo isto constitui uma motivação extra para encarar o trabalho e viver o dia a dia. É política desta direção que as pessoas se sintam bem no seu local de trabalho e dentro das nossas possibilidades, procuramos proporcionar-lhes isso. Os resultados desta política de cuidado estão à vista: não registamos pedidos de mobilidade dos nossos professores; entrámos no ano letivo sem falta de professores – claro que surgem imprevistos e contratempos, mas que são facilmente ultrapassáveis – há até professores que se arriscam no concurso para tentarem regressar à nossa Escola e registamos muito poucas baixas médicas, mesmo entre os assistentes operacionais.
No Agrupamento existe um recurso que claramente se distingue de outras escolas: o Klick, que se trata de um apoio digital às aprendizagens. O que é que esta digitalização das aprendizagens trouxe a professores e alunos?
O Klick não surgiu com a pandemia, mas cresceu com ela. O Klick é uma mascote de informação e segurança digital, cujo registo foi comprado por nós e que foi criado a pensar nos mais pequenos. A partir desta mascote, foram-se ramificando outras ideias, tais como a criação de mochilas de explorador do Klick; livros de passatempos para a época natalícia; livros de colorir e desenvolvemos um projeto, através do qual os mais novos vêm investigar, com um kit de investigadores, a nossa floresta. Para além disso, estamos a desenvolver, três histórias infantis que incluem as nossas cabrinhas.
Houve sempre a preocupação de desenvolver ferramentas digitais e de digitalizar processos, que pudessem ser úteis para professores, alunos e famílias. Quando surgiu a pandemia e fomos para casa, na Escola já estávamos preparados e não tivemos de reajustar todo o nosso método de ensino, porque havia processos que já estavam digitalizados, a base era sólida e com empresas certificadas envolvidas.
Por último, qual é a mensagem que gostariam de deixar aos estudantes que deixam o Agrupamento?
Gostaríamos que eles ficassem com o Agrupamento de Escolas Alvide no coração, que os nossos alunos quando saírem de Alvide, sintam que o nosso Agrupamento pode ter contribuído, de forma positiva, para o seu percurso e que levem boas recordações, muito para além dos conteúdos, boas experiências, bons amigos, que possam voltar para nos visitar e que sintam que a Escola é um porto seguro.