Opinião | O feminino na Ciência
Precisamente porque fevereiro é o mês das Mulheres e das Raparigas na Ciência, com o Dia Internacional, designado pela ONU, estive numa sessão com jovens candidatas a Cientistas — alunas do 1º Ciclo do Ensino Básico. Deviam ver o ar sério e compenetrado que punham nas experiências que faziam e o modo respeitoso como as explicavam. Pensei, então, que quando crescem em idade e anos de escolaridade, existe uma mudança. Devemos insistir para que a Escola reforce as capacidades de comunicação e empoderamento dos mais novos: Não os calem, sobretudo… Não as calem.
Porém, nunca é demais referir que a situação é ímpar em Portugal, relativamente ao equilíbrio de género no número de investigadores doutorados, liderando nas publicações científicas e de patentes (SHE Figures).
Já nas áreas ligadas à Matemática, Física e Tecnologia, apesar de o feminino constituir a maior parte dos estudantes do Ensino Superior (54,1%), estão progressivamente a autoexcluirem-se, persistentemente. Há, por isso, ainda um trabalho longo e continuado a fazer, dando-lhes oportunidades de escolherem, desde muito cedo, sem preconceitos, e contrariando a senha do clube “Menina Não Entra”. É, igualmente, urgente um plano de apoio, uma vez que, como bem sabemos, as profissões do agora e do futuro assentam no digital — além de mais requisitadas, estão, também, no patamar das mais bem pagas.
Não faltará matéria-prima, nem motivação. Deixemo-las proferir: “Eu gosto de Ciência, porque adoro ver o resultado das experiências científicas. Com elas, aprendemos muito e ficamos mais inteligentes. Adoro… E pronto!” / “A Ciência dá-nos respostas para muitas perguntas. É como ser Detetive do mundo!”
Artigo de Rosalia Vargas, Presidente da Ciência Viva e Diretora do Pavilhão do Conhecimento