As redes sociais são hoje em dia, um meio para comunicar, tens no Instagram 185 mil seguidores e em cada post somam-se milhares de likes e comentários. Certamente lês alguns comentários que fazem às tuas publicações, é mais relevante para ti responder aos comentários positivos ou aos negativos?
188! Já sou praticamente vintage em redes sociais. A minha conta no Twitter data de 2009 quando o fórum do CC morreu durante vários meses. Eu adoro redes sociais. Adoro a magia de estar em directo da minha sala, mas também acho algo pouco original já dito por muita gente: são arenas onde a violência é gratuita. Andamos todxs mais frustrados e irritados e precisamos de cuspir fogo para algum lado. São um espelho daquilo que estamos a ser naquele momento. Há coisas que me devolvem a esperança e fé nos outrxs, e há dias em que tenho vontade de apagar tudo. Durante muito tempo não respondi a nada negativo, ultimamente tenho respondido a mais porque acredito que não devemos aceitar tudo. Bloqueio, e às vezes respondo. E muitas vezes apago as apps e nem vou lá. Temos de nos habituar a não estar sempre contactáveis, sobretudo em confinamento.
É importante para ti denunciar as mensagens maldosas, xenófobas, homofóbicas ou a melhor resposta é o desprezo?
Durante muito tempo achei que era o desprezo. Nesta altura, com a escalada do Ódio, acho importante também revelar que há abuso diário. Que há quem passe incólume. Há gente que se posiciona sempre num ataque a quem é visível só porque é visível e isso não é só chato, é profundamente poucochinho. Não sou político, nem um activista numa ONG, mas acho mesmo que se temos plataformas temos de lhes fazer curadoria e decidir o que achamos que é aceitável. Ao ignorarmos, ao não apagarmos comentários, estamos também a dizer que aquele comportamento pode perdurar. E não pode.
Se pudesses dar algum conselho ao Rui Maria Pêgo com 18 anos, qual seria?
Beija mais rapazes. E acredita que o que te torna diferente é uma força.
Qual é o maior sonho que ainda está por cumprir?
Morar fora de Portugal e ter uma carreira internacional. Lá chegarei.