Vamos desmistificar as diferenças entre o Ensino Superior Universitário e Politécnico
“Qual a diferença entre uma universidade e um politécnico?”, de certeza que esta é uma das primeiras questões que te surge na cabeça, quando pensas na tua candidatura ao Ensino Superior.
A decisão de estudar no Ensino Superior acarreta diversas questões. A área e o curso que queremos seguir costumam ser uma das principais indecisões da passagem dos estudantes do Ensino Secundário para o Ensino Superior. Associada a esta questão, segue-se a instituição a escolher – se é uma instituição do Ensino Universitário ou se é do Ensino Politécnico – pois o curso escolhido depende do local de ensino, uma vez que as matérias são lecionadas de maneira diferente, de local para local.
- Quais são as principais diferenças entre estes dois tipos de ensino? Como é que sabemos qual é o mais apropriado para nós? E como escolher? Estas são algumas das perguntas que mais se impõem.
Cada instituição tem as suas características, que a definem e que vão ao encontro do que os estudantes procuram. O Ensino Universitário e o Ensino Politécnico são dois subsistemas que fazem parte do Ensino Superior Português.
Segundo a lei, a diferença assenta no facto de “o ensino universitário se orientar pela oferta de formações científicas sólidas e o ensino politécnico concentra-se especialmente em formações vocacionais e em formações técnicas avançadas.” Mas o que é que isto significa ao certo?
A grande diferença que distingue estes sistemas são os seus métodos de ensino se houver comparação do mesmo curso, o plano de estudos será praticamente o mesmo.
O Ensino Universitário oferece um ensino teórico, ligado ao saber-pensar, voltado para as pesquisas científicas e para o ramo académico. Orienta-se por um método de ensino mais teórico e científico, pretendendo apurar as competências de investigação dos estudantes e criar conhecimentos científicos e culturais, através da conceção, inovação e análise crítica e assim, prepará-los para o mercado de trabalho e assegurando que os alunos tenham formação técnica.
O Ensino Politécnico é um ensino tradicionalmente prático-teórico, ligado ao saber-fazer. Centrado na investigação aplicada e criação de saber com uma aplicação mais “profissional”, ou seja, mais prática englobando a vertente teórica com a vertente prática. Foca-se em formações vocacionais e orientadas para a parte técnica, com vista à avaliação e resolução de problemas. É dividido maioritariamente por cadeiras teórico-práticas, pois tem como objetivo aplicar na realidade a parte teórica do curso.
Instituições de ensino
Relativamente às suas instituições, o Ensino Universitário divide-se em Universidades e em institutos universitários (faculdades) e engloba outras instituições de ensino. Já o Ensino Politécnico encontra-se em institutos politécnicos e outras instituições de ensino politécnico.
As médias diferem?
Outro parâmetro que permite distinguir os dois tipos de ensino são as médias. Na sua grande maioria, os cursos de cada tipo de instituição são exclusivos de cada uma, mas há cursos que existem em simultâneo nas duas. Nos cursos em que isto ocorre, existe uma clara diferença entre as médias de entrada. É mais frequente as médias serem mais baixas no ensino politécnico, por ser menos procurado. Isto acontece, pois há uma maior preferência pelo universitário, já que é aquele que mais estudantes portugueses frequentam.
Outra questão que muitas vezes se levanta: os graus do ensino universitário e do ensino politécnico são os mesmos?
Tanto no ensino universitário, como no ensino politécnico é possível fazer Licenciatura, Mestrado e Pós-Graduação. Os Institutos Politécnicos vão poder agora adoptar a designação “Polytechnic University”, conferindo o grau de doutor. A proposta da Comissão de Educação e Ciência foi aprovada no Parlamento, pretendendo valorizar, assim, o Ensino Politécnico nacional e internacionalmente.
No entanto, só poderão conferir este grau, os estabelecimentos de Ensino Superior com recursos humanos e organizativos necessários à realização de investigação, com experiência acumulada, sujeita a avaliação e concretizada numa produção científica e académica relevantes.
As mudanças prevêem que as Instituições possam utilizar. em conjunto com a sua designação em língua portuguesa, que é sempre obrigatória, uma designação em língua inglesa. O documento aprovado, com efeitos práticos no primeiro dia do ano letivo subsequente, prevê uma alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo e do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), em revisão neste momento.
Cursos
Há cursos idênticos no Ensino Universitário e Politécnico, mas as Universidades e os Politécnicos também possuem cursos exclusivos. Por exemplo, o curso de Medicina, só é lecionado nas universidades, já os CTeSP (Curso Técnico Superior Profissional), existem apenas nos politécnicos.
Propinas
Relativamente às propinas, o valor para os estudantes nacionais é exatamente o mesmo numa universidade ou num politécnico. O valor depende da instituição em causa, mas, por norma, o valor encontra-se fixado nos 697 euros anuais. (valores 2022/2023).
É importante salientar que apesar de se regerem por métodos diferentes, não significa que um ensino seja melhor do que o outro. Ao serem dessemelhantes permitem uma maior abertura de opções para os futuros estudantes que são igualmente todos diferentes, em gostos, cursos e preferências de aprendizagem.
Grau obtido
O grau obtido no diploma, seja de licenciado, mestre ou doutor, vai valer tanto, seja obtido numa universidade, ou num politécnico – o grau é o mesmo e tem o mesmo valor, não importa a instituição onde é atribuído. O que influencia a escolha da instituição de Ensino Superior, seja universitário ou politécnico, acaba por ser o propósito que cada um tem ao tirar o seu curso.