A Escola Secundária Emídio Navarro, localizada em Almada, integra o Agrupamento de Escolas Emídio Navarro. A sua oferta educativa começa no ensino pré-escolar e termina no 12º ano, com uma comunidade escolar composta por 3000 alunos e 300 professores. A escola está envolvida atualmente em 17 projetos apoiados pela comunidade europeia e conta com várias distinções associadas aos projetos em que participam. Em entrevista à Mais Educativa, Rui Baltazar, coordenador no Agrupamento de Escolas de projetos europeus, falou-nos acerca do projeto MOVIE – Movies and Images in Education – que envolve professores, pais e alunos.
“Falar apenas de um projeto é como um pai com muitos filhos” afirmou o professor, referindo-se à escolha de falar sobre o projeto MOVIE – Movies and Images in Education – entre tantos outros, onde a Escola já esteve e está envolvida. O projeto, como o nome indica, pretende que alunos, professores e pais adquiram conhecimentos e competências na utilização do vídeo em contexto educativo, sendo este o foco principal, que promove uma “simbiose total entre pais, alunos e professores”.
Esta iniciativa conta com o financiamento da comunidade europeia em virtude do programa, no qual se insere, ERASMUS+, mas apesar da sua dimensão internacional, MOVIE conta também com três parceiros portugueses: TV Almada, Centro de Formação Eagle Intuition e o Agrupamento de Escolas Emídio Navarro. Além-fronteiras conta com o apoio de realizadores de Glasgow, a Escola Secundária em Atenas, Escola não-formal na Eslovénia, Universidade de Pavia (Centro de Educação e Media) e Douradia.
Para a promoção da aquisição de novos conhecimentos, este projeto desenvolveu formações para alunos e professores em Glasgow e na Eslovénia, cuja partilha de conhecimentos, experiências e novas ideias enriqueceram todos os participantes, como indica o professor: “O intercâmbio com outras escolas, este conjunto de parceiros trouxeram-nos o know-how.”
Relativamente à forma como os alunos participantes no MOVIE foram selecionados, Rui Baltazar explica, “Sentimo-nos bem, enquanto professores, sabendo que os alunos selecionados para participar, foram merecidos vencedores”. A iniciativa envolve 18 alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade, previamente selecionados, através de um concurso no qual, participaram figuras ilustres, externas à escola. Nesta fase inicial, os alunos realizaram um filme sem terem qualquer formação e, mais tarde, os 18 selecionados usufruíram de formação em território nacional e internacional, a fim de aprofundar as suas competências técnicas e pedagógicas na área da produção de filmes em contexto educativo.
Em parceria com a TV Almada, a escola organizou uma caminhada pela Serra da Arrábida, onde pais e filhos fizeram filmagens para utilizarem mais tarde, na conceção do vídeo, a prova final deste projeto, para entregar no mês de outubro. “(…) Temos de pensar que somos um todo, os pais percebem que estamos todos no mesmo barco e envolvem-se totalmente no projeto”, explicou assim, Rui Baltazar, a importância e a disponibilidade total das famílias participarem no MOVIE.
Contudo, este projeto ainda não está concluído, “Temos 2 eventos internacionais agendados, que serão transmitidos em direto online através dos canais digitais da escola, e da TV Almada, o primeiro será no dia 21 de novembro. Onde serão transmitidos os filmes feitos pelos alunos e pelos pais e, terão convidados ilustres como, Elsa Mendes do Plano Nacional de Cinema.”
Em reflexões finais, o professor afirma que, se tivesse de salientar um ponto único principal de toda esta experiência, esse momento seria a viagem a Atenas, realizada em janeiro, com o grupo de alunos participantes. “Foi o momento mais trabalhoso, mas o mais especial para professores, pais e alunos. Levar 18 alunos para a Grécia, implicou muita logística, autorizações, viagens… Mas, o mais gratificante foi ouvi-los dizer ‘professor, que maravilha! Adorámos a experiência!’. Há muitos alunos que nunca tinham ido ao estrangeiro, nunca tinham entrado num avião e potenciámos esta experiência e, como estes projetos são financiados pela comunidade europeia, os alunos não têm quaisquer despesas e, ninguém fica excluído por não ter possibilidades económicas… (…) este é um projeto inclusivo e sentimo-nos muito bem, sabendo que estamos a mudar a vida deles e que esta experiência será inesquecível!” Concluí o coordenador de projetos europeus, Rui Baltazar.