O Teatro Aberto estreia “O filho” em Portugal para debater fragilidades da saúde mental na adolescência
A saúde mental, sobretudo na adolescência, dá mote à peça “O filho”, a segunda de uma trilogia sobre o tema do dramaturgo e realizador francês Florian Zeller (1979), que o Teatro Aberto estreia no sábado, em Lisboa.
Com versão de Vera San Payo de Lemos, que também assina a dramaturgia, e de João Lourenço, responsável pela encenação, cenário e vídeo – este em conjunto com Nuno Neves -, a peça começou a ser ensaiada no Teatro Aberto ainda antes da estreia do filme, em janeiro último, com realização do autor francês. Zeller também assinou o argumento, com Christopher Hampton, com quem já tinha partilhado a escrita de “O pai”, com que venceu o Óscar de Melhor Argumento Adaptado em 2021.
Numa obra “violenta”, propícia para debater a fragilidade dos adolescentes e o aumento de problemas de saúde mental nesta faixa etária após a pandemia de Covid-19, João Lourenço, ao deparar-se com esta tragédia contemporânea, sentiu necessidade de acompanhar a carreira do espetáculo com debates sobre o tema.
No Teatro Aberto, a ação desenrola-se num palco rotativo, num cenário quase operático e minimalista, onde pontuam as paredes altas e as cenas se sucedem como se fossem sequências de um filme.
João Lourenço recorreu ainda a ecrãs do tamanho dos cenários, nas laterais do palco, que vão abrindo e fechando e projetando pequenos filmes de 40 segundos, reflexo da mente de Nicolau, personagem principal.
A roda das cores é o primeiro impacto visual que o público tem quando entra na sala, para depois a ação se fixar no preto, branco e cinzento.
Cleia Almeida (Ana), Pedro Pires (Pedro), Rui Pedro Silva (Nicolau), Pedro Oom (Médico), Pedro Rovisco (enfermeiro) e Sara Matos (Sofia) são os intérpretes.
Com figurinos de Lia Freitas e coreografia de Cifrão, a peça vai estar em cena na Sala Azul até 18 de junho, com récitas à quarta e quinta-feira, às 19:00 horas, à sexta e ao sábado, às 21:30 horas, e aos domingos às 16:00 horas.