Quando o 9º ano termina podem surgir várias dúvidas sobre o caminho a seguir. Qual será a melhor opção? Enveredar pelo ensino secundário geral, constituído pelos cursos científico-humanísticos, ou por um curso profissional? E se a escolha for o ensino secundário geral, qual a área mais indicada? Há, na verdade, diferenças entre as duas vias de ensino e uma das principais é que o científico-humanístico está mais vocacionado para quem quer avançar depois para o ensino superior. Os dados revelam, aliás, que 83% dos jovens que optaram pelo ensino secundário geral prosseguiram os seus estudos para universidades ou politécnicos.
O “Guia para pais e filhos: como escolher a área de estudos no secundário?” da Fundação José Neves orienta a tomada de decisão após a conclusão do ensino básico, apresentando as opções que estão à disposição dos alunos e salientando as diferenças entre os dois tipos de ensino (científico-humanístico e profissional) e as quatro áreas do ensino secundário geral e a sua relação com cursos superiores e empregabilidade.
Uma das informações disponibilizadas pelo Guia é que quase dois terços dos jovens portugueses optam pela vertente científico-humanística do ensino secundário, em detrimento da via profissional. Os dados relativos ao ano letivo 2020/2021 demonstram que, dos 308.595 jovens matriculados no secundário, 199.010 frequentavam este tipo de ensino, o que equivale a 64% do total.
Relativamente às áreas mais escolhidas, das quatro disponíveis no ensino secundário geral, a de Ciências e Tecnologias é a opção de mais de metade dos alunos (51,2%). Seguem-se Línguas e Humanidades (27,7%), Ciências Socioeconómicas (13,3%) e Artes Visuais (6,3%).
Segundo o “Guia para pais e filhos: como escolher a área de estudos no secundário?”, os alunos que prosseguem e completam o ensino superior têm vantagens salariais e maior facilidade em encontrar emprego comparativamente com quem opta por não prosseguir os estudos: em média, os salários são 42% mais elevados e a taxa de empregabilidade é superior em 10%.
“A chegada ao secundário pode ser encarada como um momento decisivo na carreira académica dos jovens portugueses. Obter a melhor informação sobre as opções existentes é fundamental para uma escolha consciente. A consulta deste guia permite quer a estudantes quer a pais o acesso a informação relevante para a melhor e mais adequada decisão sobre uma de duas vias, a científico-humanística e a profissional, com dados sobre o impacto das mesmas no curto e no longo prazo”, salientou Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves.
Se a via do ensino secundário geral oferece benefícios relativamente ao ensino profissional, o contrário também se verifica, tendo em conta que o segundo concede vantagens na fase inicial da vida profissional. A via profissionalizante, que inclui vários cursos que preparam os alunos para o exercício de uma profissão, possibilita uma rápida entrada no mercado de trabalho. Em 2020, 46% dos jovens que concluíram este tipo de cursos estavam a trabalhar 14 meses depois e 18% procuraram ativamente trabalho. Uma grande discrepância comparativamente com os estudantes que completaram cursos científico-humanísticos, entre os quais 6% estava a trabalhar e 5% à procura de trabalho ao fim de um ano e dois meses.