Teresa Oliveira é a locutora da Mega Hits que acorda com as galinhas para dizer um “bom dia” cheio de energia e fazer-te começar um novo dia com energias renovadas! Mas, não é só… Com a Teresa ficas sempre a saber (quase) tudo sobre os teus artistas do momento, os melhores spots do nosso país, e conheces música nova e muito mais todos os dias.
Estivemos à conversa com a Teresa e para além de música, quisemos saber como é que foi parar à rádio e como é fazer parte das rádios mais descontraídas do país!
Vem daí!
Teresa, a tua história na Mega já não é propriamente recente… Já estás na Mega há cinco anos. Como é que foste parar à rádio? Fala-nos do teu percurso.
Tive uma cadeira de Rádio na faculdade e descobri algo que gostei bastante e, que nunca tinha pensado fazer. Dei-me sempre muito bem nesta disciplina, tanto ao nível de notas, como do interesse nos trabalhos e aulas. Por isso, percebi que era algo que eu gostava e que conseguia articular com a música. Sempre soube que tinha de fazer algo relacionado com música, só nunca pensei que fosse rádio, mas é uma forma de relacionar a comunicação, que era o curso que eu estava a tirar e, a minha paixão pela música.
A rádio nunca esteve nos teus planos, mas a música sempre te atraiu…
Sim, eu sempre gostei muito de ouvir música, ouvia muita rádio quando era mais nova. Ao mesmo tempo sempre me interessei por um trabalho mais público, com o bom e o mau que isso tem, mas a exposição dá-me uma adrenalina que eu gosto de ter.
A exposição e a adrenalina que dela advém, acrescenta-te enquanto profissional?
Sim, acrescenta. No fundo fazer rádio é ter um trabalho dito normal, mas que é visto por mais pessoas. Por isso, o impacto do nosso trabalho é muito maior, chegamos a mais pessoas, mais pessoas ouvem o que fazemos. Tudo isto dá-nos a responsabilidade de que qualquer coisa que nós dizemos durante a emissão pode mudar o dia, ou a vida de alguém que nos está a ouvir naquele momento, e isto faz-me sentir bem enquanto pessoa. Na verdade, o que é que nós somos na vida se não partilharmos o que sabemos e o que somos?!
A cada programa que fazes encaras de forma consciente, o objetivo de dizer algo que mude o dia de alguém?
No início não, quando começas a perceber que és ouvid@, começas a perceber que cada pessoa que te ouve tem um feedback em relação a ti, portanto quando se liga um microfone tem de se dizer algo com utilidade e interesse, tens de acrescentar, caso contrário, não há qualquer sentido no que se está a fazer.
Quais são as competências e características que um/uma bom/boa locutor/a deve ter?
A fase do vozeirão já foi ultrapassada, claro que a voz é muito importante, até porque há muitas pessoas que só nos ouvem e não nos vêm, mas não é o mais importante, não é “só” a voz que conta. Hoje em dia sinto que as pessoas gostam de ouvir uma voz familiar que não é perfeita, que podia ser um amig@ delas a falar. A rádio atualmente já se faz de uma forma mais natural, quando ligamos o microfone somos nós, já não interpretamos uma persona.
Achas que essa descontração também tem a ver com a vibe mais descontraída e próxima aos ouvintes da Mega?
Sem dúvida! Nós somos uma rádio de entretenimento, jovem, leve, animada e quem é que não quer ser tudo isto no seu dia a dia? É pensarmos em quem somos quando estamos com amig@s, aqui tentamos fazer o mesmo. Uma das maiores características de um/uma locutor/a de rádio é poder ser próxim@ e não uma pessoa longínqua do ouvinte.
Na Mega já trabalhaste em dupla e em tripla, como gostas mais de trabalhar?
Eu já tive oportunidade de fazer muitas coisas diferentes e em circunstâncias diferentes. Neste momento estou nas manhãs, do outro lado da mesa, e parece que cada lugar que ocupo é como se fosse um cargo diferente, que pede de mim, coisas também totalmente diferentes. Agora estou preocupada em ser mais disruptiva e animada, em vez de estar preocupada em conduzir a emissão que agora é tarefa do Conguito. Estou atualmente nas manhãs, enquanto a Maria Correia está de licença de maternidade e, para mim foi um desafio entrar num programa que já existe há anos e perceber o que posso trazer de novo.
A propósito do teu contributo pessoal, tu tens um programa só teu. Como é que colocas a tua identidade e genuinidade nesse espaço?
Esse programa é uma das minhas emissões de rádio preferidas! É um programa ao sábado às 13h, em que eu apresento sempre um álbum diferente. É um registo totalmente distinto, primeiro porque não é de manhã, é à hora de almoço, em segundo lugar porque sou só eu e, por último, porque o principal não é o meu conteúdo pessoal, mas a música que eu apresento. Isto é uma coisa que me dá todo o gozo fazer. Para mim, que gosto de música, é uma forma de pesquisar sobre música, sobre os artistas e trazer isso para o meu local de trabalho. O importante para este programa é a pessoa ouvir o álbum e saber mais sobre ele, através da pesquisa que não teve de fazer.
Hoje em dia já se perdeu a cultura do álbum e este programa torna-se diferente por isso. Durante a pandemia foi incrível, porque as pessoas não se viam, estavam fechadas e, eu recebia muitas mensagens, até no Twitter, onde chegamos ao Top Trend, porque as pessoas estavam todas a ouvir o mesmo álbum, a comentar aquilo que achavam… sentiu-se um calor tremendo! Parecia que estávamos tod@s a assistir ao mesmo concerto. Foi uma nova forma de estarmos tod@s ligad@s através da rádio.
Para ti o que é um bom programa de rádio enquanto ouvinte?
É ligar o rádio todos os dias, para ouvir o mesmo programa de rádio, as mesmas pessoas e, por isso, já sentes que fazes parte, e apesar de ouvires todos os dias, tens sempre curiosidade para saber o que eles vão dizer. No fundo deve ser algo próximo, que traga algo novo e novas informações, sejam elas mais leves ou mais pesadas, mas tem de dar vontade de ouvir novamente, todos os dias.
Quando um dia saíres da Mega, o que gostavas que quem trabalhou contigo dissesse de ti?
O que eu gosto que digam de mim, seja no trabalho ou fora, é aquilo que pessoalmente considero ser o maior elogio que se pode fazer a alguém, é sentires que aquela pessoa te fez sentir ela própria. Eu quero que as pessoas à minha volta sejam elas próprias e se sintam à vontade. Claro que também quero que sintam que eu fiz um bom trabalho, que fui profissional e que eu dei sempre o litro como se fosse a primeira vez que eu me tivesse sentado a fazer cada programa ou emissão.