“Todos os dias acordo e vou para o estúdio! Talvez isso ajude, mas nem sempre faço música. Às vezes vejo vídeos, ouço música, tento aprender mais. Outras vezes faço 5 músicas num dia.”
ME- Ser cantor sempre foi o teu sonho?
Às vezes gostava de dizer que sim, ter assim uma história mais bonita para contar, mas a verdade é que… não. Sempre cantei e gostei de cantar, desde pequeno. Estive, inclusive, alguns anos nos “Pequenos Cantores da Maia”. No entanto, o meu sonho era o Cinema, a arte de fazer filmes, editar, tudo o que derivava disso. Mais tarde, quando comecei a ter aulas de guitarra, a música ganhou um lugar quase terapêutico na minha vida. E agora, aqui estou eu.
ME- Começaste por fazer covers de músicas que te inspiravam, porquê?
Na altura, o YouTube, era muito isso, Covers. Cá em Portugal tínhamos o Paulo Sousa, Tiago Braga, Inês Lucas, tudo inspirações para mim, que me fizeram sentir que também podia ter voz através da plataforma. Fui então começando a cantar as músicas que mais gostava e a partilhá-las com quem queria ouvir.
ME- Quem é o teu maior apoio desde que começaste a a cantar e a publicar vídeos no YouTube?
Como é óbvio, a minha família, os meus pais são o meu maior apoio. No entanto, se não tivesse as pessoas fantásticas que seguem o meu trabalho e têm sempre uma palavra de carinho e apoio para mim, isto nunca faria sentido nem seria possível.
ME- Como encaraste o convite do teu compositor para participar no Festival da Canção?
Foi uma grande surpresa! Cresci a acompanhar o Festival da Canção, a ouvir as canções mais antigas, do tempo dos meus avôs e dos meus pais, e sempre tive o sonho de, um dia, também poder participar. Trabalhar com o João Pedro Coimbra foi uma honra. É uma pessoa super talentosa, com extremo bom gosto musical. Quem sabe, um dia, poderei também ir como compositor.
ME- Que significado teve para ti pisar do palco do Festival da Canção pela primeira vez?
Foi uma mistura de nervos com uma felicidade extrema. Foi a primeira vez que o Festival permitiu uma música não portuguesa e conseguimos chegar à final! Fomos a música mais votada pelos portugueses na nossa Semifinal. Foi um orgulho muito grande.
ME- Como surgiu a ideia de participar no talent show da RTP1 “The Voice Portugal”?
Foi algo que eu sempre quis. Desde pequeno que acompanhava programas como o “Ídolos” e a “Operação Triunfo” e sempre tive o sonho de um dia participar. Apesar do meu percurso no “The Voice Portugal” já ter alguns anos, é algo que ainda hoje me deixa muito feliz. Conheci pessoas incríveis e super talentosas. Cresci, não só enquanto artista, mas como pessoa, com ensinamentos tão importantes de pessoas tão icónicas da música portuguesa. Olhando para trás, a experiência foi também um pouco stressante. Mesmo tendo muita coisa boa, sinto que me deixei levar muitas vezes pela pressão, pelo que as pessoas iam pensar, não aproveitando tanto aquele palco e o que estava a fazer. Mas, claro, é só um programa de televisão. Em nada vai definir a carreira de ninguém. O mais importante é mesmo o trabalho pós-programa.
ME- Como são os teus momentos de criação?
São muito espontâneos. Todos os dias acordo e vou para o estúdio! Talvez isso ajude, mas nem sempre faço música. Às vezes vejo vídeos, ouço música, tento aprender mais. Outras vezes faço 5 músicas num dia. Acima de tudo, tem que ser algo sincero. Só gosto de escrever quando sinto que tenho algo a dizer.
ME- Quem são as inspirações para compor?
São vários os artistas com que mais me identifico! Neste momento, posso dizer que Ed Sheeran, James Arthur, The Weeknd, 6lack são as principais influências. Ou pelas melodias, ou pelas letras. São pessoas que me inspiram bastante. Mas adoro descobrir artistas novos, pessoas com tanto talento que me deixam mesmo feliz e inspirado para fazer mais e melhor música. Tenho várias fontes de inspiração, mas sem referir cineastas ou escritores que me inspiram, penso que o meu avô é uma das pessoas que mais admiro e inspiração me dá. O meu avô tem uma veia poética que eu adoro.
ME- Planos para o futuro?
Música, muita música! Estou neste momento a fazer o lançamento de um single novo todos os meses e as reações têm sido fantásticas! Quem sabe se 2021 não trará o primeiro álbum. Estamos a trabalhar para isso!
ME- Aos que desejam começar no mundo da música que conselhos dás?
A vida só faz sentido se fizermos o que amamos. No entanto, como em tudo, é preciso lutar. Muitas vezes apetece desistir, parece que nada faz sentido e que existem caminhos mais fáceis. Mas, enquanto acreditarmos em nós e sentirmos que temos algo a dizer, que a música faz sentido, não podemos nunca baixar os braços. Aceita os “não’s”, abraça-os e faz com que eles te tornem alguém mais forte. Faz 500 músicas, mesmo que só 10 sejam realmente boas. Mas só assim vais crescer, só assim ao final de 1 anos, 10 anos, 20 anos, tudo fará sentido. E a vitória saberá ainda melhor!
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