Estas são as valências que João Rodrigues considera fundamentais na tua entrada no mercado de trabalho. De acordo com este profissional, a área de Agronomia é desafiante e obriga a investigar e a procurar o saber diariamente, algo que o faz sentir-se realizado e que o motiva a ser cada vez melhor.
Nome: João Miguel Tavares Rodrigues
Empresa e Atividade: Supervisor de viveiro na LETA Viveiros
Formação: Licenciatura em Agronomia na Escola Superior Agrária de Santarém
Que atividade(s) profissional(is) desempenha atualmente?
Atualmente desempenho a função de supervisor de viveiro, ou seja, sou responsável por uma área considerável destinada à produção de plantas hortofrutícolas e ornamentais e também pela produção de produtos agrícolas. Também coordeno e realizo tarefas relacionadas com o dia a dia de uma exploração agrícola: Regas, plantações, tratamento de plantas, gestão de áreas e manuseamento de maquinaria agrícola, entre outras.
Quando terminou a sua formação superior, imaginava ser o profissional que é hoje? Porquê?
Não da forma que sou hoje. Durante a minha formação sempre me inclinei para uma vertente mais “terra a terra”, e ambicionei trabalhar de forma direta com as plantas e com o meio onde se inserem. Hoje em dia sinto-me realizado e a trabalhar precisamente naquilo em que me formei. Apesar disso, trabalho todos os dias na perspetiva de melhorar a minha formação e de me tornar um profissional melhor.
De acordo com a sua experiência, o que é que é mais importante aproveitar/reter numa licenciatura, tendo em conta o profissional que se quer ser no futuro?
A licenciatura funciona como uma ferramenta de aplicação no futuro. É importante reter de tudo um pouco, desde a melhor cadeira à pior nota. É também uma fase marcante na vida de um jovem, do ponto de vista pessoal e profissional. Penso que tem de haver uma grande entrega à licenciatura que se escolhe para poder retirar dela os melhores ensinamentos para o futuro.
“O contacto com a natureza, com a produção de alimentos e com a vida é o maior agradecimento que uma pessoa com esta formação pode ter.”
E o que é que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho?
A preparação psicológica de qualquer pessoa é a chave para uma boa entrada no mercado de trabalho. Existem inúmeras propostas nesta área e é necessário avaliá-las bem para nos conseguirmos adequar ao nosso objetivo. As valências dadas pelo curso são a nossa ferramenta mais preciosa e é preciso ser competente, justo, trabalhador e humilde.
É igualmente importante ter a noção de que não se pode começar pelo topo e que existe um caminho a percorrer para podermos alcançar todos os objetivos – a capacidade de escutar a experiência de pessoas mais velhas pode ser uma grande ajuda nesta etapa. A preparação será provavelmente a fase mais difícil, porque ninguém sabe bem o que esperar e é fácil criar falsas expetativas. O que é preciso é saber dar a volta a esta nova etapa da vida.
Que papel atribui à sua formação superior para hoje ser um bom profissional? De que forma é que o preparou?
A formação superior abriu-me sem dúvida algumas portas e preparou-me para ser um bom profissional, muito pela tónica da escola que me formou – a Escola Superior Agrária de Santarém. Não basta ter vontade de ser um bom profissional para o ser, é necessário ter o devido acompanhamento e preparação para que isso aconteça, e neste aspeto contei sempre com os melhores ensinamentos, e fui preparado de forma a avaliar as situações, a ponderar e a agir.
E o que é que não se aprende no curso que o trabalho e a vida acabam por ensinar? O que vão os jovens encontrar no mundo profissional?
A vida está cheia de situações que nos colocam à prova e isso é independente do curso e da área de estudo. Existem sempre dias melhores e dias piores e é deles que retiramos lições de vida. Aprende-se muita coisa, a lidar com o mundo, a sair da zona de conforto e a ultrapassar adversidades quase de forma instantânea. O mundo profissional é como um desporto ou um passatempo, existe algo diferente todos os dias e várias formas de lidar com isso. Cada caso é um caso mas, regra geral, é o culminar de toda a preparação a que somos sujeitos ao longo do percurso escolar e pessoal.
Que conselhos pode dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Sou suspeito porque adoro a minha área e a minha formação, mas se procuram um mundo desafiante, de procura do saber e de investigação diária, esta é a melhor área que podem escolher. O contacto com a natureza, com a produção de alimentos e com a vida é o maior agradecimento que uma pessoa com esta formação pode ter. As ciências vegetais e animais são, na minha opinião, as mais gratificantes em que se pode trabalhar e assentar o futuro, mesmo com todas as consequências inerentes.
[Foto: cedida pelo entrevistado]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.