Um estágio é uma ferramenta muito importante para ganhar habituação às dinâmicas de funcionamento de uma empresa e do mercado de trabalho, segundo Ana Rita Circuncisão. Atualmente a estagiar, acredita que ganhou uma característica diferenciadora e que é agora uma mulher mais madura, com espírito de equipa e sentido de responsabilidade.
Nome: Ana Rita Circuncisão
Empresa e Atividade: ALGAplus – Produção e Comercialização de Algas e seus Derivados
Curso/Ano: 2º ano do Mestrado em Bioquímica Alimentar na Universidade de Aveiro
Objetivo Profissional: Adquirir experiência na área e prosseguir o ciclo de estudos
Como surgiu a oportunidade de fazer este estágio?
No âmbito do mestrado que estou a fazer pode optar-se por elaborar uma dissertação, uma tese em contexto universitário ou um estágio curricular em ambiente empresarial. A minha opção por um estágio curricular teve por base a vontade de alargar a minha experiência para além do ambiente universitário, tomando contacto com o meio empresarial.
Qual é a importância de um estágio, tendo em conta a sua área de atividade e o curso que tirou?
A minha formação de base é em bioquímica e, como em todos os cursos, a realidade do ambiente universitário é muito diferente da dinâmica de uma empresa e do mercado de trabalho. A realização de um estágio após um curso é uma experiência muito importante pois permite-nos adquirir conhecimento e competências práticas daquilo que aprendemos ao longo de toda a nossa formação. Apesar de ter optado por um mestrado direcionado para a bioquímica alimentar, a minha formação base é muito vasta e permite-me trabalhar em diversas áreas.
“A convivência com diferentes colegas de trabalho, o cumprimento de um horário, a instabilidade, as críticas e o desempenho de diferentes funções são desafios que os jovens terão de enfrentar.”
Fale-nos dos primeiros dias em contexto profissional. O que aprendeu? Ao que é que teve de se habituar? O que mudou em si?
Os primeiros dias em contexto profissional foram bastante diferentes em relação ao que estava habituada na universidade. Em primeiro lugar, tive de me adaptar à dinâmica e às regras da empresa, e o cumprimento de um horário e de certas funções tornou-me mais responsável e assídua, para além de ter aprendido a lidar com o stress diário de uma empresa e de quem a gere.
Passei igualmente a trabalhar em equipa com colegas que já tinham o seu método de trabalho e opiniões diferentes da minha. Senti que cresci, que hoje sou uma mulher e uma profissional mais madura, com espírito de equipa e sentido de responsabilidade.
Ao dia de hoje, o que sente que vai levar deste estágio? Quais são as mais-valias de o ter feito?
Hoje em dia, o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e a realização de um estágio poderá ser uma característica diferenciadora, por exemplo, numa entrevista de emprego. Ele permitiu-me contactar com uma realidade diferente do ambiente académico, conhecer novas pessoas e aplicar na prática alguns dos conhecimentos adquiridos durante a minha formação.
Esta nova experiência permitiu-me complementar e aperfeiçoar certas competências, conhecer a realidade profissional e o funcionamento de uma empresa, e desenvolver hábitos como a pontualidade, a assiduidade e o sentido de responsabilidade. Tudo isso ser-me-á útil no futuro, com certeza.
Para fazer este estágio, fez uma licenciatura. O que é que ela lhe ensinou que se revelou fundamental para entrar no mercado de trabalho?
Durante a minha licenciatura em bioquímica adquiri conhecimentos que me deram um conhecimento alargado em vários domínios. A minha dedicação permitiu-me também desenvolver as capacidades de memorização e de raciocínio, imprescindíveis em qualquer situação. A ponderação e a tomada de decisão são características que, no meu ponto de vista, são potenciadas pela nossa capacidade de raciocínio e perspicácia.
Deste modo, penso que uma boa e ampla formação de base poderá tornar-se fundamental para sermos bons profissionais e para nos distinguirmos na área.
Em seu entender, do que precisa um jovem para sair da universidade preparado para ser um profissional da área?
Para se ser um profissional da área é necessário estar consciente da grande diferença do mundo académico em relação ao profissional. Independentemente do curso, os conhecimentos adquiridos são a base para se ser um bom profissional, pois a sua aplicação prática potencia a criação de novas soluções.
O espírito de equipa, a adaptabilidade, o espirito crítico e a tomada de decisão são competências que se vão adquirindo ao longo da nossa formação académica e que são determinantes no sucesso da nossa carreira.
Que desafios vão os jovens encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
A adaptação à dinâmica e ao funcionamento de uma empresa, bem diferente do mundo académico. A convivência com diferentes colegas de trabalho, o cumprimento de um horário, a instabilidade, as críticas e o desempenho de diferentes funções são desafios que os jovens terão de enfrentar e para os quais não adquiriram experiência durante a sua formação académica.
A formação contínua e o acompanhamento das novidades relativas às tecnologias podem provavelmente constituir uma mais-valia para quem queira destacar-se num mercado cada vez mais competitivo.
[Foto: cedida pela entrevistada]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.