Portugal está a aderir, cada vez mais, aos veículos elétricos. Aos automóveis juntaram-se os tuk-tuks, e agora as bicicletas! São várias as iniciativas que estão a espalhá-las um pouco por todo o país, e muito provavelmente vais encontrá-las em breve na tua instituição de Ensino Superior. Por essa razão, fomos perceber o porquê deste fenómeno das bicicletas elétricas!
Como é andar de bicicleta elétrica?
Uma bicicleta elétrica é uma bicicleta igual a todas as outras, exceto no pormenor de ser equipada com um motor… elétrico. Ele está ligado a uma das rodas e a uma bateria de lítio, e ajuda-te nas tuas deslocações, permitindo-te viajar sem teres que dar aos pedais, ou usando-os mas doseando o esforço – podes, por exemplo fazer aquelas subidas mais íngremes sem qualquer dificuldade.
Atualmente, existem à venda bicicletas elétricas com vários tipos de bateria, e que variam na sua autonomia. Geralmente, estas bicicletas percorrem com uma só carga percursos entre os 30 e os 50 quilómetros, e a bateria é amovível e carrega-se da mesma forma que carregas o teu telemóvel.
Quanto à legislação em vigor, são abrangidas por todas as leis de circulação. Não precisas de carta nem de seguro para circulares, mas tens de ter atenção à velocidade máxima permitida pela ação direta do motor, que não pode exceder os 25 km/h.
O projeto U-Bike
As universidades e institutos politécnicos portugueses estão a investir na mobilidade de alunos e professores, dentro dos seus campus e nos trajetos casa-escola e escola-casa, com o projeto U-Bike. Com ele passam a existir bicicletas à disposição da comunidade académica, sendo que boa parte delas são elétricas. Os especialistas defendem que são sustentáveis, eficientes, relativamente baratas e que não poluem o meio ambiente, para além de serem uma forma agradável de praticares exercício físico.
O principal objetivo deste investimento – que é das instituições e que engloba também fundos europeus – é reduzir a pegada ecológica e incentivar-te a deixares de utilizar a tua mota ou o teu carro para te deslocares até à faculdade. Até 2018, o programa Portugal 2020 quer que sejam percorridos mais de 2 milhões de quilómetros nestas bicicletas, para gerar economias de energia de 166 tep (toneladas equivalentes de petróleo).
Para isso, nos próximos meses o projeto U-Bike vai disponibilizar em quinze instituições de Ensino Superior Público um total de 3.234 bicicletas, das quais 2.096 são elétricas e 1.138 são convencionais.
As instituições são: Instituto Politécnico de Beja, Instituto Politécnico de Bragança, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico do Porto, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Superior Técnico, Universidade de Aveiro, Universidade da Beira Interior, Universidade de Évora, Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto e Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.
“A bicicleta é o meio de transporte do futuro”
Quem o diz é Bruno Almeida, Diretor do Centro de Desporto da Universidade do Porto, um dos organismos envolvidos na chegada das bicicletas elétricas a esta instituição, e que defende que a importância da utilização da bicicleta como um meio de transporte diário deve ser “refletida e elevada para um outro patamar”. Na sua opinião, ela é “sustentável, eficiente e relativamente barata, e pode ajudar a tornar as cidades mais amigas do meio ambiente”.
No caso da bicicleta elétrica, as vantagens estendem-se ao conforto e ao menor esforço do utilizador. Mas será que, com isso, não se perdem os benefícios para a saúde? O responsável pelo Centro de Desporto da Universidade do Porto diz que não: “É inegável que o motor elétrico ajuda na deslocação e reduz o esforço, mas é errado afirmar que os benefícios para a saúde se perdem devido a essa característica, até porque o ato de pedalar permanece.”
Por outro lado, defende, as bicicletas elétricas constituem “um fator de motivação” para o utilizador, que “poderá fazer percursos maiores e com isso utilizar as bicicletas durante mais tempo”. Com isso, Bruno Almeida tem a convicção de que este meio de transporte “mantém os benefícios para a saúde, principalmente a nível cardiorrespiratório e cardiovascular”.
A Universidade do Porto é uma das instituições de ensino onde já está a ser implementado o projeto U-Bike, e está atualmente a ser divulgado pelas várias escolas. O próximo passo vai passar pela realização de ações de sensibilização, sendo que o prazo de candidatura dos alunos (e dos restantes membros da comunidade) à utilização de uma destas bicicletas inicia-se no dia 17 de abril e termina a 16 de junho.
De acordo com Bruno Almeida, “todos os membros da comunidade da U.Porto são elegíveis, e cada candidatura vai ser alvo de análise”. No final, os selecionados “vão celebrar um ‘contrato’ para um período de utilização da U-Bike entre 6 a 12 meses”, e as bicicletas ser-lhes-ão entregues no início do ano letivo.
Para o ano, poderás ser tu, nesta ou noutra das instituições de Ensino Superior aderentes.
Uma moda que já alastrou ao país inteiro!
Nem só das universidades vive a chegada da bicicleta elétrica. Um pouco por todo o país, câmaras e juntas de freguesia desenvolvem iniciativas para as integrar na vida das suas populações, e em Lisboa, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) está a dar aos cidadãos a oportunidade de as experimentar, antes de passarem a estar disponíveis ao público em geral. Até lá, serão os lisboetas a testar e a dar sugestões.
A rede de bicicletas na cidade de Lisboa será composta por 1410 bicicletas (940 elétricas e 470 convencionais) e será distribuída por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no Eixo Central.
[Texto: Tiago Belim]
Lê este e outros artigos na edição de abril da revista Mais Educativa! Encontra-a aqui ou na tua escola!