Intimamente ligado ao empreendedorismo, Gonçalo Reis sabe o que é preciso para que um jovem seja bem sucedido. E os conselhos são claros: aproveitar tudo o que a universidade tem para oferecer, e ter uma boa mentoria para o momento de fazer a transição para o mercado de trabalho.
Nome: Gonçalo Reis
Empresa e Atividade: Analista de Investimentos na Alpac Capital
Formação: Licenciatura em Estudos Europeus na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Que atividade profissional desempenha atualmente?
Atualmente, sou Analista de Investimentos numa sociedade de capital de risco, chamada Alpac Capital. Sou corresponsável pela área de venture capital que seleciona projetos de empreendedorismo, gere o processo de investimento e apoia as equipas de empreendedores no seu dia a dia.
“A formação superior é mais do que as aulas que temos na universidade: são todas as pessoas que se conhecem, as oportunidades que temos de conhecer novos países e mentalidades e, em alguns casos, ter a oportunidade de ser independente.”
Sente-se realizado diariamente com a sua profissão? Porquê?
100% realizado. Quando em 2008 iniciei a minha atividade profissional, a trabalhar com incubadoras de empresas, rapidamente percebi que gostaria de estar envolvido no mundo das startups e do venture capital. Desenvolvi um plano a 8 anos (que na altura me levaria até aos 30 anos) para aprender (e errar) o máximo possível. A ideia era depois usar toda a minha experiência (e eventualmente dinheiro) para ajudar empreendedores a desenvolverem projetos. Aos 30 anos, estava a ajudar a montar um fundo de venture capital de 15 milhões de euros, e se tudo correr bem vamos estar 100% operacionais até ao verão deste ano.
Que papel desempenhou a sua formação superior para hoje ser um bom profissional? De que forma é que o preparou?
A formação superior é mais do que as aulas que temos na universidade: são todas as pessoas que se conhecem, as oportunidades que temos de conhecer novos países e mentalidades – em Erasmus, por exemplo – e, em alguns casos (como o meu), ter a oportunidade de ser independente.
A minha formação superior (em Estudos Europeus) pode parecer não ter nada a ver com a minha atividade profissional atual, e muito menos com o facto de ter criado a minha empresa em Singapura, mas foi na FLUL que descobri a “Filosofia Política” que tanto me ajudou a definir a maneira como olho para o mundo.
Em seu entender, o que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho?
O mais importante nessa transição é já ter tido uma experiência profissional anterior (por exemplo, um estágio). Ajuda imenso a descobrir a realidade profissional e a perceber, principalmente, o que não se quer fazer no futuro.
A segunda coisa mais importante é ter algum tipo de mentoria, seja através de algum familiar com sucesso ou de alguém que possa ajudar a definir um plano profissional e/ou pessoal.
Na Alpac Capital, os sócios dedicam uma grande parte do seu tempo a dar mentoria aos empreendedores, aos estagiários e ao resto das equipas. Eu próprio, para além do trabalho do dia a dia, sou também mentor na Startup Lisboa e no Pitch Bootcamp da Spark Agency.
Que conselhos pode dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Aos que estão indecisos, aconselho a que me contactem no LinkedIn e que partilhem as suas ansiedades e preocupações. Pode ser que juntos consigamos definir um plano profissional e/ou pessoal.
[Foto: cedida pelo entrevistado]