O setor agrário continua a ser procurado pelos jovens e a oferecer oportunidades, no que ao mercado de trabalho diz respeito. O contacto com a natureza e a vertente prática é o que fascina os três estudantes da Escola Superior Agrária de Coimbra, que viram nesta área a possibilidade de um futuro.
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Nome: Miguel Fontoura Magalhães da Rocha Gonçalves
Universidade/Faculdade: Escola Superior Agrária de Coimbra
Curso: Licenciatura em Ciências Florestais e Recursos Naturais
Objetivo Profissional: Trabalhar na área
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Nome: Paula Ventura Yoshicawa
Universidade/Faculdade: Escola Superior Agrária de Coimbra
Curso: Licenciatura em Agricultura Biológica
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Nome: André Reis Pereira
Universidade/Faculdade: Escola Superior Agrária de Coimbra
Curso: Licenciatura em Engenharia Agro-pecuária
Objetivo Profissional: Engenheiro agro-pecuário
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Porque é que escolheste esta área de formação? Que planos tens para o futuro?
Miguel: Escolhi esta área porque sempre me agradou. É uma área que me atrai porque posso trabalhar na conservação e gestão de recursos naturais e florestais, o que me permite estar em contacto direto com a natureza e com o meio ambiente.
Espero conseguir arranjar emprego dentro desta área.
Paula: A agricultura e a produção animal são as áreas de que mais gosto, e gosto de trabalhar com a terra e com os animais. A agricultura foi aquela pela qual optei em primeiro lugar, mas depressa me apaixonei também pela produção animal.
Vi no curso uma mais-valia relativamente às opções de trabalho, visto as duas áreas estarem relacionadas com a Agricultura Biológica.
Planos para o futuro? Contribuir da melhor forma para a alteração de mentalidades, consciência ambiental, produção saudável, educação ambiental, entre outros.
André: Escolhi esta área porque sempre tive uma forte ligação à agricultura. Esta é uma área que enfrenta muitos desafios e que pede uma grande responsabilidade. Garantir a qualidade e a quantidade dos alimentos, praticando uma agro-pecuária sustentável, é a principal diretriz. Mas o prazer de trabalhar em natureza e com a natureza é bastante compensador. Para o futuro, penso em trabalhar mais ligado à proteção das culturas, porque nunca são demais os esforços para procurar soluções mais ecológicas e que evitem o uso de químicos de síntese nos fitofármacos agrícolas.
O que muda do Ensino Secundário para o Ensino Superior?
Miguel: No meu caso particular mudou muita coisa: tive que mudar de cidade – do Porto para Coimbra – e passei a viver sozinho, o que traz mais liberdade mas também mais responsabilidade. A nível de curso, as cadeiras são específicas e por isso mais relacionadas com a área de formação e, assim, mais interessantes. O ambiente no Ensino Superior é mais académico e mais acolhedor, e existe uma boa camaradagem entre todos.
Paula: Para mim mudou muito! Se depois de alguns anos afastada dos estudos, criar de novo o hábito de estudar já foi um desafio, fazer o Ensino Superior com filhos e longe de casa, foi um desafio ainda maior!
No Ensino Superior, existe a distância professor–aluno. No Ensino Secundário os professores são mais exigentes e puxam por nós, mas no Ensino Superior é o aluno quem tem de mostrar interesse, responsabilidade, e corresponder às expetativas do professor.
André: Muda essencialmente o que se aprende, pois no Ensino Superior estuda-se uma área mais específica, o que faz com que os conteúdos lecionados sejam bastante interessantes. Nas aulas práticas estudamos e trabalhamos diretamente com todos os animais de “quinta” e com as principais culturas agrícolas. Muda a envolvência com a escola, e a oferta de formações e palestras sobre o que se faz nesta área é contínua.
O que precisaste de fazer para te adaptares ao mundo universitário? Quais foram as grandes diferenças que encontraste face ao secundário?
Miguel: No superior, já não existe aquela ligação entre professor–aluno. O aluno tem de ser mais autónomo e mais dinâmico. No meu caso, existiu também uma grande adaptação a uma cidade nova, a uma escola nova, a colegas novos e ao facto de estar sozinho.
Paula: Para mim, voltar a estudar e precisar de gerir melhor o meu tempo foram os maiores desafios. As grandes diferenças relativamente ao secundário passam por pensar na média e tentar ao máximo obter boas notas. As notas podem ainda vir a ser necessárias.
As oportunidades podem surgir na vida quando menos esperamos, e com a exigência do mercado de trabalho, hoje em dia tudo conta.
André: Precisei de mudar a minha atitude em relação ao estudo, pois existe uma necessidade de pesquisa maior. As matérias lecionadas exigem que se transporte tudo o que se aprende para a realidade, o que torna o desafio interessante. Os professores são mais exigentes e por vezes não tão pacientes como os do secundário. No entanto, a universidade é mais acolhedora, em todos os sentidos, e é o local onde o estudante vai descobrindo a sua independência.
Que qualidades e competências consideras essenciais para ter sucesso na universidade?
Miguel: Ser aplicado, trabalhador, empenhado, dinâmico, criativo e resistente para aguentar as noites da Queima.
Paula: As qualidades e competências que considero mais importantes são, como referi anteriormente, a gestão do tempo (por vezes as frequências e os trabalhos estão compactados numa semana), a autodisciplina, a motivação e o entusiasmo.
André: Acho que a principal qualidade/atitude a ter é a vontade de aprender, que passa um pouco pela autoconfiança, determinação e uma boa dose de espírito de sacrifício. Quando realmente queremos aprender, as coisas tornam-se mais fáceis.
O que destacas no teu curso?
Miguel: Do meu curso posso destacar as aulas no campo, pois as cadeiras com maior vertente prática são sempre as mais entusiasmantes e convidativas. A nível de saídas profissionais, existem empresas e associações atrás de licenciados para fazer trabalhos!
Paula: O curso é muito completo. Muitas das aulas eram divididas numa parte teórica e noutra prática, onde íamos para o campo ou para o laboratório.
Este é um trajeto que penso ser muito importante para o mercado de trabalho, e continuo a ser muito valorizada por isso.
André: No meu curso existe a possibilidade de trabalhar com animais de “quinta”, mas também me abre a porta para toda a área vegetal, o que torna o leque de escolhas em termos de mercado de trabalho bastante alargado. Destaco as disciplinas práticas, que me têm dado a conhecer técnicas das diferentes secções da área agro-pecuária, e me têm surpreendido com experiências únicas.
Que conselhos podes dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Miguel: Se gostam de andar pela natureza e contactar com ela, este é um bom curso.
Paula: Hoje em dia, da maneira como está o mercado de trabalho e com a competitividade que existe, penso que este curso é uma mais-valia. Vai proporcionar trabalho.
André: Esta área é bastante apaixonante e cheia de aventura. Trabalhar com a natureza é definitivamente algo desafiante e compensador, e a agricultura é a chave para muitos dos problemas de países onde a fome ainda prolifera.
[Fotos: cedidas pelos entrevistados]