Para Jorge Reis, Engenheiro de Industrialização, esta é uma das grandes mais-valias da sua formação. No entanto, é também “uma das maiores dificuldades dos recém-graduados”. O segredo? Participar em iniciativas que te façam refletir sobre as tuas capacidades e qualidades!
Nome: Jorge Reis
Empresa e Atividade: Bosch Termotecnologia, S.A.
Estágio que realizou: N.A. – Engenheiro de Industrialização, Departamento Técnico
Formação: Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica na Universidade de Aveiro
Como surgiu a oportunidade de fazer o seu estágio?
O meu processo de recrutamento para a Bosch decorreu quando ainda frequentava o último semestre na universidade e terminava a minha dissertação de mestrado. O processo teve início com o Roadshow #joinBosch, no qual fui selecionado pela minha prestação no pitch. Depois participei no Bosch Experience Day, um dia dedicado ao conhecimento sobre a Bosch e a atividades com técnicos especialistas nas áreas de engenharia. Após a entrevista realizada no Bosch Experience Day foi-me dada a oportunidade de assinar contrato e integrar a Bosch com as funções que desempenho atualmente.
Durante o período de mestrado, as nossas capacidades são direcionadas para a procura autónoma de informação, bem como para o estímulo da capacidade de análise técnica e tecnológica. Isto permite-nos apresentar soluções inovadoras e economicamente viáveis, o que torna os graduados em Engenharia Mecânica pela UA bastante atrativos para o mercado de trabalho.
Tendo em conta o seu curso, que mais-valias traz o contacto com as empresas? E no seu mestrado, concretamente, o que destaca neste aspeto?
Um contacto inicial com as empresas é fundamental na determinação do início da carreira. Como o mestrado que tirei é bastante generalista, abrange bastantes áreas da engenharia, o que me proporcionou um largo espetro de opções profissionais. É por isso que a transversalidade de conhecimentos que universidades como esta nos proporcionam é uma das mais-valias da minha formação. Porém, é também uma das maiores dificuldades dos recém-graduados. A definição concreta de uma função a desempenhar é um passo para o qual nem sempre estamos preparados. Neste sentido, iniciativas como a da Bosch fazem-nos pensar e refletir nas nossas capacidades e qualidades e, acima de tudo, acompanham-nos no processo de transição da vida académica para a vida profissional.
O que é que aprendeu na sua licenciatura que se revelou fundamental para esta relação com o mercado de trabalho? E o que aprendeu no mestrado que não aprendeu no curso?
O meu curso é um mestrado integrado, ou seja, o plano de estudos está construído de forma a ficar completo apenas com a obtenção do grau de mestre. Na licenciatura é-nos dada uma formação em ciências base e ciências da engenharia, que nos transmite uma capacidade de aplicação de conhecimentos com vista ao trabalho autónomo e sistemático, e que vai ao encontro das nossas expetativas e vocações. Este é, sem dúvida, um pilar fundamental da nossa formação. Durante o período de mestrado, as nossas capacidades são então direcionadas para a procura autónoma de informação, bem como para o estímulo da capacidade de análise técnica e tecnológica. Isto permite-nos apresentar soluções inovadoras e economicamente viáveis, o que torna os graduados em Engenharia Mecânica pela UA bastante atrativos para o mercado de trabalho, principalmente em cargos de liderança e responsabilidade técnica. Atualmente, estas são algumas das características que empresas como a Bosch valorizam.
Em seu entender, do que precisa um jovem na transição da universidade para o mercado de trabalho?
Do ponto de vista técnico, as universidades portuguesas constroem planos curriculares completos e adequados às necessidades das empresas nacionais e do mercado no geral e, ao contrário do que seria de esperar, no período de transição para o mundo profissional, a maior necessidade prende-se com as competências pessoais e sociais. Os chamados softskills representam grande parte da impressão que os jovens transmitem aos recrutadores e possíveis futuros colegas de trabalho ou chefia. Atualmente, já são alvo de uma maior atenção por parte das universidades e associações académicas que, cada vez mais, organizam workshops e formações que complementam em grande parte a formação académica. Acima de tudo, acredito que os jovens têm de se posicionar do lado do futuro empregador e pensar no que ele está à espera de receber com a integração de um novo colaborador na sua organização. Assim, dentro das suas qualidades, os jovens podem então adotar uma postura que lhes permita evidenciarem-se e corresponderem ao que é pedido pelo mercado.
Que desafios vão encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
Os desafios são muitos e das mais variadas naturezas. Tudo depende do tipo de função que desempenhamos; se esta possui um cariz técnico ou um cariz de gestão. Claro que nem tudo se resume a engenharia ou gestão e nem a engenharia se resume apenas a um projeto ou produção. Há toda uma variedade de tarefas, funções e carreiras que os jovens podem encontrar no mercado de trabalho, com desafios inerentes, como a capacidade de gerir, decidir, aconselhar, dimensionar, delegar, construir, avaliar e até testar. Estas são algumas das qualidades que mais são postas à prova no dia a dia e estão, normalmente, aliadas à pressão dos timings e dos custos que o mercado exige, levando à necessidade de um grande sentido de autonomia e de análise das mais variadas situações.
[Foto: cedida pelo entrevistado]
[Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2016/17 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.]