ASPEA apresenta projeto Be Butterfly Friendly
Joaquim Ramos Pinto, Presidente da ASPEA e Clarisse Ferreira, vice-presidente reuniram-se com Chang, Tsung-Che, representante de Taiwan no Centro Económico e Cultural de Taipei em Lisboa, para formalizar o apoio de 1.379,35€ do do Forestry and Nature Conservation Agencie de Taiwan. Um apoio que será utilizado durante este e o próximo ano, no âmbito da gestão e execução do projeto Be Butterfly Friendly, na aquisição de equipamentos e materiais, em saídas de campo, contando, ainda, com recursos humanos em regime de voluntariado.
Este é um projeto piloto que se inicia na região da grande Lisboa, nas escolas do concelho de Oeiras, mas que pretende ser alargado a nível nacional. O objetivo geral centra-se na sensibilização para a proteção e conservação dos polinizadores, reconhecendo a importância, causas e consequências do seu declínio. As saídas de campo e visitas exploratórias nas hortas pedagógicas e biológicas são tidas como estratégias de promoção da Educação Ambiental.
Na primavera de 2024, estão planeadas sete saídas de campo para dar a conhecer os insetos em geral e os lepidópteros – um dos grupos de insetos mais bem estudados devido, principalmente, ao facto de serem populares entre as pessoas e relativamente fáceis de identificar – em particular, polinizadores da Quinta de Recreio do Marquês de Pombal e das Hortas Pedagógicas e Biológicas, aos alunos das Escolas de Oeiras, fomentando a Educação Ambiental.
Na Europa, assiste-se a um acentuado declínio dos insetos sendo vários os fatores em causa, por exemplo: a perda e/ou fragmentação de habitat, a relação que possuem com a sua planta hospedeira, as alterações climáticas, a utilização crescente de pesticidas e fertilizantes sintéticos associados à agricultura intensiva, ação de espécies invasoras como a vespa asiática, entre outros.
Os Censos de Borboletas de Portugal que permitem a obtenção de registos e retirar conclusões sobre a flutuação das espécies de borboletas diurnas apenas estão implementados há 3 anos. Em Portugal, os insetos também estão em declínio. Na Europa existem registos de pelo menos 30 anos, onde a cultura de monitorização é uma prática já assumida pelos cidadãos.
Os objetivos do projeto vão ao encontro da Diretiva Quadro da Água e Diretiva Habitats, aos princípios da Carta da Terra e Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. Desta forma, o projeto pretende dar a conhecer a importância dos polinizadores e a sua relação com as plantas hospedeiras, nomeadamente das borboletas diurnas (Ropalóceros), bem como, a realização da monitorização, através das saídas de campo e criação de um jogo do tipo de Escape Room e de um livro digital. Os dados obtidos serão lançados para as plataformas do Biodiversity4all e do Projeto Rios.
Este projeto, de dimensão regional, aplicado como projeto piloto no Concelho de Oeiras, pressupõe compromissos e parcerias com entidades governamentais e está alinhado com a Convenção para a Diversidade Biológica (CBD), a Estratégia da UE para a Biodiversidade 2030 para os polinizadores tendo por base o colaboração e orientação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ainda, com as Estratégias Nacionais de Educação Ambiental (ENEA), e da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) e com o Pacto Ecológico Europeu.
Na Europa, o programa «do Prado ao Prato» dá resposta à meta da UE em reduzir a utilização de pesticidas em metade e reforçar a área de agricultura biológica em, pelo menos, 25%, até 2030.
Be Butterfly Friendly pretende promover a investigação, a avaliação e monitorização dos polinizadores, aumentar a consciencialização e transferência de conhecimentos, melhorar ferramentas de avaliação para apoio à tomada de decisão e implementar, práticas amigas dos polinizadores, numa fase piloto, na rede das hortas escolas de Oeiras.