Com um novo ano letivo a iniciar, fomos conhecer os pilares e valores, em que assenta o Agrupamento de Escolas de Benavente, através da visão do diretor, Mário Santos, bem como saber quais os objetivos para este novo ano. Quando se espera retomar parte da normalidade, e que as escolas possam ser um espaço de partilha de valores e de aprendizagens presenciais.
Estamos no início de um novo ano letivo, este ano está marcado pela recuperação de alguma normalidade pré-pandemia, contudo, existe a necessidade de colmatar lacunas a nível da aprendizagem e a nível social devido aos dois anos letivos anteriores terem sido afetados pelos confinamentos. Como é que o Agrupamento de Escolas de Benavente preparou este ano letivo?
Estamos a trabalhar para que este seja um ano o mais normal possível, sendo que o normal é relativo, mas o mais semelhante ao que a escola deve ser, e era antes da pandemia. Nos dois anos anteriores fomos obrigados a enviar os alunos para fora da escola, e dissemos-lhes “Venham à escola ter aulas e façam tudo o resto em casa, não participem nos projetos, não se envolvam uns com os outros. Não estejam na escola para bem da saúde de todos.” Isto é algo terrível de se fazer e vimo-nos obrigados a transmitir uma mensagem que é oposta àquela que nós, normalmente, transmitimos aos alunos. Agora estamos a tentar recuperar tudo o que tínhamos, todos os projetos, as atividades, aquilo que achamos que é a vida da escola, e no fundo aquilo que nos leva às aprendizagens informais que todos fazemos, que vão muito além das aprendizagens feitas na sala de aula. Com a experiência que temos, sobretudo, do ano anterior, com a organização da escola e as regras de segurança, estamos a incentivá-los a participarem nas atividades, nos projetos e a e envolverem-se, mas este é um processo contínuo.
Esta rubrica intitula-se de “ADN das Escolas”, precisamente para darmos a conhecer aos nossos leitores, os pilares e valores que caracterizam e distinguem cada escola. Assim, como define o Agrupamento de Escolas de Benavente?
Temos em vigor um novo plano de Inovação que, além de nos permitir ter uma organização do tempo diferente, assenta em quatro pilares: a Democracia, o Digital, o Ambiente e a Saúde. Ao longo dos anos, as várias disciplinas vão estando organizadas em oficinas diferentes, respetivas a cada área que mencionei anteriormente. Com este plano, as disciplinas vão deixar de estar tão confinadas nas suas matérias e vão interligar-se, por exemplo, dentro da oficina da Saúde, temos as disciplinas de Educação Física, Matemática e Ciências Naturais que terão, agora, horas em comum e que vão trabalhar todas na mesma oficina. Esta será uma disciplina nova, com uma avaliação própria e que terá três professores, respetivos às três disciplinas que enumerei. Vou dar um exemplo prático para que se compreenda melhor em que consiste esta inovação, quando em Educação Física se realizarem testes físicos, na Matemática poderão trabalhar-se esses resultados, enquanto simultaneamente, estamos a abordar temas como a alimentação e hábitos de vida saudáveis, que correspondem a temáticas abordadas nas Ciências. Unem-se assim os conhecimentos de várias disciplinas e dá-se origem a disciplinas novas.
Deste modo transmite-se aos alunos a mensagem de que as disciplinas não são “ilhas”…
A expressão é exatamente essa. Nós próprios não somos ilhas, deste modo, as disciplinas também não o são. O conhecimento não é tão compartimentado, como por motivos de organização, é organizado nas escolas. A ideia é que este ano, consigamos assentar a escola nestes quatro pilares e, deste modo, trabalharmos neste conjunto de disciplinas, fazermos esta interação e transmitirmos esta mensagem aos alunos.