Paulo Sousa, nascido e criado em Coimbra, é atualmente um dos cantores mais promissores da sua geração. Com apenas 29 anos, já foi considerado Artista Revelação pelo Quinto Canal e pelos Trend Music Awards. Foi também a voz do hino do MEO Sudoeste 2016 e vencedor dos Kid’s Choice Awards, como Internet Star Favorita de 2020 pela Nickelodeon.
O artista conta ainda com um álbum de seu nome “Teu” e vários singles, que são, regularmente incluídos nas bandas sonoras de novelas, e passam na rádio com frequência. Paulo Sousa foi ainda Finalista da 6.ª edição do Ídolos da SIC, o que ajudou a lançar a sua carreira.
Como é que a música surgiu na tua vida?
Diria que foi aos 4 anos, altura em que os meus pais me puseram em aulas de órgão. A música sempre esteve presente lá em casa, até porque os meus pais são professores do 1.º ciclo, mas foi só
na altura do secundário que comecei a cantar.
Sempre quiseste seguir esta área?
Não! À semelhança dos meus pais, queria ser professor! E tirei a Licenciatura e o Mestrado nesse sentido. Nunca larguei a música, mas não era pelo mundo das artes que achei que iria enveredar!
Quando falamos de artistas portugueses, quem são as tuas maiores referências musicais?
Diogo Piçarra, Rui Veloso, Carolina Deslandes, João Pedro Pais, entre muitos outros!
Como foi conciliar a tua veia artística com a tua licenciatura em educação básica? Nunca pensaste em desistir do ensino superior e dedicares-te em exclusivo à música e ao YouTube?
Durante a licenciatura foi relativamente fácil. Sempre fui um aluno de excelência, pelo que tinha os meus objetivos bem traçados e não era – nem nunca foi – uma opção não terminar o curso, viesse o que viesse!
O que te fez criar um canal no YouTube e qual foi o feedback quando colocaste o teu primeiro vídeo no YouTube?
Na altura fui motivado pela Ana Free e a Mia Rose que, apesar de não estarem em Portugal, faziam vídeos para o YouTube, e eu pretendia saber qual era a sensação de
colocar um vídeo nessa plataforma e ter um feedback imediato. Eu sabia que era afinado (por ter formação musical) mas daí a cantar… há diferenças!
Tornares-te um Youtuber famoso, fazia parte dos teus planos? Era algo que ambicionavas?
Na “minha altura”, nem se ouvia falar do termo “youtuber”. Acho que isto responde à pergunta. Não se ganhava dinheiro (em Portugal), não se ganhava nada e, tão pouco, se falava sobre este Mundo. Mal se sabia o que aí vinha!
Que mensagem podes deixar, a quem pretende criar um canal do YouTube hoje em dia?
Está difícil. A plataforma tem vindo a decrescer no que toca a youtubers portugueses a se dedicarem por completo mas, os que realmente se destacam, primam pela originalidade. São conteúdos que só eles fazem. Com uma linguagem própria. Com um estilo marcado. E isso marca a diferença.
Em 2012 participaste no Fator X, na SIC, o que é que sentiste quando estiveste a cantar “em frente” a Portugal a primeira vez?
Para ser sincero, acho que estava tão nervoso que mal me lembro. Só ao ver o vídeo no YouTube é que sei que aconteceu, mas, por alguma razão (nervosismo máximo, deduzo!) tenho poucas memórias. Já do Ídolos, tenho bastantes, mas também era mais velho.
Passados 3 anos, arriscaste ir ao Ídolos a solo e foste um dos finalistas, o que é que essa experiência trouxe à tua vida?
Uma mudança completa. Já tinha terminado o Mestrado, estava já a trabalhar num centro de estudos, em Braga, quando decidi concorrer ao casting. Até hoje, não voltei a “ser professor” mas o bichinho continua aqui.
Quase todas as tuas músicas falaram sobre o amor. Quem foram as tuas grandes inspirações para as compores?
Geralmente eu co-escrevo. O meu forte é a interpretação e a parte melódica. A composição em si, na sua generalidade, anda de braço dado com o meu melhor amigo – compositor e cantor – Pedro Gonçalves.
“Teu” é o nome do teu primeiro álbum, que logo na primeira semana atingiu o 1º lugar do top nacional de vendas. Qual foi a tua reação?
De incredulidade! Não fazia ideia que seria possível e, como tal, nem era um objetivo, por achar que seria tão irreal. Fiquei muito, muito, muito contente e honrado pela posição!
Foi nessa altura que começaste a ser reconhecido na rua e a sentir o carinho do público? Como é que lidaste com essa exposição?
Foi tudo muito progressivo! O YouTube trouxe-me isso, em primeiro lugar, e a televisão veio massificar, naturalmente, esse reconhecimento. O facto de não ter sido “do dia para noite” ajudou-me a lidar com tudo de forma relativamente calma.
Lançaste recentemente o teu novo tema: “amar sem medos”. Como foi este lançamento, após mais de um ano de “pausa”? Algum receio acrescido?
Estava bem nervoso! Tive quase a sensação dos primeiros singles porque passou imenso tempo sem lançar nada. Ainda assim, o feedback está a ser ótimo e estou muito contente com os resultados!
Enquanto artista, o que é que a pandemia te levou a fazer? E o que sentiste mais falta?
A reinventar-me. Felizmente, nunca larguei a criação de conteúdos para as diferentes redes sociais e, como tal, investi e debrucei-me mesmo no Mundo digital para compensar o desastre que o setor artístico estava (e ainda está) a viver.
Qual foi o maior desafio profissional a qual te propuseste?
Talvez o lançamento do meu álbum. Pelo investimento, pelo tempo dedicado e pelo medo que não corresse bem ou que não atingisse as expectativas da minha equipa.
Como é que lidas com os comentários negativos/ de ódio nas redes sociais?
Ignorando-os. Não me afetam, verdadeiramente.
Qual a rede social em que mais gostas de trabalhar e porquê?
Neste momento, o TikTok por ser um conteúdo rápido, divertido e com grande alcance.
Qual a razão do teu sucesso?
Acho “sucesso” uma palavra demasiado grande para definir o que tenho vindo a conquistar. Mas gosto de acreditar que me seguem não só pela minha arte, mas também pelo que sou e pelo que tento transmitir todos os dias.
O que ninguém sabe sobre ti? (que possas partilhar connosco)
Poucos sabem que meto ketchup em todas as refeições (todas!), seja peixe, carne, batata cozida, assada, frita, tudo! Até na lasanha.
Qual foi a melhor coisa que disseram sobre ti?
Quando me dizem que estão comigo há imenso tempo. Que me ouvem desde o YouTube e que continuaram a seguir o meu trabalho. Que os anos vão passando e que me continuam a ouvir.
Com quem é que gostavas mesmo de cantar e ainda não tiveste oportunidade? Já cantei com o Diogo Piçarra, mas gostava de, um dia, ter uma música com ele.
Há algum sonho por concretizar?
Tantos! Mas como um bom sonho preza, ficam comigo. Durante a pandemia investi e debrucei-me mesmo no Mundo digital para compensar o desastre que o setor artístico estava (e ainda está) a viver.