Cada pessoa traça o seu percurso e escolhe o seu caminho, mas o nosso enriquecimento pessoal e profissional passa também pelo conhecimento adquirido, através da experiência de outras pessoas. Conhece o ensino profissional, pela voz de quem lá esteve, em escolas, cursos e épocas diferentes.
Helder Santos, Escola Profissional da Campanhã
O meu percurso começa de forma muito positiva, com uma turma excelente e na qual rapidamente se construiu um grupo de amigos, até hoje. Os professores que tive tinham, na sua maioria, uma proximidade com alunos que não se via nas outras escolas. Desde o início que me senti em casa. Quanto ao curso, no ano em que entrei, 1998, só existia o curso de Informática e Gestão, mas hoje existem também os cursos de CEF, Operador de Informática e os cursos profissionais de Turismo, Marketing e Multimédia. Sentes que o teu curso foi essencial para o teu desempenho profissional? Sem dúvida que sim. Só depois de começar a trabalhar é que me apercebi da verdadeira importância que algumas matérias, e sobretudo, no meu caso, a PAP (Prova de Aptidão Profissional) tinham no meu dia a dia como profissional. Hoje em dia, o facto de existir um estágio curricular reforça a importância do curso. Voltarias a realizar o mesmo percurso nesta instituição ou mudarias alguma coisa? Claro que sim, voltaria à escola Profissional de Campanhã que me formou e me ajudou a ingressar na vida ativa, pois foram anos fantásticos que ali vivi. O que eu mudaria, comparando com os meus tempos, a escola já o fez: apostar em estágios de valor de forma a potenciar a empregabilidade do curso, algo que não tive, mas que sei que existe atualmente.
Ricardo Farinha Ex-aluno da Escola Profissional Gustave Eiffel
Eu tirei o curso de TEAC (Técnico de Electrónica Automação e Comando) na Escola Profissional Gustave Eiffel, o meu curso termina com um estágio curricular numa empresa, e apresentação da Prova de Aptidão Profissional, desenvolvida no decorrer do ano letivo. A empresa na qual eu fiz o meu estágio, já tinha entrado em contacto comigo, com uma proposta de trabalho, mas eu queria prosseguir os estudos e ir para a faculdade – algo que eu não queria antes de fazer este curso – como não consegui entrar logo, aproveitei para fazer um gap year enquanto me preparo para entrar no próximo ano letivo. Hoje já existem várias formas de entrar para a faculdade, como vagas específicas para cursos profissionais e também os SCTeSP (Cursos Técnicos Superiores Profissionais), mesmo estando focado nos estudos e havendo a COVID-19, tenho recebido várias propostas para entrevistas de emprego na minha área, de empresas mais recentes que querem formar uma nova equipa, e de empresas mais antigas que procuram aumentar ou renovar os trabalhadores.
Rúben Vitorino Aluno da Escola Profissional Gustave Eiffel
No meu percurso escolar, inicialmente, tinha concluído o 10°ano em Ciências Socioeconómicas por gostar de economia, mas não era exatamente o que queria. Após entrar para o Curso Técnico de Comércio na Escola Profissional Gustave Eiffel, tive a oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos em várias áreas como o marketing e organização de empresas comerciais, sendo fundamental para abrir outras portas prosseguir os estudos num Curso Superior. A nível profissional, consegui adquirir várias técnicas e conceitos profissionais, para que, ao entrar no mercado de trabalho estar totalmente apto a exercer.
Natasha Teixeira Ex-aluna do INETE
Com 17 anos, não sabemos o que queremos da vida, apenas pensamos num objetivo: ser bem sucedidos, profissional e pessoalmente. A nível pessoal, o INETE permitiu-me fazer muitas aprendizagens, mas principalmente ajudou-me a saber escolher o caminho certo. Permitiu-me aprender, a saber optar, fez-me crescer, crescer com uma direção, com um propósito, e o meu era ser bem sucedida. Sinto que no INETE, criarmos estrutura, uma base forte, mais sólida, importante, antes de entrar na faculdade ou no mundo profissional. No meu caso sinto que me fortaleceu em ambas as vertentes. “O saber não ocupa lugar”, devemos sempre acreditar que somos capazes de fazer mais e melhor. Façam de vocês mesmos excelentes profissionais.
Jéssica Pinto Ex-aluna da Escola Profissional Gustave Eiffel – Técnico Comercial (Amadora Centro)
É sempre difícil reduzir a umas míseras linhas uma experiência que nos muda para sempre. Ter sido aluna da Escola Profissional Gustave Eiffel (Amadora Centro) foi a lufada de ar fresco que precisei após um período de ‘andar à deriva’ – era uma jovem tímida, retraída, mas durante os 3 anos em que frequentei a instituição, e com a ajuda dos ‘meus’ queridos professores e do estágio final, consegui desinibir-me e ser cada vez mais a minha melhor versão. Ter estado no Ensino Profissional não me impediu de ingressar no Ensino Superior; hoje sou aluna da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a frequentar o 2º ano da minha licenciatura. Não trocaria esta experiência por nada deste mundo.
Tiago Chiote Rodrigues Business Development Manager – Grupo Euronet Managing Partner – CS Solutions Trainer/ Formador – ECL
- Quando aos 17 anos decidiste entrar no Curso Profissional de Técnico de Vendas na Escola de Comércio de Lisboa, quais eram as expetativas?
A verdade é que as expectativas não eram muitas, vinha do 11º ano do ensino regular, um pouco perdido em termos de perspetivas futuras e sem saber muito bem onde estava, e para onde ia. Perante a minha desmotivação nessa altura, a minha mãe descobriu a Escola de Comércio de Lisboa (ECL) e viu nesta escola uma boa oportunidade de eu poder estudar matérias com as quais me identificasse, e com um nível de motivação acrescido decorrente da forte componente prática que um curso profissional tendencialmente oferece. Assim que comecei a estudar na ECL fui rapidamente ganhando perspetivas futuras, em particular direcionadas para a área comercial. No último ano do curso, já geria uma equipa de vendas “door to door” para a Sonaecom, na altura o produto era o Clix (venda de telefone, internet e televisão a nível residencial), saía das aulas às 18h e ia “bater portas” com a equipa que tinha criado, composta por colegas da minha turma e de outras turmas da escola. A entrada na ECL foi, sem qualquer dúvida, o ponto de viragem mais importante na minha vida académica e moldou o meu percurso profissional em início de carreira e até à data.
- Quais as competências sociais, profissionais e humanas que adquiriste no teu Curso Profissional?
É extremamente difícil explicar uma realidade que para além de não ser palpável é de uma grandeza inqualificável. É incrível a forma como a ECL consegue passar os seus valores aos alunos e, acima de tudo, a orientação que lhes dá a esse nível. As atividades e os projetos promovidos pela ECL e que envolvem alunos (muitas vezes até de turmas e anos diferentes), professores de áreas distintas, profissionais e empresários de variadíssimos setores de atividade, acaba por ser fundamental na aquisição de competências. No meu caso em particular – e embora pense que estas competências sejam transversais a qualquer pessoa que tenha estudado na Escola de Comércio de Lisboa, – diria que a ECL me incutiu competências como, saber trabalhar em grupo, respeitar o próximo, ter noções fundamentais ao nível do comportamento do mercado de trabalho, ter uma perceção clara dos vários agentes económicos do mercado, saber identificá-los e agir em conformidade perante alguma situação ou oportunidade que apareça. Penso que, acima de tudo, o rigor, a disciplina e a experiência a nível de projeto e trabalho que a Escola de Comércio de Lisboa incute aos alunos, prepara, adequadamente, qualquer jovem que acabe um curso profissional e inicie o seu percurso de vida laboral. O facto de a ECL ser uma escola plural a nível de alunos e corpo docente permitiu-me, também, saber como me apresentar ou comportar perante uma pessoa, uma situação ou uma empresa.