Ao longo de três décadas, a Magestil tem-se afirmado como um exemplo no panorama de ensino português. A escola comemora, em 2019, 30 anos de existência e a Mais Educativa esteve à conversa com a professora Carla Laranjeira, diretora de Comunicação e Relações Externas da Magestil, para conhecer melhor a realidade da escola.
Do início à atualidade
A Magestil surgiu, em 1989, para dar resposta a necessidades sentidas em determinados sectores do mercado português, sobretudo, as indústrias têxtil e da moda, que revelavam carências ao nível da formação de técnicos especializados.
Nessa época, Celeste Lé de Matos – fundadora da escola – procurou colmatar essas falhas com a criação da Escola de Moda de Lisboa. A aposta foi um sucesso e, a partir daí, a Magestil começou a formar profissionais em outras áreas carenciadas de técnicos.
O crescimento foi inevitável: Gestão e Comunicação foram dois dos cursos que surgiram em seguida e trinta anos depois, a Magestil prepara-se para, no ano letivo 2019/2020, integrar novos cursos de formação de técnicos.
“O curso de Desporto vai arrancar, no próximo ano lectivo, e Turismo e Gestão são dois cursos, que já tivemos e que agora vamos recuperar”, conta a diretora de Comunicação e Relações Externas.
O aumento da oferta formativa é um exemplo do crescimento que a Magestil tem conseguido fazer, de uma forma constante.
Em 2019, a escola promove cursos de Desporto, Turismo, Gestão, Design Gráfico, Auxiliar de Saúde, Fotografia, Design de Interiores e Exteriores, Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade, Apoio à Infância, Design de Moda e Coordenação e Produção de Moda.
A oferta formativa é pensada tendo em conta a realidade do mercado e adaptada ao mundo em que vivemos – em constante renovação e adaptação.
Na Magestil, ao longo dos anos, os alunos têm sido preparados para ingressar no mercado de trabalho, por isso, contatam, através de estágios curriculares, com o mercado mesmo antes de começarem a trabalhar.
Formar profissionais e Educar pessoas
O projeto educativo da Magestil assenta em três eixos fundamentais: educar para o conhecimento, educar para os valores e educar para o empreendedorismo.
“Para além de formarmos técnicos competentes, interessa-nos formar cidadãos ativos, críticos, empenhados e envolvidos com a sociedade em que vivem”, explica a professora.
Esta escola não ignora o facto de estar também a preparar pessoas e não apenas profissionais.
O modelo de ensino da Magestil desenvolve nos estudantes competências como: sentido crítico, criatividade, liderança, responsabilidade e autonomia. A escola já não usa campainha, e assim os estudantes adquirirem a responsabilidade de estar a horas nas aulas.
A cidadania é um aspeto valorizado pela Magestil – uma escola change maker – que procura envolver os estudantes na sociedade de modo a que atuem na “transformação do mundo à sua volta”.
A diretora de Comunicação e Relações Externas da escola considera “fundamental trabalhar estas competências, independentemente da área [de estudos]”.
A Magestil desenvolve ainda projetos que estimulam a capacidade empreendedora nos jovens; no entanto, a professora assevera que o mais importante são as competências desenvolvidas pelos alunos durante estes processos.
Proximidade com alunos, empresas e com a sociedade
Os alunos que procuram a Magestil são os que não se reveem no ensino convencional. Segundo a diretora de Comunicação e Relações Externas, os estudantes que procuram a oferta formativa da escola fazem-no porque procuram um método de ensino com base num acompanhamento de proximidade – que vá ao encontro daquilo que são as suas características pessoais, aproveitando as competências de cada um e desenvolvendo-as.
“Trabalhamos com um modelo de ensino com base em projetos e trabalho prático muito ligado à comunidade”, explica a professora.
A Magestil procura dar visibilidade ao trabalho dos alunos junto da comunidade, das famílias e das empresas. O eco-sistema da escola tem o estudante no centro e liga todas as áreas que o envolvem – família, sociedade e mercado de trabalho.
“Um aluno aqui não é um número, é alguém capaz de produzir, de criar e de criar valor”, explica Carla Laranjeira.
O “aprender fazendo” é uma das bases da Magestil; embora a escola também tenha aulas teóricas, a base está na prática. Por isso, os alunos são capazes de trabalhar e de criar produtos, que não se limitam às salas da aula e muitas vezes são partilhados com a comunidade e com as empresas das várias áreas.
“Os parceiros são muito importantes”, explica a professora, “ajudam-nos a criar uma rede de relações e de apoios que nos permitem dar visibilidade ao trabalho dos nossos alunos”, clarifica.
A relação direta com o mercado (empresas, organizações) permite que no final dos diferentes cursos, os alunos se sintam capazes de desempenhar as funções para as quais se prepararam na Magestil.
Para além disso, a empregabilidade de cada curso da Magestil é elevada, sendo que muitos dos alunos quando terminam o curso são, de imediato chamados, para ocupar vagar de emprego na área.
A escola também é sociedade
Os projetos desenvolvidos na escola pelos alunos não são apenas simulações. A Magestil torna-os reais e verdadeiros, aplicando-os nas empresas ou na comunidade.
São exemplo disso: a exposição do curso de fotografia no Lx Jovem, o desfile intergeracional, que surge a convite da Freguesia de Santa Maria Maior, o desfile na Embaixada de França ou o projeto anual de solidariedade “Amar é Agasalhar” – onde os alunos dos vários cursos são desafiados a oferecer um produto ou serviço, relacionados com as respetivas áreas, à comunidade (a causas, associações, etc.). O objetivo destas iniciativas é causar impacto na sociedade.
“Todos os trabalhos que são desenvolvidos no âmbito dos projetos que desenvolvemos na escola são trabalhos com visibilidade para o exterior”, reforça a professora. Este é um outro elemento diferenciador da Magestil – aplicado em todas as áreas.
Desfile de 27 de setembro de 2018:
O aluno é o ator principal
Os estudantes da Magestil têm um papel ativo na transformação do mundo. Para além de serem desafiados a tornarem-se profissionais qualificados, são estimulados a tornarem-se cidadãos ativos, responsáveis e autónomos.
Logo no primeiro ano, entendem que são agentes de transformação ao integrarem os projetos que envolvem toda a escola na produção de valor para a sociedade.
“[Os alunos] conseguem perceber que já estão a produzir algo que tem um impacto positivo na sociedade em que vivem e conseguem ser agentes de transformação aos quinze anos”, conta a professora, tomando como exemplo o projeto solidário “Amar é Agasalhar”.
São os estudantes da Magestil que coordenam todas as fases dos projetos, desde o contato com as entidades até à realização do produto.
Tudo isto acontece para desenvolver as capacidades nos alunos, que são os protagonistas das suas vidas e também da Magestil.
Nesta escola profissional, é o aluno quem decide. Um estudante finalista tem possibilidade de escolher o caminho que pretende trilhar após o final do curso: avançar para o mercado de trabalho ou prosseguir estudos através do ensino superior.
“Os alunos saem daqui com o 12.º ano e capazes de responder a um exame nacional”, afirma a professora, reforçando que para além de se tornarem técnicos profissionais são preparados para avançar para outro nível de estudos.
O futuro é Magestil
A escola vive mudanças constantes a que a realidade que vivemos obriga.
O próximo ano letivo da Magestil será a concretização do sucesso com mais alunos e uma nova dinâmica – trazidos pelo mais recente curso de Desporto.
Mas Carla Laranjeira defende que há trâmites que a escola vai manter: “apostar nesta diferenciação, apostar neste modelo de ensino voltado para a comunidade e para a realidade e continuar a acreditar que os nossos alunos podem ser agentes de transformação positiva da sociedade”.
A Magestil pretende continuar a dar visibilidade ao trabalho dos alunos e sobretudo a deixá-los escolher o seu futuro e o modo como querem aprender.
O futuro é Magestil, com certeza!