Alunos de Robótica da Escola de São Gonçalo, em Torres Vedras, desenvolvem projeto “TUPI – Todos Unidos pela Inclusão” para facilitar o processo de ensino da língua gestual.
Tupi é a máquina desenvolvida nos últimos dois anos, com a ajuda de professores, visa ensinar a língua gestual a qualquer pessoa. A inovação possui um hardware e software específico, que funciona como instrumento interativo de aprendizagem.
Jaime Rei, docente e coordenador do projeto de Robótica na Escola de São Gonçalo, explicou à Mais Educativa como surgiu este projeto: “Todo o projeto começou com três meninas (com idades entre os 13 e os 14 anos) e um rapaz mais velho, que deu assessoria à programação e reconhecimento de imagem. Necessitavam de alguém que soubesse língua gestual e na escola tínhamos uma menina de 11 anos, que até tinha vergonha de contar que dominava esta linguagem. Os pais são surdos por isso aprendeu a utilizá-la. É esta menina que ensina a língua gestual para reproduzir no robô. Ao mesmo tempo, as restantes ensinaram-a a programar. Há uma simbiose de conhecimento neste projeto.”
Fabiana Luiz, Carolina Cavaco, Maria Luís Costa, Eleonor Silva e David Antunes, todos alunos do 6.º, 7.º, 8.º e 10.º ano no Agrupamento de Escolas S. Gonçalo, em Torres Vedras, são os responsáveis pela criação do robô, desenvolvido nos últimos dois anos, com a ajuda dos professores.
Foi apresentado no Festival Nacional de Robótica 2019, em Gondomar, onde conquistaram o primeiro lugar na categoria Júnior OnStage e agora nos próximos dias 2 a 8 de julho, dirigem-se para a competição mundial RoboCup, em Sidney, na Austrália, para representar Portugal.
“Quando concorremos a estes concursos esperamos sempre o melhor. Estamos lá para ganhar. Tem pernas para andar e para ser um dos favoritos do campeonato e esperamos trazer mais um título mundial para Portugal.É um projeto inovador na robótica e reconhecimento de imagem, algo que ainda se faz pouco. Todo o movimento dos braços, das pernas, dos dedos, algo que ainda poucos robôs fazem, nesta altura de desenvolvimento da robótica”, afirma Jaime Rei.
O TUPI consegue converter palavras e letras em língua portuguesa para língua gestual, tendo sido criado com base na necessidade de unir a programação a um âmbito social, aplicando os projetos da escola à utilidade e bem da sociedade.
Não será só a equipa de Torres Vedras responsável por representar Portugal. Além dos vencedores do Festival de Robótica que possuem acesso direto ao mundial de robótica, as equipas que ficaram nos segundos e terceiros lugares também podem participar caso vençam a competição europeia do RoboCup.
A Universidade de Aveiro, conquistou o primeiro lugar na categoria Futebol Robótico Médio, uma das competições com mais fãs por todo o mundo, com a equipa CAMBADA.
Na competição Condução Autónoma (Autonomous Driving), a equipa Major Alvega, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto foi a vencedora premiada. A equipa MinhoTeam 2.0, da Universidade do Minho, ocupou o primeiro lugar na competição Robot@Factory. Os vencedores da categoria Robot@Factory Life foram os IPB@Factory do Instituto Politécnico de Bragança. Por fim, dentro das competições seniores, a equipa Augmented Colaboration, do INESCTEC, foi para casa vencedora na categoria Freebots.
Quanto à competição júnior, na categoria Futebol Robótico Júnior, a equipa AGSG-I, do Clube de Robótica do Agrupamento de Escolas de São Gonçalo de Torres Vedras, declarou-se vencedora. O primeiro lugar da prova Busca e Salvamento Linha foi dos Django, da Escola Profissional de Felgueiras e a vitória da competição Busca e Salvamento Labirinto foi da equipa CENFIM OAZ, do Centro de Formação Profissional da Industria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM).
Os Legend, do Colégio de Nossa Senhora do Rosário, venceram a categoria FreeBots Júnior, e os Barcelinhos Robotics RS, da Escola Secundária de Barcelinhos, deixaram a sua marca na prova Busca e Salvamento Simulação.
[Fotos: Escola de São Gonçalo]