Depois de se tornar conhecida como bailarina e cantora dos Buraka Som Sistema, a Blaya tem feito um sucesso inédito em nome próprio! Foi nomeada para os MTV EMAs e viu Portugal inteiro (e não só!) a cantar e dançar ao som dos seus hits.
A Mais Educativa falou com a artista para entender onde ela vai buscar tanta energia e inspiração!
Sempre soubeste que o teu futuro ia passar pela música ou ela surgiu como uma rota alternativa no caminho?
Sim, desde pequenina que sempre tive a certeza de que o meu futuro iria estar relacionado com as artes. Só não sabia se seria com a dança ou com a música e olha… Acabou por estar ligado a ambas (risos)! Sempre fui de ideias fixas. Música portuguesa, brasileira, ritmos africanos…
Onde vais buscar mais inspiração?
Ora bem, é isso tudo junto e misturado (risos)! Eu nasci no Brasil, vivo em Portugal há muitos anos, dou aulas de afro e – durante 8 anos – fiz parte de uma banda que tinha
algumas influências afro. Isso tudo faz de mim o que sou! Todas as coisas que já vivi e que fazem parte da minha vida. Depois claro, há o lado mais hip hop. Esse vem de quando eu comecei a escrever, aos 14 anos. É engraçado, porque nunca mais parei de escrever. Muitas vezes vou no carro, estou numa viagem de avião ou à seca no aeroporto e aproveito sempre para escrever. Basta ouvir uma frase engraçada ou acontecer-me qualquer coisa insólita (ou mesmo banal) que me faça escrever. Assim é fácil perceber que, basicamente, é o meu dia-a-dia que me inspira.
Se pudesses convidar alguém para fazer um dueto contigo, quem escolhias?
É uma pergunta demasiado difícil e à qual, sinceramente, não sei responder. Tal como disse, admiro muitos artistas nacionais e internacionais – dos mais diversos estilos de música. O Faz Gostoso foi um hit e todos sabem a letra! Além disso, é internacional e há muita gente lá fora a ouvir!
Qual o segredo desta música e onde nasceu a ideia para a escreveres?
Está música nasceu num writing camp, onde foram convidados vários artistas para escrever novas músicas para mim. O principal autor desta música é o Mc Zuka e ele já tinha o tema na cabeça. Depois, em parceria com o Tyoz, criaram a primeira parte. Finalmente, eu juntei-me à sessão e finalizamos a música. O instrumental é incrível, ajudou imenso ao sucesso em que se tornou e foi produzido pelos No Maka. Eles perceberam que aquele ritmo e aquela batida iriam ajudar-me a mostrar mais o meu lado brasileiro. Vem na Vibe e Má Vida são completamente diferentes uma da outra – mas foram ambas adoradas pelo público!
Como te sentes quando vês toda a gente a dançar e a cantar as tuas músicas?
É muito bom ouvir, desde os mais pequeninos aos mais velhos, tanta gente a cantar as minhas musicas. Nos concertos, quando vejo todos a cantar fi co mesmo muito contente. O facto de a minha música chegar às pessoas, de mexer com elas e de as fazer vibrar faz tudo valer a pena! Imagina quando estás em cima do placo e vês toda a gente super feliz, a dançar e a curtir a minha música… É quase como se estivesses a contribuir para que as pessoas que ali estão – pelo menos naquele momento – se esqueçam dos problemas e não pensem em mais nada.
Quais os artistas que mais admiras, no panorama português e internacional?
Eu admiro todos os artistas. Gosto de ouvir álbuns completos de artistas distintos e de estilos completamente diferentes – quer nacionais, quer internacionais – mas não vou conseguir eleger e dizer nome, senão…Nunca mais saíamos daqui (risos).
Quais as músicas que andam sempre na tua playlist?
Eu gosto de colocar usar o Spotify e ouvir os novos álbuns e novas músicas. O meu namorado é que – por norma – ouve sempre os mesmos temas, e eu acabo por ser muito influenciada (risos). De qualquer forma, há músicas que não podem faltar e que ouço muito -como Dj Telio, ProfJam, Dino, Imddb e Rosalía. Entre tantos outros artistas de quem sou fã! Eu Avisei: a música entrou cheia de power e convenceu os fãs logo desde o início!
Esperavas esta reação?
O Eu avisei é uma música que leva mesmo as pessoas a“tirar o pé do chão”. Mesmo aquelas que não querem! A intenção desta música não passa só pela letra, mas muito pelo Beat. Quando terminámos a música, a minha expectativa era mesmo esta: que toda a gente a dançasse! Afinal… Foi feita para
isso!
A tua Primeira Batida é uma faixa mais calma e emocional. Sentes-te confortável neste registo?
Completamente. Sinto-me super confortável, até porque este tema foi escrito com muito amor – por mim e pelo Zuka Riic. A música mostra uma outra faceta minha, completamente diferente – o que também é natural, já que se trata de um tema dedicado à Lau.
Qual é a parte mais complicada da fama?
Não acho que exista um lado complicado… Talvez a única coisa que me preocupe mais seja corresponder às expectativas de todo o público que segue a minha música e a minha carreira.
Os teus concertos são um local onde toda a gente é bem recebida, sem preconceitos nem distinções! Isso é algo importante para ti?
Sim! É muito importante ensinar e mostrar a todos que não há diferenças entre nós, que todos somos iguais, que todos gostamos de nos divertir, de dançar e de cantar. Nos meus concertos não há – mesmo – espaço para preconceitos e, por isso, vou introduzindo várias questões aos poucos e de forma natural. Faço isto com o objetivo de que cada pessoa que escolheu assistir áquele concerto perceba e interiorize que todos nós, no mundo inteiro – independentemente da raça, cor, religião, sexo e orientação sexual -, somos iguais.
E no futuro, o que podemos esperar da Blaya?
Podem esperar sempre muita música, dança e energia em palco! Já comecei a nova tour e esses três elementos não faltam… Nunca!
[Foto: Cedida pela entrevistada]