Djodje cresceu numa família de músicos e a música está presente na sua vida desde que se lembra! Tinha 10 anos quando lançou, pela primeira vez, um single: fê-lo em conjunto com a sua banda, os TC (da qual também fazia parte Ricky Boy).
Vai buscar inspiração a vários estilos musicais. Adora ouvir R&B, mas nunca se esquece das suas raízes: a música de Cabo Verde, país onde nasceu e cresceu, continua a influenciar muito o seu trabalho.
O seu novo hit, Vamos Fugir, conta com a colaboração de Cuca Roseta e já atingiu recordes de visualizações. A Mais Educativa teve Uma Chance para falar com o artista e quis descobrir de onde vem tanto sucesso.
Tens um novo tema com a Cuca Roseta, que está a ser um sucesso! Esperavas que fosse assim tão bem aceite?
Foi uma experiência muito agradável e surpreendente, principalmente por ela ter aceite. Eu compus a música, enviei-lhe e ela gostou muito. Geralmente, o mundo do Fado é um pouquinho mais restrito, não é costume ver muitos fadistas a fazerem colaborações com artistas de outros estilos. Acho que foi inédito e acredito que tenha funcionado. A Cuca gostou e eu gostei, penso que isso foi o mais importante. O feedback está a ser muito positivo.
Também tens uma colaboração recente com o Jimmy P, A Fila Anda, que está aí a passar em todo o lado! Como foi esta experiência?
Não foi uma experiência nova, porque já tinha feito colaborações com outros rappers. Mas foi muito bom trabalhar com ele, sou um grande fã do trabalho do Jimmy P. Ele ouviu, gostou, gravámos e foi um sucesso.
A tua caminhada pelo mundo da música, começou cedo?
Venho de uma família de músicos. Desde miúdo, com os meus tios, os meus primos, os meus pais, que sempre me lembro de haver música. Nao consigo lembrar-me da minha vida sem ela. Comecei a cantar e a encarar a área com mais interesse e afinco quando tinha 9 ou 10 anos. Aí eu morava em Cabo Verde, na Cidade da Praia. Eu e os meus primos formámos um grupo: éramos os TC. Quando tinha 12 anos, gravámos o primeiro single e uma coletânea. A música chamava-se Voltar e teve muita aceitação na altura, não só em Cabo Verde como também fora, nas comunidades. A partir desse momento, percebemos que podíamos levar isto a sério.
E como se deu a tua transição da banda para uma carreira a solo?
Estive com o grupo até 2005, 2006 Eu era o mais novo. Depois, eles tiveram todos de sair de Cabo Verde. Foram estudar para fora. Uns vieram para Portugal, outros foram para o Brasil… Eu dei por mim lá sozinho. Então pensei “Não vou parar por causa disto!”. E tive de, quase que obrigatoriamente, seguir a minha carreira a solo! Em 2006 lancei o meu primeiro disco, intitulado …sempre TC.
Em 2007 conseguimos juntar-nos de novo, porque vim para Portugal estudar Audiovisual e Multimédia. Eles também já tinham terminado as suas formações. Aí gravámos um disco juntos, mas depois cada um seguiu a sua carreira a solo ou a sua profissão. Do grupo, quem continuou na música fui eu e o Ricky Boy. E já tivemos várias colaborações! Uma Chance, que fizemos com o Loony Johnson, foi uma música que explodiu e considero-a um pouco como uma viragem na minha presença no mercado português.
Quando estás nos concertos, que músicas é que o público mais pede?
Posso dizer que sou sortudo, porque há muitas músicas que o pessoal conhece! Desde Vai Embora, Txukinha, Uma Chance, Poderosa, Princesa, A fila Anda, Dói demais… Felizmente o público tem acompanhado os meus lançamentos e nos concertos dá para perceber isso, o pessoal canta do início até ao fim.
No início da tua carreira, quem foram os artistas que mais te influenciaram?
A grande influência da nossa geração foi o Craig David. É um cantor britânico que em 2000 lançou um disco, o Born To Do It, que nos influenciou a todos. Continuo a gostar bastante dele. Também tenho de referir o Usher e todo o R&B dessa época… Mas depois sempre ouvi outras coisas, como música tradicional cabo-verdiana. Tito Paris, Sara Tavares, Djavan. De uma forma geral, fui-me influenciando por vários estilos.
Se pudesses escolher um artista com quem partilhar o palco ou o estúdio, quem seria?
Sonhando em grande, Stevie Wonder.
O que não falta agora na tua playlist?
Estou a ouvir muito a nova geração do R&B. Khalid, Ella Mai, H.E.R…. Esse pessoal está a fazer boa música, trouxe um ar fresco ao R&B. Também ouço muito Hip Hop, J. Cole Kendrick Lamar, Eminem… Acabo por ouvir de tudo um pouco, gosto de música brasileira, de pagode, de Djavan. No que diz respeito a música portuguesa, tenho ouvido muito o novo disco da Carolina Deslandes.
É difícil para ti lidar com o fãs?
É tranquilo. Quando o pessoal me aborda, fá-lo de forma muito pacífica, com muito respeito. Tiramos uma fotografia, conversamos um bocadinho. Não há aquela loucura, aquela obsessão. Gosto que assim seja.
Quanto ao futuro, podes revelar-nos um pouco do que aí vem?
Não consigo dar datas específicas, mas o meu próximo álbum a solo vai sair brevemente. Também estou a preparar um grande concerto em Lisboa – em breve anunciamos o dia e o local. Estou focado nisso!
[Fotos: cedidas pelo entrevistado]