Coimbra, 3 da tarde. Um calor que faz parecer que o verão se prolongou e que estamos em agosto e não neste dia 2 de outubro.
O Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia vai-se enchendo de jovens de t-shirts coloridas – laranjas, vermelhas, verdes, azuis claras, azuis escuras, cinzentas. São as comunidades das seis escolas do Instituto Politécnico de Coimbra – Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC). Chegam todos a horas à Abertura do Novo Ano Letivo no IPC.
A tarde foi guardada para celebrar em família – afinal, existem bons motivos para o fazer: numa altura em que houve menos candidatos ao Ensino Superior, o Politécnico de Coimbra teve mais colocações. Em termos de número de alunos, alcançou o terceiro lugar a nível nacional. A nível regional foram os primeiros, entre as nove instituições de Ensino Superior.
José Conde, presidente do Politécnico de Coimbra, quis destacar a importância de sentido de união entre toda a comunidade do IPC “Não era tradição fazer uma sessão de abertura do ano letivo conjunta, com todas as escolas. Cada escola fazia a sua, mas já no ano passado fizemos assim. É importante em dois sentidos: transmite aos estudantes que estamos unidos e que queremos mudar positivamente o IPC, mas também mostra à sociedade envolvente que somos uma grande instituição e uma grande equipa.”
Com a chegada de um novo ano letivo, chegam também novos desafios. Segundo Jorge Conde, “Há que trabalhar em função daquilo que é o mais importante: os estudantes. Temos um conjunto de objetivos que passam pela reorganização interna dos serviços do Politécnico, com vista a garantir a melhoria dos serviços aos estudantes – melhores residências, cantinas e serviços académicos.”
O público já cantava desde que chegou ao Pavilhão – cada escola entoava os cânticos próprios, que mostram o orgulho de ser novo aluno. Por vezes a ver quem mais se faz ouvir, outras – muitas – a uma só voz. Já quando a sessão iniciou, a música foi outra: os Dixie Gringos animaram os presentes com a sua boa disposição e o som do jazz que saía do trompete, do saxofone, do trombone e dos outros instrumentos que compunham a banda. Até chamaram pelo Herman – mas vamos com calma, que ele ainda se estava a preparar...
Depois, foi tempo da Representante dos Estudantes do Politécnico de Coimbra, Sofia Pedrosa, aproveitar o seu discurso para relembrar aos jovens presentes que esta é a melhor fase das suas vidas e que “da parte das Associações Académicas e de Estudantes, podem e devem exigir o apoio necessário. Esta é uma instituição que não estagna, é a solução para dar seguimento ao vosso percurso formativo.”
A Presidente do Conselho Geral do IPC, Filomena Girão, também interviu para dar as boas-vindas aos estudantes que agora se juntam a esta família. “Sejam bem vindos ao IPC. À ESAC, à ESEC, à ESTGOH, à ESTeSC, ao ISCAC, ao ISEC. Da serra ao mar, sejam bem-vindos a Coimbra. Usem a insígnia, sintam esta instituição. Partilhem dúvidas, dividam medos, compartam receios. Não se fiquem pela história, pela grandeza do passado. Exijam um IPC moderno, competente, inovador. Com ganas de ser IPC. ”
O discurso do Presidente do IPC chegou cheio de palavras de felicitação e de motivação para o trabalho que aí vem. “Aos que entram agora no primeiro ano, bem-vindos. Parabéns pela escolha! Às cinco centenas de estrangeiros, saibam que estão numa grande instituição – que vos saberá acolher com a mesma felicidade com que acolhe todos os outros.”
Para Jorge Conde, o futuro da instituição passa pelo foco no ensino de qualidade e nos estudantes. Há que fugir à desmotivação dos alunos, trabalhando sempre para evitar problemas e criar soluções – porque só com professores competentes e entusiasmados se criam alunos felizes. Segundo o Presidente do IPC, “Há que ser crítico, construtivo e construtor. Questionar tudo! Uma instituição dinâmica sabe que a água só passa uma vez debaixo da mesma ponte, sob pena de nos transformarmos num pântano.”
“Estamos a criar um Politécnico de que nos orgulhamos cada vez mais e a mudar a ideia deste sistema de Ensino que muitos ainda continuam a ver como o parente pobre do Ensino Superior – e que não o é. Queremos mostrar que as instituições se devem distinguir pela competência, pelo trabalho – e não pelo sobrenome que lhe atribuíram.” Jorge Conde, Presidente do IPC
O Politécnico de Coimbra tem uma forte intervenção na comunidade, que se reflete num conjunto de atividades em todas as suas escolas. Desde projetos ligados ao envelhecimento ativo até aos de transformação da indústria, nos últimos anos foi desenvolvida uma fortíssima ligação a toda a comunidade. “Visitamos um conjunto de estruturas da sociedade civil, mostramos o que estamos disponíveis a fazer e como pode a sociedade interagir connosco. O nosso trabalho é a nossa montra, a melhor publicidade para promover o Politécnico.”
Finalizadas as intervenções, chega o momento de humor. Herman José encheu o palco com o ser espetáculo One (Her)Man Show e mostrou como família que é família também ri em conjunto e não escolhe cores, idades, cargos nem posicionamentos geográficos – neste caso, rege-se pela dedicação ao IPC.
[Fotos: Mais Educativa]