Teres desenvolvido estas duas valências é obrigatório para seres capaz de responder às exigências do mercado de trabalho, de acordo com Ana Janela, estagiária e aspirante ao cargo de professora. Para ela, a experiência de um estágio na área do ensino é absolutamente fundamental.
Nome: Ana Bárbara Martins Janela
Empresa e Atividade: Estagiária na Escola Secundária Quinta das Palmeiras
Curso/Ano: 2º ano do Mestrado em Ensino de Português e de Espanhol no 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário na Universidade da Beira Interior
Objetivo Profissional: Seguir a vertente de Ensino nas áreas do Português e do Espanhol
Como surgiu a oportunidade de fazer este estágio?
Este estágio foi-me proporcionado pela Universidade da Beira Interior através do mestrado que estou a frequentar. Corresponde-lhe um valor em créditos e conta diretamente para a média final do mestrado.
Qual é a importância de um estágio, tendo em conta a sua área de atividade e o curso que tirou?
Na área do ensino um estágio é fundamental. Não quero com isto desvalorizar os estágios em outras áreas, mas sendo o ensino algo maioritariamente prático e ligado à transmissão de conhecimentos, considero que a parte teórica não nos prepara o suficiente para o futuro. Considero, no entanto, que o estágio e o relatório de estágio não deveriam ser parte do mesmo ano de mestrado, porque sobrecarregam os estagiários com a pressão de duas coisas com muito peso, que mesmo estando relacionadas exigem uma dedicação total e exclusiva.
Fale-nos dos primeiros dias em contexto profissional. O que aprendeu? Ao que é que teve de se habituar? O que mudou em si?
A primeira mudança que senti foi a vontade de assumir uma responsabilidade diferente, e uma necessidade de me integrar na comunidade escolar. No início, o maior desafio talvez seja a adaptação a uma grande quantidade de alunos e colegas e a um novo ambiente, e encarar o estágio como parte do dia a dia e ainda assim manter a ideia de que existe uma avaliação contínua em cada pequena tarefa pode tornar-se difícil.
A escola que me acolheu teve um papel importante na minha aprendizagem, e tanto as minhas orientadoras como as minhas colegas estagiárias mostraram-se sempre disponíveis para me apoiar, tornando o meu estágio mais rico e completo. Apesar de me considerar uma pessoa bastante autónoma e individualista, acredito que crescemos e evoluímos mais no ano de estágio através do trabalho em equipa, comparando ideias e partilhando conquistas.
“O mundo profissional exige maturidade e responsabilidade – enquanto que ser má aluna tem consequências para mim, ser uma má profissional prejudica os meus alunos.”
Ao dia de hoje, o que sente que vai levar deste estágio? Quais são as mais-valias de o ter feito?
Aprendi sobretudo a valorizar o trabalho em grupo, e que ser professora não se resume ao mero trabalho em sala de aula. É necessário ir para além disso, e este estágio proporcionou-me a oportunidade de conhecer as diversas atividades fora de sala de aula: Clubes, visitas de estudo ou mesmo o trabalho de preparação para as aulas. Todo este trabalho vai para além dos 90 minutos de contacto com os alunos, tempo para o qual somos preparados na universidade.
Adquiri meios e conhecimentos para ser uma profissional melhor no futuro e responder adequadamente às diversas necessidades dos alunos. Para além disso, lidei com alunos de diferentes idades – entre os 12 e os 18 anos – o que me permitiu conhecer as adaptações necessárias a cada nível de ensino.
Para fazer este estágio, fez uma licenciatura. O que é que ela lhe ensinou que se revelou fundamental para entrar no mercado de trabalho?
Acredito que a licenciatura me deu as bases teóricas necessárias, aprofundei alguns conhecimentos e adquiri outros.
Em seu entender, do que precisa um jovem para sair da universidade preparado para ser um profissional da área?
Acredito que o primeiro passo para se ser um profissional bem-sucedido é ter dedicação e gosto pelo trabalho que vamos fazer. Isto porque é necessário um esforço que vai para além do trabalho na universidade, devendo existir um trabalho autónomo e uma procura constante pela progressão e aquisição de novos conhecimentos e valências.
Que desafios vão os jovens encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
Daquilo que já pude experienciar, o principal desafio no mundo profissional é conseguir superar os restantes candidatos, devido à grande competitividade e ao aumento de qualificações na maioria das áreas que estão sobrelotadas. Uma outra questão é a maturidade e a responsabilidade que o mundo profissional exige – enquanto que ser má aluna tem consequências para mim, ser uma má profissional prejudica os meus alunos. Ser a melhor profissional possível será certamente o meu maior desafio e deveria ser o desafio de todos os milhares de estagiários que entram no mercado de trabalho.
[Foto: cedida pela entrevistada]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.