Quanto mais abrangente for a área de formação – e mais saídas profissionais proporcionar – mais importante se torna fazer um estágio, por forma a tomar uma decisão consciente e informada. Foi este o pensamento que levou a Maria Reis a fazer o seu, no setor da Educação e Formação, e o que encontrou foi um mundo novo e múltiplas aprendizagens.
Nome: Maria Reis
Empresa e Atividade: Equipa multidisciplinar da Educação Pré-escolar e Ensinos Básico e Secundário na Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC)
Curso/Ano: 2º ano do Mestrado em Educação e Formação – especialização em Organização e Gestão no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Objetivo Profissional: Gestora/Coordenadora de Formação
Como surgiu a oportunidade de fazer este estágio?
O 2º ano de mestrado pode ser completado através da redação de uma tese, da elaboração de um projeto ou da frequência de um estágio e elaboração de um relatório. Uma vez que não tenho muita experiência profissional na minha área de estudos, pareceu-me que a melhor opção seria optar pelo estágio, para poder conhecer o mercado de trabalho e o seu funcionamento e perceber que tarefas poderei vir a desempenhar no futuro.
Qual é a importância de um estágio, tendo em conta a sua área de atividade e o curso que tirou?
A formação em Educação e Formação (quer a licenciatura, quer o mestrado) é considerada um curso de banda larga, no sentido em que nos leciona diversas matérias – desde política ou economia às tecnologias – e nos habilita para diversas profissões. Deste modo, durante a frequência do curso apercebemo-nos de que são inúmeras as funções que poderemos vir a ter, daí que o estágio seja, na minha opinião, a melhor opção para tomar uma decisão mais consciente e informada na hora de escolher a nossa profissão.
Não posso também deixar de referir que as empresas valorizam muito a experiência, e que a frequência de um estágio é a melhor oportunidade de a termos ainda antes da entrada no mercado de trabalho.
“Esta licenciatura qualifica-nos enquanto profissionais e passamos a ser detentores do Certificado de Competências Pedagógicas, o que é uma enorme mais-valia porque nos posiciona como os futuros agentes do conhecimento, da atualização e da mudança.”
Fale-nos dos primeiros dias em contexto profissional. O que aprendeu? Ao que é que teve de se habituar? O que mudou em si?
Seria impossível enumerar todas as aprendizagens, principalmente nos primeiros dias do estágio, onde tudo é novo. Se tivesse que destacar os aspetos mais importantes, apontaria sem dúvida a dinâmica organizacional – pela primeira vez os colegas não são o grupo homogéneo a que estamos habituados: têm diferentes idades, diferentes funções e, dependendo dos sítios, uma hierarquia que temos de reconhecer. Quanto a aprendizagens mais técnicas, destacaria aquelas que têm a ver com o funcionamento do sistema educativo. Estar numa estrutura como a IGEC permite compreender a sua complexidade e funcionamento.
Tive ainda de me habituar a um ambiente mais formal do que aquele a que estava habituada, e a desenvolver a capacidade de gerir o meu tempo e de saber prioritizar tarefas.
Ao dia de hoje, o que sente que vai levar deste estágio? Quais são as mais-valias de o ter feito?
As mais-valias deste estágio são sem dúvida todas as aprendizagens que tive, mas essencialmente os profissionais de educação com quem tive a oportunidade de trabalhar, que em muito contribuíram para essas aprendizagens.
Para fazer este estágio, fez uma licenciatura. O que é que ela lhe ensinou que se revelou fundamental para entrar no mercado de trabalho?
A licenciatura em Educação e Formação qualifica-nos enquanto profissionais da área e passamos a ser detentores do Certificado de Competências Pedagógicas, o que, numa sociedade do conhecimento como a que vivemos hoje em dia é uma enorme mais-valia, porque nos posiciona como os futuros agentes do conhecimento, da atualização e da mudança.
Em seu entender, do que precisa um jovem para sair da universidade preparado para ser um profissional da área?
É necessário ser-se polivalente, capaz de se atualizar e ter a motivação para o fazer. Durante a licenciatura temos uma cadeira de Seminário de Integração Profissional em quase todos os semestres, para a qual temos de fazer trabalhos de campo. Isso coloca-nos, desde o primeiro ano, em contacto com o mercado de trabalho e desenvolve em nós importantes capacidades de interação com o mundo do trabalho e os seus profissionais.
Que desafios vão os jovens encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
Em primeiro lugar, toda a natureza e dinâmica das tarefas – a teoria é bastante importante mas a prática dá-nos também outras aprendizagens muito relevantes. Depois, o que já referi anteriormente, a capacidade de nos adaptarmos.
[Foto: cedida pela entrevistada]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.