É assim que o Gonçalo Pedro olha para a Saúde, e entende que isso obriga alunos e profissionais desta área a estarem sempre preparados. No curso de Enfermagem, este estudante valoriza a “estaleca” dada pela componente prática, e tem vontade de procurar sempre o bem estar do outro, para poder ter sucesso nesta atividade.
Nome: Gonçalo Pedro
Universidade/Faculdade: Escola Superior de Enfermagem São João de Deus da Universidade de Évora
Curso/Ano: 3º ano da Licenciatura em Enfermagem
Objetivo Profissional: Encontrar emprego em Portugal na área da enfermagem
Porque é que escolheste esta área de formação?
Sempre me identifiquei com a área da saúde, quer por influências familiares, quer por gosto pessoal. Acabou por ser a minha primeira opção. Mas a saúde é um mundo e muitas das vezes temos de descobrir a nossa própria vocação dentro desta área.
O que destacas no teu curso?
Considero que a licenciatura em Enfermagem é um curso exigente, por haver uma dinâmica e uma ligação constante entre a carga teórica e a carga prática. Na universidade onde estou inserido, os dois primeiros anos são dominados pelas unidades curriculares teóricas em que nos dadas as bases fundamentais para a prática da enfermagem. Por outro lado, os últimos anos têm uma componente mais prática, com vários estágios, preparando-nos para o mundo profissional. Considero esta distribuição bem feita, porque me dá a capacidade de chegar a um campo de estágio e ter noções básicas e fundamentais para as minhas intervenções.
Quando escolheste o curso, olhaste para o fator emprego? O que esperas que ele te proporcione na altura de entrar para o mercado de trabalho?
Mais ou menos. Eu ingressei no Ensino Superior em 2014, numa altura em que vários enfermeiros abandonavam o país em busca de uma vida melhor, não posso negar que tive estes fatores em consideração… Mas quando queremos muito alguma coisa, não podemos desistir. Hoje vejo a situação mais estável, embora alguns enfermeiros ainda abandonem o país, já são muitos os que terminam a licenciatura e conseguem arranjar trabalho em Portugal, o que me deixa com uma enorme satisfação e o sentimento de que tomei a decisão acertada.
“A procura do bem-estar do outro, quer seja ele físico, psicológico, social ou cultural é um dos fatores que deverá pesar na escolha desta área. Sem isso será muito difÍcil ter sucesso.”
O que muda do Ensino Secundário para o Ensino Superior?
Tudo. As dinâmicas de ensino são completamente distintas. Enquanto que no Ensino Secundário temos de nos focar em várias disciplinas distintas, o Ensino Superior preza-se mais pela ligação entre cada uma delas, isto pela experiência que tenho tido no meu curso. Por vezes a adaptação é difícil, mas nada que não se consiga superar.
Considero que o Ensino Superior também é bastante enriquecedor a nível pessoal, porque acabamos por nos tornar mais autónomos e independentes a vários níveis (pessoal, relacional, gestão financeira, entre outros), o que contribui para o nosso amadurecimento e desenvolvimento.
O que precisaste de fazer para te adaptares ao mundo universitário? Em que é que sentes que mudaste?
Nada. Sinto que as responsabilidades são cada vez maiores, mas como sempre me considerei uma pessoa responsável não acho que tenha sido uma mudança que adveio do mundo universitário. Porém, sei que há pessoas que sofrem grandes mudanças, sendo em geral para melhor!
Que qualidades e competências consideras essenciais para ter sucesso no Ensino Superior?
Ser focado, responsável, ter capacidade de lidar com imprevistos e saber gerir o tempo.
Na tua opinião, porque devem os jovens escolher esta área de formação?
Todos os dias a saúde evolui, e o que ontem era desconhecido, hoje poderá já não o ser. A investigação na área da saúde é constante, tendo os profissionais que estar preparados para isso. Assim, o meu apelo dirige-se a todos os estudantes que gostam de perceber o porquê de muitas questões relacionadas com a saúde. São eles quem deve ingressar nesta área, pois o interesse que têm vai motivá-los a trabalhar dia após dia, percebendo o propósito daquilo que fazem.
A procura do bem-estar do outro, quer seja ele físico, psicológico, social ou cultural é outro dos fatores que deverá pesar, pois sem essa componente será muito difícil ter sucesso.
[Foto: cedida pelo entrevistado]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.