Por mais de 11 mil vezes, os alunos foram convidados a sair da sala de aula, e isto em apenas 5,4% de todos os agrupamentos e escolas portuguesas.
Estes são dados do segundo estudo sobre Indisciplina em Portugal com dados das escolas, realizado em parceria com a Associação Nacional de Directores de Agrupamento e Escolas Públicas. E para o autor Alexandre Henrique, esta é apenas “a ponta do iceberg”.
Isto porque estes números referem-se apenas a 5,4% das escolas portuguesas, e a um universo de 53.664 alunos. Segundo o próprio, se a amostra abarcasse todas as instituições de ensino, o número seria superior a 206 mil participações disciplinares num só ano.
Este estudo apurou também que é no terceiro ciclo que se registam mais participações, e no primeiro onde há menos. No segundo período – entre o Natal e a Páscoa – há mais participações disciplinares, e no terceiro é quando há menos.
Segundo o autor, as escolas e os seus docentes “precisam de ajuda. É preciso reconhecer o problema, conhecê-lo por diferentes perspetivas e depois intervir de forma coletiva”, sustenta, defendendo ainda “a redução da carga letiva dos alunos e a dimensão das turmas” e a disponibilização de “formação específica sobre como mediar situações de indisciplina escolar”. Em alternativa, “apostar num regime de co-docência em turmas de maior insucesso escolar e/ou com problemas comportamentais” é outra das propostas apresentadas.
Estes inquéritos às escolas foram recolhidos entre os dias 18 de outubro de 2016 e 27 de janeiro de 2017.