Os alunos que estão a repetir o 9º ano têm piores resultados do que os seus colegas que nunca chumbaram. É esta a grande conclusão de um estudo desenvolvido pelo projeto aQueduto.
A partir de uma amostra de 7 países – Holanda, Luxemburgo, Espanha, Irlanda, Dinamarca, Portugal e Finlândia – os autores deste estudo desenvolvido pelo projeto aQueduto concluíram que chumbar “não parece contribuir” para que os alunos melhorem as suas notas, em nenhum dos domínios que foram avaliados: Matemática, Leitura e Ciências.
De acordo com este trabalho, que será hoje discutido no Conselho Nacional de Educação, os alunos que estão a repetir o 9º ano têm piores resultados do que aqueles que nunca chumbaram, em todos os domínios. Ainda segundo o estudo, são os melhores alunos que mais trabalham fora do horário escolar – cerca de 3 horas semanais a mais, sendo que é em Portugal que se verifica a maior diferença neste âmbito, de entre a totalidade dos países observados.
Numa perspetiva global, é a Finlândia que tem a menor carga de trabalho fora da escola (incluindo trabalhos de casa, explicações e trabalhos de pesquisa), mas é aos alunos mais fracos que exige mais esforço, uma doutrina seguida também pela República Checa, Dinamarca, Suécia e Polónia.
De resto, os sistemas de ensino divergem entre si consoante o país. Na Holanda e no Luxemburgo, por exemplo, os alunos que chumbaram (28%) não estão um ano atrasados como em Portugal, uma vez que o sistema lhes permite continuarem o seu percurso entre os colegas da mesma idade. Em Portugal, a taxa de retenção dos alunos repetentes é de 34%, enquanto que na Finlândia é de apenas 4%.
O projeto aQueduto: avaliação, equidade e qualidade em educação é uma parceria entre o Conselho Nacional de Educação e a Fundação Francisco Manuel dos Santos.