De tudo aquilo que uma experiência profissional te pode trazer, estas duas valências destacam-se de todas as outras, na visão do Luís Filipe Camelo. Para ele, se a licenciatura te dá as bases para a tua formação, é com um estágio que colocas em prática tudo o que te ensinaram, ao mesmo tempo que aprendes e descobres muito mais.
Nome: Luís Filipe Camelo
Empresa e Atividade: Estagiário na Ernst & Young Audit & Associados
Formação: Licenciatura em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão
Como surgiu a oportunidade de fazer este estágio?
A partir do momento em que iniciei a minha formação em Economia, preocupei-me em conhecer as melhores empresas da área. Nesse sentido, percebi rapidamente que a EY seria uma das empresas onde eu iria gostar de trabalhar, e fiquei atento às oportunidades de trabalho. Acabei por me candidatar a um estágio e, depois de todo o processo de recrutamento (testes e entrevista), fui acolhido pela EY.
“A realização de um estágio é, a meu ver, aplicar alguns conhecimentos absorvidos a priori, sendo uma experiência importante e indispensável a uma boa formação. É errado pensar que, com a saída do mundo académico, a formação termina.”
Tendo em conta o teu curso, que mais-valias traz a realização de um estágio? E no teu estágio, concretamente, o que destacas?
Em primeiro lugar, fazendo uma abordagem geral, vivemos num mercado bastante competitivo, onde tirar um curso numa boa faculdade é um fator determinante. A realização de um estágio é, a meu ver, aplicar alguns conhecimentos absorvidos a priori, sendo uma experiência importante e indispensável a uma boa formação. É errado pensar que, com a saída do mundo académico, a formação termina, pois numa primeira fase estaremos em contínua e intensiva formação.
Por um lado, o curso é uma porta de entrada ao estágio e a qualquer trabalho; por outro, e referindo-me à área da Economia, desenvolve a capacidade de fazer muito num curto espaço de tempo e de forma eficiente, o que se torna bastante interessante para a realização do estágio.
Quanto ao meu estágio, destaco o facto de este ter sido realizado numa Big Four, o que é excelente quer a nível de aprendizagem, quer a nível do currículo e de networking, o que tornou esta experiência bastante enriquecedora a nível pessoal e profissional.
O que é que aprendeste na tua licenciatura que se revelou fundamental para esta experiência profissional? E o que aprendeste no estágio que não aprendeste no curso?
A minha licenciatura em Economia, aliada à minha forte motivação e vontade de aprender, desenvolveram muito as minhas capacidades analíticas e a minha atenção ao detalhe, ao mesmo tempo que sinto ter desenvolvido características como a autonomia e a orientação para encontrar soluções inovadoras.
Assim, o estágio permitiu-me desenvolver uma forte ética de trabalho e habilidade de gerir o meu tempo eficientemente, e a ser mais exigente comigo e com os outros.
Em teu entender, do que precisa um jovem na transição da universidade para o mercado de trabalho?
Em primeiro lugar, acho que são necessárias uma grande força de vontade e muita persistência. Considero que a oferta existente atualmente é bastante homogénea a nível de formação (pelo menos na minha área), e que a diferenciação se faz através das atividades extracurriculares, sejam elas o desporto, a formação ou outros hobbies. Hoje em dia, está muito em voga também o voluntariado.
Acredito que a forma como o curriculum vitae é apresentado é determinante, sendo importante reunir toda a informação de forma curta e objetiva. Quanto às valências dadas pelo curso, é verdade que levamos connosco algum background, mas apesar dessa formação será o mercado de trabalho a ter o papel de nos especializar.
Resumindo, considero importante a proatividade e as atividades extracurriculares que permitam o desenvolvimento de soft skills como o trabalho em equipa, a flexibilidade e o pensamento crítico, tão procuradas pelas empresas.
Que desafios vão encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
O mundo profissional é bastante competitivo e diferente do académico. No mundo académico é possível falhar e recuperar facilmente, mas no mercado de trabalho essa recuperação é mais exigente. O desafio é, portanto, apresentar um nível alto e constante, o que por vezes poderá não ser fácil.
O início de carreira é também um desafio por obrigar, por vezes, a pensar que para alcançar um objetivo a linha reta pode não ser a mais rápida – por exemplo, para se trabalhar em Consultoria em grandes empresas, será mais fácil começar no ramo da Auditoria.
Por fim, trabalhar sob pressão, com a exigência de gerir o tempo de forma eficiente, é outro desafio bastante complicado.
[Foto: cedida pelo entrevistado]