Só há um caminho: mostrares que és o melhor naquilo que fazes. É esta a mensagem de Alexandra Silva, educadora de infância que aprendeu no Ensino Superior as bases para se tornar numa boa profissional.
Nome: Maria Alexandra Gonçalves Silva
Empresa e Atividade: Educadora de Infância na Santa Casa da Misericórdia de Portimão
Formação: Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1º Ciclo no Instituto Politécnico de Beja
Que atividade(s) profissional(is) desempenha atualmente?
Atualmente desempenho as funções de Educadora de Infância.
Sente-se realizado diariamente com a sua profissão? Porquê?
Sinto-me realizada, porque neste momento estou a fazer aquilo que gosto. Para além disso, como é o meu primeiro trabalho como educadora, estou muito motivada, pois todos os dias aprendo imenso. Em contrapartida, estou numa situação precária, porque me encontro a realizar um estágio profissional, sem saber se irei continuar na mesma instituição ou não. Cada vez mais, as empresas procuram este tipo de “contratos”, fazendo com que as perspetivas de um futuro trabalho sejam muito poucas. Dito isto, é importante que percebamos que esta área está muito lotada, e é importante termos os pés bem assentes no chão.
“A minha formação superior ensinou-me que a reflexão é essencial para sermos bons profissionais e fazermos tudo da melhor forma que sabemos, tendo a capacidade de sermos críticos connosco próprios.”
Que papel desempenhou a sua formação superior para hoje ser um bom profissional? De que forma é que o preparou?
A formação superior ajudou-me a ter uma pequena noção da realidade em que eu iria exercer funções, dando-me a conhecer vários factos teóricos que são a base para se ser um bom profissional. Facultou-me também várias ferramentas para posteriormente as utilizar, construindo o meu percurso profissional da melhor forma.
É importante salientar também que a minha formação superior foi fundamental para perceber a profissional que eu gostaria de ser quando começasse a exercer na minha área de formação, dando-me a oportunidade de contactar com diversas educadoras e perspetivas, que sem dúvida contribuíram para o importante papel que desempenho: Educar crianças tão pequenas. Para além disso, deu-me ainda a oportunidade de contactar com diversos contextos de ensino, mostrando-me também a profissional que, sem dúvida, não quero ser.
Em suma, ensinou-me que a reflexão é essencial para sermos bons profissionais e fazermos tudo da melhor forma que sabemos, tendo a capacidade de sermos críticos connosco próprios.
Em seu entender, o que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho?
O que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho são os estágios que fazemos ao longo do curso, que sem dúvida nos preparam para a realidade e nos dão competências que virão a ser úteis. Mostram-nos também diversas realidades, que nos permitem ter uma visão mais alargada das coisas e de certas situações mais concretas.
As cadeiras mais práticas que temos ao longo do curso, como as metodologias, são também fundamentais, para percebermos que temos de ter sempre objetivos para as atividades que realizamos, e que tudo tem um sentido, pois atividades avulsas não vão contribuir em nada para o desenvolvimento das competências das crianças.
No entanto, penso que existe uma grande distância entre aquilo que nos é ensinado para aquilo que a prática nos exige. Grande parte dos conteúdos do curso é de cunho teórico e não prático, o que dificulta a aplicação do conhecimento na vida profissional.
Que conselhos pode dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
O melhor conselho que posso dar é que se gostam realmente desta área de formação, arrisquem, porque não há nada mais compensador do que fazer aquilo que gostamos, lutando para sermos os melhores. No entanto, tal referi ao longo desta entrevista, sempre com os pés bem assentes no chão, para perceberem que não irá ser-vos dado um posto de trabalho de mão beijada, mas assim que conseguirem, façam de tudo para provar que vocês são os melhores e que são uma mais valia na empresa onde estão.
[Foto: cedida pela entrevistada]