A paixão pelo ensino levou o Pedro Pereira a estudar tudo o que lhe está relacionado. As Ciências da Educação, mas também a Gestão e a Administração das instituições, são áreas do saber que alimentam a sua vontade em trabalhar no âmbito educativo.
Nome: Pedro Duarte Barbosa Gomes Pereira
Universidade/Faculdade: Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto
Curso/Ano: Licenciatura em Educação Básica; Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico; Mestrado em Estudos Profissionais Especializados em Educação – Especialização em Administração das Organizações Educativas (1º ano)
Objetivo Profissional: Trabalhar em contextos relacionados com o ensino
Porque é que escolheste esta área de formação? Que planos tens para o futuro?
O grande objetivo que me moveu para este âmbito foi a aprendizagem e a diversidade de áreas científicas que lhe estão subjacentes. A Licenciatura e o (1º) mestrado abrangem e articulam diversos temas, tendo especial enfoque nas disciplinas específicas da docência (que podem ser traduzidas, de forma geral, em Ciências da Educação), bem como numa estrutura curricular que aborda um vasto leque de áreas científicas, o que é, sobre o ponto de vista da aprendizagem, extremamente enriquecedor.
Se explorar o presente mestrado, este relaciona-se muito mais com a área da Gestão e Administração, e permite compreender e refletir sobre os bastidores das instituições/organizações educativas.
Futuramente, espero continuar a trabalhar no âmbito do ensino, porque o ato de fazer aprender é, para mim, extremamente enriquecedor.
“A grande necessidade de adaptação ao Ensino Superior é reconhecer que não há um caminho único, nem uma única interpretação da realidade que se está a estudar, sabendo que o grande objetivo é pensar, refletir e conhecer múltiplas formas de encarar essa realidade.”
O que muda do Ensino Secundário para o Ensino Superior?
As mudanças entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior são substanciais e inegáveis. Mas penso que a maior diferença, e aquela com mais impacto nos estudantes, é a estrutura das disciplinas, que passam a ser tendencialmente semestrais, e que origina uma mudança de ritmo e de dinâmica.
Uma outra mudança recai na inexistência de manuais e de estruturas lineares de aprendizagem. Quando chegamos ao Ensino Superior replicamos os nossos métodos de estudo e de trabalho, e compete-nos, com o apoio dos professores, escolher as referências que utilizamos para o estudo, promovendo quase de forma autoritária a autonomia.
Por fim, há uma enorme diferença que é o próprio conceito de cada um dos ciclos de estudo. Se no Ensino Secundário se lida com o conhecimento de forma externa, o Ensino Superior é o local por excelência para a (re)construção de conhecimento.
O que precisaste de fazer para te adaptares ao mundo universitário? Quais foram as grandes diferenças que encontraste face ao secundário?
Penso, e também de acordo com o que já mencionei, que a grande diferença é a estrutura. Note-se que a grande necessidade de adaptação é reconhecer que não há um caminho único, nem uma única interpretação da realidade que se está a estudar, sabendo que o grande objetivo é pensar, refletir e conhecer múltiplas formas de encarar essa realidade.
Ainda que possa parecer um chavão, creio que a grande adaptação que se tem que fazer no Ensino Superior é, definitivamente, romper com qualquer pensamento dogmático ou estático.
Que qualidades e competências consideras essenciais para ter sucesso na universidade?
Em coerência com aquilo que tenho referido, penso que a grande competência que é necessária para ter sucesso é o pensamento crítico-reflexivo associado a uma real vontade de aprender. Ainda que não tenha forma de negar que, em algumas circunstâncias, a memória também é precisa.
Portanto, face ao que tenho dito, à chegada e durante o Ensino Superior temos que ser capazes de refletir sobre o que estudamos e, em alguns casos, ter a liberdade e a integridade académica de criticar.
O que destacas no teu curso?
Nos cursos que frequentei e a cultura específica da ESE, há uma tentativa de não limitar a formação ao mínimo, mas de tentar relacionar e abranger o espectro do que estudamos com o que/como trabalhamos. Por sua vez, a estruturação curricular dos cursos, mas também o trabalho ao longo dos anos, permitem o desenvolvimento de competências fundamentais como o trabalho colaborativo; o pensamento crítico, a possibilidade/necessidade de se aprofundar o que se estuda.
Que conselhos podes dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Que tenham a certeza que o percurso nestes cursos é extremamente desafiante e enriquecedor. Assim, quem tiver uma predisposição individual para a docência do Ensino Básico e para o ato de aprender tem, através da formação superior, a possibilidade de refletir sobre tudo o que lhe está relacionado, e aprofundar o conhecimento num leque muito variado de áreas científicas.
[Foto: cedida pelo entrevistado]