O momento de ingressar no Ensino Superior é uma fase de descoberta e abertura aos outros e ao mundo. E por esse mundo fora, há hoje muitas formas de enriqueceres a tua formação, seja fazendo Erasmus, um curso de línguas ou qualquer outra das várias opções à tua escolha. Encontras algumas aqui, com testemunhos reais!
Uma licenciatura no estrangeiro
Há muitas razões que te podem levar a tirar um curso no estrangeiro. A experiência internacional e o enriquecimento pessoal e académico são motivos mais ou menos evidentes, mas Isabel Santos, Senior Consultant da EF Portugal, aponta um terceiro: “Apesar de em Portugal termos boas universidades, um diploma superior numa universidade inglesa ou norte-americana, por exemplo, terá uma maior aceitação no mercado laboral”.
Esta aceitação não se prende apenas com o reconhecimento internacional do ensino. Vais conseguir desenvolver, ao longo do curso superior, “capacidades globais e conhecimento de culturas diferentes”, numa altura em que é “fundamental que te consigas adaptar e interagir com pessoas de todo o mundo, em empresas que contactam cada vez mais com o estrangeiro”, de acordo com esta Isabel Santos.
Os salários habitualmente praticados na grande maioria dos outros países são, também eles, superiores.
A MultiWay é outra das empresas portuguesas especializadas em formação internacional, e Ricardo Belo um dos seus responsáveis. A sua opinião sobre a importância de uma formação feita no estrangeiro? Diz este especialista que “pode fazer toda a diferença, não só pela universidade em si, mas também por saíres da tua zona de conforto para uma experiência de longa duração, o que faz com que amadureças muito mais rapidamente”.
Para além disso, prossegue, vais “alargar a tua visão sobre o que se passa no resto do mundo e obter conhecimentos inatingíveis de outro modo”.
Com uma experiência no estrangeiro ganham também as tuas soft skills. A capacidade de enfrentares desafios e de conheceres as tuas capacidades e limitações, o teu à vontade multicultural e o teu domínio linguístico são qualidades que vais ganhar e desenvolver, e essas são procuradas pelas empresas de todo o mundo, onde quer que estejas.
“Uma experiência positiva e produtiva”
Quem o diz é o Tiago Costa, aluno do 1º ano do curso de Comunicação e Media na Southern Utah University. Esta está a ser uma experiência “positiva e produtiva para a minha carreira, e com vista para um futuro bem melhor”, contou-nos, referindo “as aulas em turmas de 15 alunos, essenciais para uma educação mais cuidada e próxima na relação professor/aluno”.
Na opinião do Tiago, os empregadores valorizam, mais ainda do que uma licenciatura ou um mestrado, uma experiência de estudo no estrangeiro, por traduzir “capacidade de adaptação a outras realidades, interação com diferentes culturas e maior flexibilidade no negócio dessa empresa. Significa também que não te acomodaste!”
Uma língua no país de origem
Boa parte dos jovens que saem de Portugal para estudar, fazem-no com o propósito de aprender – ou aperfeiçoar – uma língua. Isto porque a aprendizagem de um idioma no seu país de origem é mais rápida e mais perfeita, uma vez que estarás a praticá-la de forma intensiva não só durante o período de aulas, como também no resto no teu dia – em atividades, com a tua família de acolhimento, nas residências de estudantes, na noite, etc. Tudo enquanto conheces outro país e outra cultura!
Fazer um curso de línguas pode ser um projeto de curta ou de longa duração, conforme te explica Constança Sousa, Country Manager da EF Portugal:
– Se estás a procura de algo mais intensivo e flexível, um curso de línguas de curta duração pode ser a melhor solução. Na EF, estes cursos podem ir de 2 semanas a 12 meses, e podes começar em qualquer altura do ano. É nesta tipologia de curso que encontras também os cursos de verão.
Para além disso, tens ainda a opção dos cursos de preparação para os exames oficiais de língua, como os exames de Cambridge, IELTS, TOEFL, GMAT, DELE, entre outros.
– Se queres melhorar muito a tua fluência em determinada língua, há cursos de longa duração que se estendem por períodos que vão dos 6 aos 11 meses. Aqui estudas não só a gramática e o vocabulário, como também as Spins (aulas de interesse específico) nas quais podes falar sobre temas do teu interesse, empregando a língua que estudas em ambientes reais.
Se o teu objetivo for o ingresso num curso superior no estrangeiro, no qual precises de uma nota mínima elevada em determinada língua, um curso de longa duração pode ser o passaporte para a entrada na universidade dos teus sonhos.
Uma mais-valia para a vida
A Maria de Albuquerque estudou inglês durante 6 meses, em Londres. Mas aproveitou o tempo e a experiência para fazer mais que isso: “Mais do que estudar a língua, queria viver uma experiência que a ajudasse a perceber o que poderia vir a fazer no futuro”. Não só chegou a conclusões sobre o seu futuro, como o mudou completamente, com um curso que lhe “mudou a vida” e a tornou “uma pessoa muito mais rica”. Fez amigos de todo o mundo, aprendeu sobre as suas culturas e realizou o sonho de ter esta experiência antes de entrar na universidade.
Perguntámos ainda à Maria quem, na sua opinião, deverá fazer um curso de línguas no estrangeiro. “Toda a gente que possa”, foi a resposta. E argumentou: “É uma mais-valia que fica para sempre, e boa para quem precisa de parar para pensar e discernir, para quem precisa mesmo de melhorar a língua, e para quem se quer candidatar a uma universidade no estrangeiro”.
Estágio Profissional
Para além da tua formação académica, também a tua primeira experiência em contexto de trabalho pode ser feita fora de Portugal, para tornares o teu CV mais global e dares um forte impulso à sua carreira, passe ela por Portugal ou pelo estrangeiro.
Uma dessas empresas é a VidaEdu, que organiza estágios profissionais em “praticamente em todos os setores de atividade e áreas profissionais, numa ampla variedade de empresas, nas capitais e principais cidades de países como os EUA, Inglaterra, Escócia, Malta, Espanha, Itália, Alemanha, Argentina, Chile, Costa Rica, China e Japão”, conforme nos explicou Paulo Martins, um dos responsáveis pela empresa.
As Experiências Profissionais
Para além destes estágios, na VidaEdu tens a oportunidade de viver uma Experiência Profissional, que é semelhante a um estágio, mas é “uma experiência de trabalho internacional remunerada”, de acordo com Paulo Martins. Tal como num estágio profissional, podes viver uma experiência cultural enriquecedora, explorar um novo país, conhecer a sua cultura e conviver com pessoas de todo o mundo, isto enquanto sustentas a tua estadia.
O vencimento médio por programa ronda o salário mínimo do país de destino – falamos, por exemplo, de 1700 euros na Islândia, ou de 2 mil euros na Austrália. A grande maioria destes programas inclui remuneração, alojamento e refeições no local da experiência profissional.
“Ótimo para preparar a entrada no mercado de trabalho”
A Inês Rosa escolheu a Islândia para viver uma experiência profissional, mais concretamente num hotel de quatro estrelas, onde trabalhou em quase todas as áreas, e por isso aprendeu imensas coisas sobre Turismo e Hotelaria. Para além da componente profissional, conheceu “novas maneiras de se relacionar com as pessoas e uma nova língua”, o que levou a olhar “para a vida e para o seu país de uma forma completamente diferente”, assegura.
Na sua opinião, é importante que vivas estas experiências “para provares que és independente, que tens vontade de aprender e de trabalhar, e que a cima de tudo queres ser diferente e ir além das capacidades técnicas que aprendes na escola”.
E na altura de entrares no mercado de trabalho, elas vão ser decisivas para que sejas um candidato “completo, diferente, único e com alguma experiência”!
Ano Sabático
E se tiveres dúvidas da tua preparação (ou vontade) para ingressar desde já no Ensino Superior? E se sentires que precisas de um tempo para pensares melhor no teu futuro?
Certamente que já ouviste falar do Ano Sabático, um intervalo nos teus estudos que podes aproveitar para viajar e, mais que descobrir outras paragens, descobrires-te a ti mesm@. Não tem necessariamente de ser um ano, mas pressupõe que saias da tua zona de conforto, que largues temporariamente o que te é familiar e que partas à aventura.
Fazer um Ano Sabático é ter a liberdade de escolher qualquer destino e qualquer programa. Como nos explicou Paulo Martins da VidaEdu – que também te pode ajudar a fazer um Ano Sabático – “é possível optar por estudar e viajar, ou viajar e trabalhar, ou ainda juntar as duas coisas”.
És tu quem personaliza o teu Ano Sabático, e és tu quem decide quando iniciar, durante quanto tempo, quais os programas e os destinos que quer conhecer.
Porquê interromper os estudos?
Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, precisas de te destacar, de enriquecer o teu CV e de poder “mostrar” experiências de vida enriquecedoras. No caso do Ano Sabático, a ideia passa sobretudo pelo teu crescimento pessoal, e por uma experiência cultural fora do país.
Aqueles que já tiveram oportunidade de fazer, descrevem esta experiência como “uma vivência única e um período de autoconhecimento e aumento de competências que os devolve ao país de origem mais completos”, de acordo com Paulo Martins.
Fazer um Ano Sabático depois de terminares o Secundário, ou mais tarde, depois de teres a licenciatura concluída, é o mais comum e o mais lógico, para não interromperes os teus estudos a meio. Em países como os EUA, o Reino Unido, a Noruega, a Holanda e a Austrália, é comum os jovens fazerem um Ano Sabático antes de entrarem para a universidade, para poderem crescer como cidadãos do mundo, ganhar maturidade e pensar bem qual a universidade e o curso que vão seguir. Em Portugal, o mais habitual é fazer o ano sabático depois do Ensino Superior.
E a quem possa estar a pensar que um Ano Sabático equivale a perder um ano de estudos, este responsável da VidaEdu responde: “A sociedade mais conservadora pode pensar isso, mas numa carreira de mais de 40 anos é assim tão importante ‘perder’ este ano? Ou contam muito mais as experiências que vais viver durante esse ano, que garantidamente te tornam melhores e te enriquecem enquanto pessoa e como futuro profissional?”
[Este texto é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2016/17 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.]