Apesar disso, não procuram ajuda. É o que diz um estudo que analisou os comportamentos tabágicos dos jovens portugueses do terceiro ciclo e do Ensino Secundário.
Quando se pergunta aos estudantes se pensam deixar de fumar, 80% dizem que sim. É o que diz Paulo Vitória, coordenador do estudo e professor da Universidade da Beira Interior, e é o que conclui este trabalho, apoiado pela Direção-Geral da Saúde, que decorreu no ano letivo 2013/2014 e envolveu cerca de 4 mil alunos de 31 escolas do país.
Os dados, que vão ser apresentados amanhã no VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e Adolescente, referem também que apenas 15% dos jovens disseram que nunca tentaram reduzir ou deixar de fumar.
Apesar destes indicadores, quando os jovens pensam em deixar de fumar “não partem para a ação e não procuram ajuda”, algo que “é normal nesta faixa etária”, de acordo com Paulo Vitória. Para este investigador, o facto de os jovens não pedirem ajuda a um médico, exige que haja “mais proatividade dos profissionais de saúde”, que devem “ir às escolas e explicar aos jovens que podem beneficiar de ajuda médica”.
O estudo demonstrou também a necessidade de encontrar estratégias mais eficazes para a prevenção do tabagismo. Isto porque “10% dos jovens dizem estar em total desacordo” quando se lhes pergunta coisas simples como se estão “de acordo com a afirmação que fumar prejudica a saúde”, segundo o responsável por este trabalho. Para ele, estes dados “reforçam a necessidade de um trabalho de prevenção de continuidade a iniciar precocemente, o mais tardar no terceiro ciclo”, que deve ser realizado por professores e profissionais da saúde.
Os resultados do estudo confirmam ainda que a maioria dos jovens que fuma começa a fazê-lo entre o 7º e o 9º ano. No 7º ano, cerca 70 a 80% dos jovens nunca fumaram um cigarro, uma percentagem que baixa para os 40% no 9º ano.