Um álbum novo e um concerto 360º. Este ano o teu Natal chega mais cedo, graças às prendas que o David Carreira reservou para ti, e nesta entrevista exclusiva ele conta-te tudo sobre o efeito borboleta que vais sentir no 3!
O teu álbum novo está aí a chegar! Que diferenças é que existem entre o David que lançou o Nº 1 e o David de agora?
Bastantes diferenças! Qualquer pessoa cresce com o tempo, esteja ela a estudar, seja ela um advogado ou um médico. Como tal, a tua forma de ver a vida e de ver o teu trabalho acaba por crescer também, e artisticamente sinto que muita coisa mudou, na minha maneira de escrever e na quantidade de escrita minha que está no novo disco. Vão descobrir muito mais letras minhas, vão descobrir que arrisco muito mais no rap, no trap, no hip-hop e no R’n’B, há baladas mais pop também… Musicalmente, é um álbum muito diferente dos dois primeiros.
O segundo já era diferente do primeiro, e este ainda mais…
Sim, e nota-se essa diferença logo no Primeira Dama, em termos de sonoridade, do instrumental e das melodias. E todo o álbum tem um conceito muito pessoal à volta dele, onde me fui apercebendo que todas as músicas falam sobre fases minhas, e sobre uma relação em especial. Todas menos uma, que acabou por ficar de fora do álbum, mas com a qual vou fazer algo interessante que ainda não posso revelar…
Vão poder ver tudo isto no concerto no Campo Pequeno, que vai ser de facto muito especial, onde vou também gravar o meu primeiro DVD, e que será um concerto 360º, com uma ligação completamente diferente e raramente vista em Portugal.
Por não ter sido algo pensado, sentes-te confortável em partilhar algo tão pessoal e tão teu com quem te ouve?
De 35 músicas que escrevi, só 12 é que acabaram por entrar no álbum, porque por muito boas que possam ser, senti que não encaixavam. E são as músicas que acabam por me trazer o conceito do álbum, que neste caso é sobre a causa/efeito, o efeito borboleta e como o bater das asas de uma borboleta consegue criar um tornado no Brasil. No fundo, quando algo tão pequeno cria ondas que se transformam em algo gigante. E eu fui percebendo que havia muitas músicas que tinham essa ligação: o início da relação, o meio, o fim, o início de outra coisa… e percebi também que, cronologicamente, havia uma sequência.
Tudo isto tem outro efeito em mim, a nível musical. Esse efeito cria uma causa, que é o efeito que vai ter nas pessoas que vão ouvir estas músicas, e isso vai criar também um efeito na vida delas. É todo um fio condutor que é muito interessante.
“Este álbum é sobre a causa/efeito, o efeito borboleta e como o bater das asas de uma borboleta consegue criar um tornado no Brasil. Esse efeito cria uma causa, que é o efeito que vai ter nas pessoas que vão ouvir estas músicas, e isso vai criar também um efeito na vida delas.”
Essa ordem cronológica de que falas… refere-se à tua vida?
Sim, é a cronologia da minha vida durante a produção deste disco, sobretudo de duas relações em especial, e tu vês mesmo o desenvolver dessas relações em músicas que se ligam umas com as outras, até chegarem a um ponto final, e depois queres voltar atrás e não consegues… Vai haver coisas giras.
Estás com 24 anos, e continuas a ter em malta mais jovem a tua grande base de fãs. Como é que lidas com isso à medida que vais ficando mais velho? É exatamente igual ao que era quando tinhas 20 anos?
É completamente diferente. Ao mesmo tempo, é instintivo e é natural, e torna-se giro ver o crescimento dessas pessoas, muitas delas que tinham 12 anos quando comecei a cantar, e que agora têm 17, ou pessoas que tinham 17 e agora já estão na casa dos vintes… É bom ver esse acompanhamento do público, e acho que isto é o importante na carreira de um cantor: acompanhares o teu público, e ele acompanhar-te a ti também. O Justin Timberlake, por exemplo, começou na Disney e agora já não tem nada a ver com esse género, e o público dele cresceu com ele e continuou a acompanhá-lo.
No meu caso, este novo disco marca também uma nova fase, e eu sinto que os jovens são cada vez mais um público rico musicalmente, no sentido em que percebem de música. Percebem se uma mix está bem feita, se o beat está com groove ou não… Cada vez mais, eles ouvem todo o tipo de música, e já não há preconceitos a esse nível. Aliás, as próprias bandas são misturas de vários estilos de música. E eu gosto disso também!
E em relação ao teu concerto no Campo Pequeno? É o maior que alguma vez fizeste, e o que vai ter de tão especial?
Todo o conceito do concerto vai ser completamente diferente, desde logo com os 360º, que é algo que já queria fazer há muito tempo. É uma forma de fazer um concerto inédito em Portugal, a nível da dança, do audiovisual, da música também, para que tudo junto seja uma experiência única, e que os meus fãs mergulhem num universo completamente diferente, comigo num palco no meio da arena, que vai proporcionar um momento totalmente novo, e diferente para toda a gente, consoante a zona onde estiverem. E isso é cool!
Este concerto marca o final da tua tournée, ao mesmo tempo que lanças um álbum novo. O que podem esperar os teus fãs em 2016?
Muitos singles, muitas músicas novas. Um álbum novo com muitos géneros musicais diferentes, uma nova digressão, e um novo álbum em França também. Para além disso, vai haver outros projetos engraçados que poderão acompanhar…
[Entrevista: Tiago Belim]
[Fotos: Sony Music Portugal]