Reduzir o número de suicídios nos mais novos. É este o objetivo de um projeto educacional feito na Suécia, que envolveu 11 mil alunos europeus, e que reduziu em 50% o número de tendências suicidas.
Investigadores do Karolinska Institutet, na Suécia, criaram um projeto educativo que melhora a capacidade para reconhecer problemas de saúde mental, e que cria estratégias para enfrentar e contornar o risco de suicídio.
Este trabalho envolveu, ao longo de quatro semanas, 11 mil alunos de 168 escolas da União Europeia, agrupados em três grupos para testar qual o procedimento mais eficaz na diminuição dos suicídios. No primeiro grupo foi aplicado um método americano, em que professores e outros funcionários da escola são treinados para reconhecer sinais de tendências suicidas, e ajudar os jovens a procurar ajuda.
O segundo grupo consistiu num teste de rastreio na sala de aula, feito por psiquiatras e psicólogos, para identificar os alunos com patologias mentais e encaminhá-los para tratamento. O terceiro grupo participou num programa de sensibilização desenvolvido pelos responsáveis pelo estudo, onde aprenderam a reconhecer sinais de problemas de saúde mental através de workshops, cartazes, brochuras e dramatizações.
Ao longo desse tempo, os jovens tiveram também contacto com estratégias para enfrentar situações que podem levar a comportamentos suicidas. A investigação concluiu que os alunos inseridos no terceiro grupo apresentaram metade das tendências suicidas – ao fim de um ano – relativamente aos outros dois grupos, passando a ser capazes de “reconhecer eventuais problemas de saúde mental em si e nos amigos, o que aumenta a probabilidade de pedidos de ajuda”, explicou o investigador Vladimir Carli ao Ciência 2.0.
O próximo passo será replicar estas descobertas em diferentes populações de adolescentes, e criar outras formas de intervenção, como um aplicativo móvel em forma de jogo.
[Fonte: Ciência 2.0]
[Foto: bubblegumgirlz @ Flickr]