“SpaceSUITE” fornece novo fôlego ao futuro (do Espaço)
Na tarde de 10 de dezembro de 2025, o Grande Auditório da FCT-NOVA, na Costa da Caparica (Almada), transformou-se num microcosmos do futuro do setor espacial europeu — não através de abstrações, mas pela presença viva de pessoas que vieram aprender, debater, inspirar e serem inspiradas.
A sala estava repleta — estudantes curiosos, docentes atentos, investigadores em diálogo permanente, profissionais do setor, representantes de clusters e membros de instituições de investigação e indústria espacial.
O evento “Perfis Ocupacionais Essenciais no Espaço e a Oferta de Treino: O Que Há de Novo e o Que Vem a Seguir?”, organizado por Eagle Intuition, QSR e SpaceSUITE, não se limitou a apresentar slides e conclusões: fomentou diálogo, sentido de comunidade e responsabilidade coletiva sobre o caminho que a Europa quer traçar na formação de competências espaciais.
Uma tarde que começou com a solenidade académica transformou-se rapidamente em laboratório de encontro entre pessoas de diferentes percursos. Estudantes de engenharia e sistemas de informação olhavam com atenção para as experiências partilhadas por profissionais já imersos no downstream space sector, enquanto docentes faziam anotações e esboçavam planos de integração curricular.
O cruzamento de expectativas que fez o evento ganhar vida. Profissionais vindos de empresas e clusters espaciais trouxeram casos práticos e desafios reais — quais perfis são hoje mais procurados e que habilidades se tornam essenciais para um mercado de trabalho em rápida evolução. R&D institutions e académicos contrapuseram com visões formativas e estratégicas, enquanto os clusters mostraram como a cooperação regional pode ser motor de talento qualificado.
No centro das conversas esteve a pergunta poderosa que move o SpaceSUITE: como articular perfis ocupacionais emergentes com uma oferta de formação que não fique atrás do ritmo tecnológico e social? As respostas não vieram prontas, mas foram sendo construídas entre mesas de trabalho improvisadas, cafés e trocas de cartões no final da tarde.
E foi no último lampejo do dia — durante o networking coffee, rodeado pela mostra de iniciativas de investigação, indústria e jovens talentos — que se percebeu a dimensão humana do projeto. Docentes interpelavam profissionais sobre oportunidades de estágios; recém-licenciados trocavam ideias com representantes de clusters.
Mais do que um espaço físico, o evento foi um espaço de co-construção. Um lugar onde se viu que o futuro do espaço não está apenas nos satélites ou nos algoritmos, mas nas mãos e nas mentes das pessoas que trabalham, ensinam e aprendem juntas.
E se o SpaceSUITE já existia como uma aliança europeia para desenvolver novas competências no setor espacial, o que se viu em Almada foi a promessa dessa aliança a ganhar rosto — diverso, inquieto e coletivo.









