Opinião | Os jovens precisam de ver o Turismo para lá do óbvio
Quando se pergunta a um jovem o que imagina ao ouvir “trabalhar em Turismo”, a resposta é quase sempre a mesma: hotéis, aviões, praias, receções. O problema não está no que dizem, mas no que não sabem que podem dizer, uma vez que é um setor muito mais vasto, criativo e estratégico do que parece à primeira vista. A falta de contacto real com a sua diversidade continua a ser visto de forma limitada ou superficial e é, por isso, que tantos jovens acabam por não o considerar uma opção de futuro.
Antes de decidir um curso, uma profissão ou uma vocação, é essencial ver o setor em toda a sua dimensão. O Turismo é comunicar culturas, desenhar experiências, criar estratégias sustentáveis, desenvolver tecnologias, liderar equipas, gerir destinos e inspirar pessoas. É uma indústria viva e humana, que liga o mundo, através das pessoas.
Mas, se o Turismo é tudo isto, porque é que tantos jovens continuam a vê-lo “pelo lado de fora”? Porque, ainda, falta uma aproximação verdadeira com profissionais e projetos, que mostram o planeamento, a gestão e o impacto social, falta sair da sala de aula e entrar nos bastidores de um hotel, de uma agência, de um evento ou de uma startup, falta desmistificar o cliché do “emprego sazonal”.
Num tempo em que todos procuram significado no trabalho, o Turismo tem uma vantagem única: é uma indústria de pessoas para pessoas. Trabalhar neste setor é criar pontes, entre culturas e gerações do mundo inteiro, é deixar marca, é contribuir para a forma como recebemos e transformamos lugares, é aprender algo novo a cada dia.
Por isso, é urgente que Escolas, Instituições e empresas colaborem na criação de experiências de orientação mais inspiradoras, que permitam aos jovens descobrir o verdadeiro rosto do Turismo. Só assim poderão escolher com consciência e perceber que ver o Turismo para lá do óbvio é, no fundo, um convite a olhar com curiosidade, a questionar preconceitos e a abrir horizontes, porque quando se conhece de verdade, escolhe-se melhor, e o Turismo, o setor que move o mundo, precisa de jovens que o vejam como ele realmente é: um iceberg, que vai muito além daquilo que se vê à superfície.
Artigo de Cláudia Santos, Gestora da Bolsa de Empregabilidade









