Entrevista Selo SaudávelMente – Agrupamento de Escolas de Aveiro
Não se restringindo — apenas — a ser um espaço de currículo, “mudar o paradigma, questionar e ousar fazer diferente” levou a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) a distinguir práticas, que contrariam desigualdades e ultrapassam determinismos, aplicando “o princípio da racionalidade”.
Vitor Marques, Diretor, explana — em entrevista — que “formar — integralmente — traduz-se num olhar atento às especificidades, edificando uma cultura de respeito.”
A aquisição — pelo terceiro ano consecutivo — do Selo SaudávelMente espelha compromisso. Que ações conduziram à notável conquista?
Os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) pretendem fornecer uma abordagem multinível — assente na avaliação —, que promova atividades em grupos-turma e reforce competências pessoais, identificando barreiras específicas, desmotivações — face ao estudo —, preocupações excessivas ou mudanças de percurso — com a colaboração de familiares — para o cumprimento de uma intervenção individual — intensiva e prolongada —, mediante um acompanhamento frequente.
O stress foi considerado a epidemia do século XXI. A atuação precoce previne riscos consequentes?
A linha — entre o normal e o patológico — é ténue, tornando essencial a advertência a respostas fisiológicas e comportamentais, que ameacem o equilíbrio, e o reconhecimento de sintomas — alterações gastrointestinais, tensão muscular, cefaleias, irritabilidade ou pensamentos intrusivos.
Contribuindo para um ambiente benéfico — e harmonioso —, a adoção de estratégias, nomeadamente momentos prazerosos e de cuidado ou a realização de campanhas de sensibilização, fortalecem o suporte e melhoram a gestão de sentimentos.
O crescimento do fenómeno cyberbullying é evidente?
A problemática das atitudes abusivas e violentas posiciona-se no topo das bandeiras prioritárias, dinamizando programas — cientificamente validados —, que estimulem a consolidação de relações — entre pares — e reduzam condutas desajustadas.
A título de exemplo, o “Hora de Ser” (APAV), o “DROPI” (Associação Unificar), o “Plano B”, o “Dove — Eu Confiante” e o “PREVINT” (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) auxiliaram o incentivo à construção de vínculos positivos.
E para o corpo docente?
Com o objetivo de refletir — conjuntamente — sobre o papel singular do professor nas demandas e adversidades registadas, a disponibilização de uma panóplia de iniciativas — momentos de partilha e de consultoria — revelou-se basilar na deteção, tratamento e encaminhamento adequado.
Os confinamentos impostos originaram um aumento da ansiedade. Que herança concedeu ao sucesso?
Embora não possa afirmar o estabelecimento de uma ligação direta ao período pandémico — COVID-19 —, observou-se um crescimento expressivo nos pedidos de apoio — em questões emocionais e de depressão.
Ademais, a comunidade local enfrenta uma insuficiência de recursos para atender à elevada procura.
A valorização do bem-estar — e da inclusão — na aprendizagem impacta o futuro?
Sem dúvida.
É — desde cedo — que devemos criar as condições básicas para induzir a evolução do potencial total de cada estudante, desenvolvendo habilidades transversais, que garantam a minimização de obstáculos e o revigoramento da capacidade de adaptação para encarar desafios — com segurança.