O algoritmo juvenil
Com o intuito de colmatar o retrocesso intelectual e a desumanização — resultados da proliferação de comentários impetuosos e shares obstinadas —, o Movimento “Menos Ecrãs, Mais Vida” pretende estabelecer um travão na utilização excessiva de “microcomputadores de bolso” — uma fonte fugaz de prazer.
Tencionando assegurar um ecossistema pedagógico equilibrado (e saudável), Mónica Pereira, Co-Fundadora, afirma — em entrevista — que “é impreterível sensibilizar a sociedade para as ameaças”.
O debate arrasta-se — sem uma resposta simples ou taxativa.
Solicitando a eliminação dos smartphones — em contexto escolar —, a decisão encontra-se, agora, nas mãos dos Diretores de cada Agrupamento. A abordagem descentralizada alavanca assimetrias indesejadas?
Defendemos a implementação de regras vinculativas e normas claras, que privilegiem o bem-estar e a segurança da comunidade — em detrimento de meras recomendações.
A proibição no Brasil — aliada ao recente relatório da Organização das Nações Unidas, que reúne estudos sobre a Bélgica, o Reino Unido e a Espanha — reforça a eficácia de uma medida única.
Isolados — ou em pequenos aglomerados —, os efeitos de captura atencional convergem em grupos de WhatsApp ou feeds de Instagram, onde qualquer experiência manifesta ser obsessiva e vertiginosa. É imperativo possuirmos mais joelhos esfolados e recreios menos silenciosos?
As redes sociais — projetadas para incentivar a constante interação — originam — entre likes e mensagens — sequelas aditivas, que causam um alheamento da realidade circundante, transfigurando intervalos em momentos de puro vínculo virtual.
Os corredores exigem a recuperação da essência vibrante e dinâmica do correr, reinando o respeito pela socialização — livre de compulsões.
A exposição a estímulos — em sucessiva mudança — e ao reforço imediato provoca implicações no ritmo biológico do cérebro. A dependência propicia a aquisição de padrões, que não se coadunam com a aprendizagem?
O córtex pré-frontal — responsável pelo controlo de impulsos — só atinge a maturidade — aos 25 anos —, tornando as crianças — especialmente — suscetíveis aos impactos nocivos da hiperconectividade.
Facilmente, pegamos no telemóvel com um propósito e — de repente — já estamos absorvidos em notificações, levando a perturbações no foco e na estabilidade — primordiais para uma tomada de decisão consciente.
De acordo com os dados — revelados pela PORDATA —, 20% apresenta “extremas” dificuldades de leitura. A desmaterialização dos manuais amplifica a resistência à capacidade de argumentação ou facilita o envolvimento assíduo em sala de aula?
O campo das Neurociências demonstra que a interpretação e a escrita — em papel — oferecem vantagens significativas, como o desenvolvimento cognitivo, a retenção de informação e o pensamento abstrato, competindo com a panóplia de fatores aliciantes — oportunizados por um portátil ou tablet.
Visto não existirem evidências, que comprovem os benefícios da transição, apelamos — ao Ministério da Educação — que reintroduza o formato impresso.
Carlos Neto, Professor Catedrático da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa, alerta para “o aumento do sedentarismo e da obesidade”. O afastamento à prática desportiva promove o desabrochar de um “analfabetismo motor”?
Exercendo uma colossal força atrativa, as aplicações conduzem à negligência da atividade física e ao isolamento, que — consequentemente — favorecem a disseminação de casos clínicos de ansiedade.
Paralelamente, a mobilidade fina requer a dinamização de tarefas básicas, que encorajem a autonomia e a coordenação, perante uma rotina — preenchida com exercícios ao ar livre —, preparando as novas gerações para enfrentar desafios e compreender emoções.
Mediante o acesso a conteúdos impróprios, o diálogo com desconhecidos — grooming — a vulnerabilidade a ataques cibernéticos — phishing e malware — ou o crescimento do fenómeno cyberbullying simbolizam riscos. O controlo parental é suficiente?
A propagação de ofensas e matérias violentas — em ambiente online — suscita repercussões devastadoras, comprometendo o desempenho e desencadeando transtornos depressivos — fruto do débil contacto presencial e do declínio no aperfeiçoamento de competências sociais, nomeadamente a empatia.
Contornando a supervisão, as vault apps — que escondem arquivos ou fotografias, através de funcionalidades inofensivas — fomentam a necessidade de analisar os perigos, estipular diretrizes rigorosas e optar por dumbphones — sem internet.
Que tendências se avizinham?
O futuro prevê-se — inevitavelmente — tecnológico. Todavia, suprimir atributos humanos — o olhar ou a conversa genuína — não deve ser o caminho, garantindo que o essencial prevalece.
#4 dicas para um detox digital (eficiente)
- Define horários;
- Decreta um local — em casa — para os dispositivos;
- Cria hábitos de convívio;
- Desativa o Wi-Fi — durante determinados períodos.