Entrevista | Amélia Estevão, Diretora de Marketing da Exponor
O Grande Porto recebe (mais uma vez) a Qualifica — Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, entre os dias 6 e 9 de março, para explorar a era da Inteligência Artificial (IA), instigando ao sentido crítico e à reflexão sobre a preservação e fortalecimento da essência humana em contexto tecnológico.
Em entrevista, Amélia Estevão, Diretora de Marketing da Exponor, conta-nos, em primeira mão, o que podemos ansiar, estando a inovação (sempre!) no topo das prioridades.
“In the Era of Artificial Intelligence, Be Human”. Sendo a Qualifica uma Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, que motivações conduziram à escolha do mote da 15ª edição?
Ao analisarmos as macro-tendências de consumo e de comportamento, deparámo-nos, naturalmente, com a Inteligência Artificial, que tomou o mundo de assalto. Em título de exemplo, o ChatGPT, que conseguiu 100 milhões de utilizadores em, apenas, dois meses, demonstrou ser um fenómeno gigantesco.
Procuramos, assim, estimular e fomentar o debate sobre o impacto crescente da Tecnologia na Educação e no mercado empresarial, assim como sobre de que forma podemos assegurar e revigorar os atributos exclusivamente humanos.
Rumo a um grande objetivo — “Abraçar o progresso sem perder a Humanidade”, que ferramentas serão proporcionadas?
Não podendo escapar à evolução digital, destaco o “Educar para Incluir”, dedicado a organizações com ofertas tecnológicas ao serviço da inclusão, nomeadamente a ColorADD — um sistema de identificação de cores para daltónicos —, a iniciativa “NEET”, e a Academia UBI, que, através de uma plataforma informática, promete transformar os elementos das próximas gerações em pensadores lógicos e cidadãos conscientes e hábeis.
Devemos, também, incentivar e priorizar as atividades ao ar livre e os encontros sociais, e estimular o sentido crítico, a criatividade e a empatia — competências irreplicáveis —, dando ênfase à autenticidade e individualidade — características que nos diferenciam.
“Devemos (…) incentivar e priorizar as atividades ao ar livre e os encontros sociais, e estimular o sentido crítico, a criatividade e a empatia.”
A Inteligência Artificial manifesta ser um desafio crescente no seio educativo e laboral. Que requisitos imprescindíveis deverão ser implementados para uma adaptação regrada e eficaz?
A adaptação é sempre um desafio complexo. O investimento em infraestruturas tecnológicas garantirá o acesso adequado a recursos de aprendizagem e ao seu uso responsável.
Contudo, são essenciais modelos, onde a Inteligência Artificial seja um instrumento de apoio, que não substitua, mas que complemente, fomentando, ainda, as habilidades socioemocionais, através das relações interpessoais e do contacto face-to-face, para superar conflitos e aliviar o stress, a ansiedade e a tristeza, e cultivando a compaixão, o trabalho de equipa e a oratória.
Importa, igualmente, educar para a segurança online, a privacidade de dados, e o impacto das redes sociais na Saúde Mental, sendo o equilíbrio a palavra-chave.
Dividindo-se em inúmeras áreas expositivas, nomeadamente o “Espaço Ensino” e o “Study Abroad”, animação não faltará. E novidades?
Teremos o “Espaço Ensino”, uma exibição de saídas profissionais, com Institutos Politécnicos, Centros de Formação, e Universidades de norte a sul do país, contando, este ano, com os Açores e a Madeira; o “Espaço Institucional”, onde as Forças Armadas, a Direção-Geral da Educação, a ANQEP — Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, o IEFP — Instituto do Emprego e Formação Profissional, o Turismo de Portugal, o POCH — Programa Operacional do Capital Humano, e o IPDJ — Instituto Português do Desporto e Juventude, marcarão presença; e o “Study Abroad”, onde serão exibidas as oportunidades fornecidas em diversos países, como Macau e Santiago de Compostela.
Paralelamente, o “Espaço de Animação” apresentará shows de Barbearia, Dança e Maquilhagem, desfiles de moda, concertos e gaming, visto que entendemos que, uma vez que os alunos passam horas, sentados, a ouvir programa, viabilizar-lhes momentos mais dinâmicos e práticos, seria fundamental.
Aproveitar cada recanto, participar nas atividades, e recolher informação sobre as possibilidades disponíveis, é indispensável para desfrutar ao máximo da experiência.
Entre os dias 6 e 9 março, espera-se uma Exponor repleta de visitantes. Hoje, com que mentalidade é que os jovens devem encarar o futuro?
Com esperança. Sabemos que todos os ciclos possuem os seus prós e contras e a Inteligência Artificial não é exceção. Leiam, inspirem-se, e não se deixem influenciar pelas parangonas dos ecrãs, alargando horizontes e apostando no contraditório.