“Não Sou Nada – The Nothingness Club”, o cinenigma sobre Fernando Pessoa em estreia nacional
O imaginário de um dos maiores vultos da cultura portuguesa é, reconhecidamente, um manancial cinematográfico. Ou não estivéssemos perante um ser humano perturbado pela sua lúcida esquizofrenia, que o levou inclusivamente a proteger o respetivo mundo interior atrás de uma mão cheia de (conhecidos) heterónimos e dezenas de (menos explorados) semi-heterónimos, pseudónimos e até personagens fictícias.
É pela mão da distribuidora Nitrato Filmes que o cinenigma “Não Sou Nada – The Nothingness Club” retratará, a partir de quinta-feira, 26 de outubro, “o tipo de homem” que Fernando Pessoa é, através da visão do realizador Edgar Pêra, com diálogos assentes em 90% da obra pessoana: “O Pessoa tem a capacidade de tocar muitas pessoas, porque ele abarcava muitos pontos de vista. Quem ler as cartas a Ofélia, a questão fundamental dele tem a ver com dinheiro, trabalho e amor”, declarou.
A sinopse sinaliza o desafio que, nas principais salas de cinema do país, os espectadores terão pela frente: “Um thriller psicológico que decorre dentro da cabeça de Fernando Pessoa. No seu Clube do Nada, habitado por heterónimos, o poeta consegue concretizar todos os seus sonhos em vida. Mas a entrada em cena de uma mulher sofisticada, muito diferente da Ofélia do mundo real, vem destabilizar o Clube, enquanto o ultrajante heterónimo vanguardista, Álvaro de Campos, disputa a autoridade de Pessoa de forma violenta”.
Ah! E o elenco? É de luxo: Miguel Borges (Fernando Pessoa), Victoria Guerra (Ofélia Queirós), Albano Jerónimo (Álvaro de Campos), Vítor Correia (Ricardo Reis), Miguel Nunes (Alberto Caeiro), Paulo Pires (Barão de Teive) e António Durães (António Mora), contando, ainda, com a participação do músico Paulo Furtado (The Legendary Tigerman).