De Mafra para a European CanSat Competition: Escola Secundária José Saramago vence 10ª edição do CanSat Portugal
O Aeródromo Municipal de Ponte de Sor recebeu, entre os dias 26 e 30 de abril, a 10ª edição do CanSat Portugal. Os cinco dias intensos de muito trabalho, dedicação e entreajuda representaram o culminar de meses de trabalho de cerca de 90 alunos e professores de todo o país.
Este ano foram entregues seis prémios e uma menção honrosa, mas só uma das 14 equipas a concurso terá a oportunidade de representar Portugal na European CanSat Competition.
A equipa EDER SAT, da Escola Secundária José Saramago, em Mafra, composta pelos alunos do 12º ano César Lourenço, Diogo Santos, Filipa Cabrita, Lucas Manso, Miguel Batalha e Tomás Ferreira, coordenada pela docente Vera Silva, foi a grande vencedora da competição, tendo obtido a melhor pontuação global atribuída pelo júri.
No projeto educativo espacial do ESERO Portugal, organizado pela Ciência Viva e a Agência Espacial Europeia (ESA), discentes e docentes do ensino secundário foram desafiados a construir o modelo de um microssatélite do tamanho de uma lata de refrigerante: o CanSat. Cada unidade integrou os sistemas básicos de um satélite, como a antena emissora, bateria e sensores, tendo de “sobreviver” a um lançamento por rocket, a uma altitude de 1000 metros, aterrando de forma segura.
Cada uma das equipas idealizou – a maioria, desde o início do ano letivo 2022/23 – uma iniciativa científica para o seu CanSat com duas missões integradas: a missão primária, com medições da temperatura do ar e da pressão atmosférica e a transmissão por telemetria dos parâmetros medidos para a estação terrestre, e a missão secundária, definida pela própria.
A juntar à missão primária, a EDER SAT preparou uma missão secundária que consistiu em produzir um DSM (Digital Surface Model), um protótipo de modelo 3D que espelha a superfície de um terreno ou outro objeto ou estrutura, com o objetivo de permitir um planeamento mais preciso e eficiente das missões espaciais.
“O que ditou o sucesso do nosso projeto foi, essencialmente, a perseverança, o trabalho de equipa, o esforço e a dedicação dos alunos. Foi um trabalho realizado a 100% fora do contexto de sala de aula, que lhes permitiu desenvolver competências muito importantes para a vida académica. É necessário rever o nosso CanSat e os dados obtidos e perceber, consoante o feedback do júri, o que podemos melhorar”, disse Vera Silva, responsável da equipa e professora de Redes de Comunicação e Arquitetura de Computadores.