Como escolher o curso no ensino superior? Conhece-te primeiro!
Com o fim de mais um ano letivo à porta, o momento de decidires o curso superior, que determinará (ou não) o teu futuro profissional, pode revelar-se um autêntico pesadelo.
Eleger uma área de ensino é uma das etapas estudantis mais desafiantes, que merece a maior seriedade de análise. A soma da vocação ao estudo de mercado e à empregabilidade constitui a equação perfeita que te levará a tomar uma decisão ponderada, uma vez que gostar de um determinado campo do conhecimento ou preferir uma profissão com base nos salários, não chega.
Sentes-te perdid@? Deixamos-te vários conselhos que prometem fazer a diferença neste processo de seleção. Não deixes nenhum de fora!
1 – Analisa-te: O que te apaixona?
“Seguir a intuição deve ser a premissa no ato de qualquer escolha. Em primeiro lugar, cada estudante deve desenvolver o seu autoconhecimento”, afirmou Carlos Gomes, professor e criador do projeto Orienta.
Mas como? Começa por elaborar uma lista, onde enumeres os teus pontos fortes, características pessoais, propósitos, interesses e objetivos. Afinal, apostares nos teus talentos é meio caminho andado para o sucesso.
2 – Informa-te sobre cada formação e instituição de ensino
Já selecionadas as áreas de interesse, está na hora de retirares o foco em ti e começares a examinar cada uma das hipóteses de forma prática.
Em modo de pesquisa, deves procurar saber a nota do último colocado no ano anterior, a média do secundário e das provas de ingresso, as universidades onde são lecionadas e os respetivos planos curriculares.
Participar em eventos promovidos pelas próprias instituições de ensino e palestras ministradas por coordenadores ou professores dos diversos cursos, conversar com especialistas, visitar empresas e feiras de profissões e realizar workshops constituem uma ótima estratégia para descobrires informações relevantes sobre as propostas e projetos académicos oferecidos e mergulhares mais a fundo no mundo do mercado de trabalho.
Lembra-te que escolher formações menos convencionais e dar distinção a faculdades de renome pode ser uma boa aposta!
3 – Prioriza os recursos disponíveis
Embora muitas escolas disponibilizem os tão conhecidos testes psicotécnicos, estes não são de cariz obrigatório. Se não os realizaste, a Orientação Vocacional e Coaching tem a solução: o teste vocacional online (Teste CIP Online), que se propõe avaliar “as competências, interesses e características de personalidade do orientando. No final será criado automaticamente um relatório com uma lista de profissões mais adequadas, as características pessoais mais evidentes e uma descrição do perfil profissional”, explicou o professor Carlos Gomes. No entanto, não és obrigad@ a concordar com os resultados ou a optar por algum dos cursos que venha identificado.
O projeto Orienta oferece-te ainda alguns apoios que te indicarão possíveis caminhos, como um eBook gratuito “Manual de Orientação Vocacional”, que contempla todas as atividades de orientação vocacional a serem implementadas, e um conjunto de documentos e meios informativos, acessíveis através do website.
4 – A taxa de desemprego é importante
Conciliar aquilo que se gosta com aquilo que resulta de um trabalho racional é o ideal. As questões salariais não devem ser as únicas que pesam na balança. Apesar da inconstância do mercado de trabalho, as tendências que as taxas de desemprego dos cursos superiores revelam, não podem ser desconsideradas no ato de decisão.
Será que se trata de uma área com margem de progressão no futuro? Em “Dados e Estatísticas de Cursos Superiores”, a consultar no website infocursos.mec.pt, podes encontrar a percentagem de recém-diplomados que estão registados no IEFP como desempregados, fornecendo-te assim uma perspetiva mais clara do que se passa no universo técnico.
Para complementar a tua inquirição, usa e abusa da ferramenta digital “Brighter Future” providenciada pela Fundação José Neves, que te permite verificar a evolução profissional, perceber o que é necessário para exercer determinada profissão e comparar dados relativos à empregabilidade, educação e competências.
5 – Escolher o curso certo não é o suficiente
Afinal, será que ter um grau de escolaridade basta para conseguires introduzir-te no setor com facilidade?
A resposta é não.
Enquanto estudas, procura fazer um part-time ou garante a realização de um conjunto de experiências profissionais ou práticas que te proporcionem competências de relacionamento interpessoal, dinamismo, proatividade, sentido de responsabilidade, capacidade de organização e trabalho em equipa.
“Para além do curso propriamente dito, é habitual nas faculdades ocorrerem workshops e conferências que poderão ser enriquecedoras para o futuro próximo dos estudantes. Além disso, existem os programas de Erasmus e Voluntariado, que ajudam na criação de soft skills, requisitos muito procurados pelas empresas da atualidade”, aconselhou Carlos Gomes.
6 – Mudaste de ideias? Está tudo bem!
O importante é seres honest@ e capaz de desdramatizar a situação. Não é um fracasso, é uma oportunidade!
“Neste caso deve-se tentar mudar de curso, de preferência dentro da mesma instituição e, se possível, no primeiro ano do curso superior. Caso o primeiro ano já tenha sido concluído, é necessário ponderar as vantagens e desvantagens dessa mudança”, recomendou Carlos Gomes.
Não acertaste à primeira? Procura novas trajetórias: formaliza a transferência de curso, congela a matrícula, tira um ano sabático ou especializa-te noutra área. A verdade é que a escolha do curso superior não é imperativa, logo, não implica teres de trabalhar a vida inteira no campo de conhecimento elegido, sem possibilidade de mudança.