Tiktoker, Digital Influencer e Digital Creator serão consideradas profissões?
David Brás tem 20 anos e está a estudar Marketing, Publicidade e Relações Públicas, na Universidade Lusófona. Em paralelo, conta com mais de 400 mil seguidores no TikTok e dedica-se diariamente à produção de conteúdos, que diz ser uma das coisas que mais gosta de fazer. Mas, afinal, influencer, tiktoker e digital creator são consideradas profissões? A Mais Educativa foi entrevistá-lo para saber o que pensa sobre estas novas ocupações!
Como é que consegues conciliar a faculdade com a produção de conteúdos?
Não vou mentir, é complicado! Sou uma pessoa super organizada e acabo por usar isso a meu favor! Construo o meu weekly planner e organizo o tempo ao minuto.
Apesar de ser um pouco complicado, chegar ao fim do dia e pensar: “Ok! Consegui fazer tudo o que tinha em mente!”, faz-me sentir super realizado. A organização é mesmo a base para correr tudo bem.
Como é que surgiu na tua vida a produção de conteúdos para redes sociais?
Desde muito novo, sempre vi imensos vídeos, não só de conteúdo português, como estrangeiro. Desde aí fiquei com aquele “bichinho” de ser eu a fazer.
Comecei então por fazer vídeos no YouTube, mas parei. Era muito tímido na altura, ainda não sabia lidar com opiniões, olhares… Depois, surgiu o Musically e eu decidi experimentar!
Atualmente chama-se TikTok, e sem dúvida que mudou a minha vida completamente! Já são muitos anos a produzir conteúdos na plataforma e a criatividade não acaba! O TikTok, baseia-se em vídeos curtos, nos quais vemos imensa diversidade de todos os temas!
Desde conteúdos para os mais novos, comédias, danças, conteúdos para os mais velhos… Há de tudo! O que entretém e motiva a criatividade.
Já tens mais de 400 mil seguidores no TikTok! O que é que esta enorme massa de seguidores te trouxe?
Eu não tenho bem noção do que esse número é! Mas é mesmo muito bom e faz-me sentir orgulhoso por poder trabalhar imenso. A verdade é que as redes sociais me proporcionaram experiências que se calhar não teria vivido, se não tivesse arriscado e seguido este sonho.
Tenho a oportunidade de trabalhar diariamente com marcas que admiro muito, e através disso, acabei por ganhar a minha independência financeira a fazer o que eu mais gosto, o que é muito importante para mim!
Outro aspeto importante é ter a possibilidade de proporcionar coisas à minha família e sem dúvida isso é o que me deixa mais feliz e mais grato.
É importante para qualquer digital creator saber o que o público quer alcançar. Que vídeos/temas é que costumas partilhar com quem te segue?
Eu diria lifestyle, parece-me o mais adequado. Eu gosto de não ter “tantos filtros” no que trata de mostrar a minha vida. Há quem não mostre certos temas, por determinados motivos. Eu acho importante as pessoas (seguidores) identificarem-se e verem como é realmente o dia a dia.
É muito fácil mostrarmos aquilo que nós queremos que as pessoas vejam, mas agora, mostrar como são as coisas na realidade, é diferente!
Sentes o “peso” de saber que podes influenciar opiniões, decisões e pontos de vista, junto de 400 mil pessoas?
Lá está, eu gosto de ser transparente na minha maneira de ser, como é o meu dia, o que é que eu faço… Mas tenho noção que tenho de ter cuidado, quando são assuntos importantes e mais discutíveis. É necessário sim, medir as palavras, porque estas têm proporções que ficam fora do nosso alcance.
Porquê apostar no TikTok e não em outras redes sociais?
As redes sociais acabaram por ser todas um pouco iguais e o TikTok distinguiu-se com os vídeos curtos.
Fomos habituados ao YouTube, onde víamos vídeos de 10 minutos e apesar de ter sido giro, atualmente, num minuto, conseguimos ver muitos vídeos e ganhar vários conhecimentos.
É muito mais fácil captar uma audiência através desses vídeos curtos. O TikTok é este poço de criatividade onde aprendemos e nos entretemos.
Ser Tiktoker e digital creator, abriu-te outras portas?
A resposta é um pouco 50/50. Eu diria que sim, abre muitas portas, mas por exemplo, eu gostava de fazer um estágio na área em que estou a tirar a minha formação e ter essa experiência no mercado de trabalho.
Mas poderão haver empresas que sejam mais restritas e não querer uma pessoa que se exponha tanto, que exista muito conhecimento exterior sobre si. Por outro lado, outras empresas podem ver isso como uma mais valia.
Como o ser humano evolui, também a tecnologia evolui. Com isso, evoluem também as profissões. Consideras que ser Tiktoker e Digital Creator, passarão a ser consideradas profissões do futuro?
Acho que sim. Embora seja algo que ainda não está interiorizado a 100% em todas as pessoas, a cada dia que passa, percebe-se que sim e ganha-se consciência disso. Cada vez há muitas pessoas que tiram partido das plataformas digitais e que vivem só das mesmas.
Achas que existem tabus em relação a pessoas que fazem das redes sociais a sua fonte de rendimento?
Sim, isso acontece. Eu percebo o lado do quem “está de fora” e tem um emprego diário de 8 horas, sei que poderá causar alguma revolta. A Internet veio revolucionar os dias de hoje e fez surgir novas “profissões”. Acho que é muito importante sabermos aceitar coisas novas.
Atualmente já é o teu trabalho, mas gostarias que o teu futuro passasse por esta exposição e produção de conteúdos nas redes sociais ou planeias seguir a área profissional que estás a estudar?
Sem dúvida que adorava seguir a área de produção de conteúdos e trabalhar com marcas. Também gostaria de me aventurar noutras áreas, como a moda, a representação, dar voz a uma personagem de um filme!
Tenho imensos sonhos! O curso é mais ou menos o meu Plano B. Adorava, por exemplo, trabalhar com uma agência criativa, com propostas de marcas, com influenciadores e tratar da parte criativa, isto iria deixar-me extremamente feliz!