Digital em Números: A relação simbiótica do Digital com a Educação e o Emprego
O século XXI está marcado por várias inovações e de rápidas mudanças. Estas alterações marcam uma mudança de comportamentos, da forma como nos relacionamos, interagimos ou perspetivamos a sociedade. Com a difusão das televisões, por exemplo, a comunicação em massa ganhou uma nova perspetiva! O que antes era somente feito por meios de jornais físicos, mudou, criando um novo modo de jornalismo.
Este é apenas um dos inúmeros exemplos de mudanças, que as tecnologias nos trouxeram! Toda a sociedade está rodeada de interferências digitais 24 horas por dia, por isso, em especial desde a pandemia e a obrigatoriedade do teletrabalho, as tecnologias massificaram-se no mercado de trabalho, alterando relações profissionais e a organização e funcionalidade das empresas.
Segundo a Fundação José Neves, durante a pandemia, o mercado de trabalho tornou-se mais exigente e aumentou a procura por todo o tipo de competências, sobretudo as digitais. A procura por estas aptidões está associada à intensidade digital das profissões. Por sua vez, o mercado de trabalho demonstrou um maior dinamismo na procura por empregos qualificados e digitais.
Em 2021, 63% das ofertas de emprego pediam competências digitais, em comparação com os 54% em 2019.
Com este crescimento, isto também aumentou a procura por competências mais transversais, como uma boa comunicação, criatividade, adaptabilidade e trabalho de equipa.
Aumentou também a procura por empregos digitais e com maior qualificação. Esta tendência de digitalização foi reforçada durante os períodos de confinamento, pelas maiores taxas de crescimento de ofertas para empregos digitais, caracterizados por uma maior procura por competências digitais.
A recuperação do mercado de trabalho, após a pandemia, implicou uma recomposição da estrutura do emprego. A dinâmica do emprego em setores como o das tecnologias de informação e comunicação, as atividades técnicas e de consultoria e dos serviços financeiros, alterou-se, aumentando de forma sustentada o teletrabalho.
Os dados das ofertas de emprego em 2021 revelam que 87% das ofertas de emprego pediam pelo menos uma competência técnica e 63% pelo menos uma competência digital.
De acordo com o Observatório do Emprego Jovem, os níveis de qualificação da população portuguesa melhoraram muito ao longo das últimas duas décadas, no entanto, o país encontra-se perante uma situação de insuficiência de postos de trabalho qualificados. Neste sentido, uma análise do perfil de especialização do país, em termos do peso relativo dos diferentes setores de emprego, permite identificar as principais transformações em curso. Os setores de serviço mais intensivos em conhecimento, em especial a consultoria e programação informática têm crescido acentuadamente a par com os trabalhadores especializados na área.
Também a educação sofreu alterações com a evolução tecnológica. A educação é um fator fundamental para o desenvolvimento dos cidadãos e do futuro crescimento económico dos países. Por isso é fundamental assegurar os incentivos à educação e garantir que esta acompanha as exigências do mercado de trabalho.
Foi concluído pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência que do ano letivo de 2019/2020 para o ano letivo 2020/2021, o número de computadores nas escolas cresceu de 300.000 mil para quase 600.000 mil.
A evolução da educação tradicional para a digital é cada vez maior, o que se verifica pela elevada utilização de meios tecnológicos durante as aulas, trabalhos práticos e recursos educativos. Esta evolução aliada à adoção de processos mais dinâmicos de aprendizagem, permite soluções interativas, aulas motivadoras e inovadoras. No entanto, ainda é um work in progress, que caminha lado a lado com a digitalização da comunicação, da informação, do comportamento e do emprego.
Segundo a Fundação José Neves, em 2040 é ambicionado, que no parâmetro de “Emprego”, Portugal esteja no Top 10 de países com mais emprego em tecnologia e conhecimento, uma melhoria de 6 posições, face ao ranking de 2021 dos países da UE, com maior peso do emprego intensivo em tecnologia e conhecimento.
No universo tecnológico, as novidades surgem com tanta frequência e as possibilidades são tão diversas que é impossível estabelecer regras e abordagens comuns. O mais importante é que as pessoas, seja em que período for, estejam:
– Predispostas a aprender, a fazer cursos, a estudar novos idiomas para estarem aptas a acompanhar a constante evolução;
– Prontas para mudanças, pois as transformações atualmente são constantes, por isso, é fundamental adaptarem-se a novas situações;
– Aptas a utilizar o digital! Não há que ter medo, vergonha ou desconfiança, este é o futuro!
A relação existente entre o digital, a educação e o mercado de trabalho, pode ser comparada a uma relação simbiótica. A simbiose é definida como uma associação a longo prazo entre dois organismos de espécies diferentes, em que a relação estabelecida é benéfica para ambos. E é isso que se constata, entre o digital, a educação e o mercado de trabalho, esta é uma relação benéfica e já é difícil imaginar um, sem estar associado ao outro.