Estudantes do ensino profissional com poucas vagas para universidades
As universidades vão disponibilizar poucas vagas para os estudantes do ensino profissional, segundo a Direcção-Geral do Ensino Superior.
O acesso ao Ensino Superior para diplomados de vias profissionalizantes através do concurso especial para o efeito decorre pelo terceiro ano consecutivo, mas a maioria das faculdades do litoral não vai abrir vagas, segundo avançou o Jornal de Notícias na passada quinta-feira.
De acordo com dados disponibilizados pela Direcção-Geral do Ensino Superior, apenas 18% dos diplomados de cursos profissionais continuam o seu percurso académico para os estudos superiores, a maioria de pouca duração. A nível nacional são disponibilizados 506 cursos, muitos deles a oferta é de politécnicos, sendo que só sete universidades disponibilizaram vagas.
Entre elas, encontramos a Universidade do Porto que abriu vagas em Ciências da Educação, no ano passado foram sete; o ISCTE com 22 cursos, Escola de Sintra com mais 11 e, em acreditação pela A3ES, estão a do Algarve (com 30), a UTAD (com 25), os Açores (com 17) e a Madeira (com 12).
Alguns alegam atrasos devido à pandemia e outros falam de “um certo preconceito” para com o ensino profissional. O presidente da Comissão de Acesso ao Ensino Superior, Fontainhas Fernandes, disse ao jornal que a solução passa por campanhas de comunicação e informação e “maior articulação entre o Superior e as escolas profissionais”.
O concurso especial para os alunos do ensino profissional é efetuado a nível nacional, através de candidaturas na plataforma da DGES e não diretamente nas universidades, como se constata em relação aos restantes concursos especiais. Esta nova forma de acesso foi elaborada com o objetivo de suprimir as desigualdades no sistema educativo, no que diz respeito aos estudantes que realizam o secundário em regime regular e àqueles que se inscrevem em cursos profissionais.