Casa da Malta de Fernando Namora regressa esta semana às livrarias com uma nova edição da Caminho.
«Eis, então, que sobre o aceno da infância incidia agora uma luz crua e reveladora. Eis o povo. As realidades elementares, mas pungentes, cálidas e verídicas: o trabalho, a servidão, o amor, sentimentos e coisas apreendidos na carne, que resistiram à adulação das palavras.» Fernando Namora
Numa gélida e pobre aldeia do interior vive Abílio, um garoto que ajuda, para sobreviver, o dono da taberna local. Um dia uma troupe de malabaristas de circo, que ganha a vida de terra em terra com as esmolas que recebe dos aldeãos, passa na aldeia. O Abílio apaixona-se pelo toque do cornetim que anuncia o circo, tocado por outro garoto mais ou menos da sua idade, e decide abandonar a aldeia e acompanhar o circo nas suas andanças. A obra percorre várias histórias da localidade e dos seus habitantes, até que o circo vai regressar à aldeia e Abílio pretende ficar na sua aldeia, mas tem vergonha, pois vem mais pobre do que quando partiu. A casa da malta é onde se vão acolher todos os vagabundos e desvalidos que passam por aquela aldeia.
Fernando Namora nasceu em Condeixa a 15 de abril de 1919 e licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra. É no ambiente de Coimbra, sobretudo no meio estudantil, que as suas primeiras obras surgem. É um dos mais destacados criadores do neorrealismo, a que deu uma feição peculiar, sobretudo quando a sua arte absorve, renova, a mais genuína tradição picaresca peninsular ou as experiências da modernidade. Foi galardoado com prémios tão relevantes como o José Lins do Rego, o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia de Ciências de Lisboa, os SOPEM e D. Dinis, entre vários. Foi agraciado com o Grande Oficialato da Ordem de Santiago e com a Grã Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique em 1988. Fernando Namora morreu em 31 de janeiro de 1989.
O livro conta com 128 páginas e vende-se por 15,90 €.