Este foi o único apoio financeiro que encontraram em Portugal?
O IAPMEI foi o primeiro, mas também há outras organizações com quem temos contacto como a AIMMP, a associação com a qual fomos para o Qatar, a própria associação empresarial de Paços de Ferreira, a Móvel Text, uma incubadora local, onde neste momento, são os nossos escritórios. Há uma série de identidades e de fusões de associações com as quais nos fomos aproximando.
Já sabemos como surgiu a MainGUILTY, mas de onde surgiu a dupla Carlos Mello e Luis Leão? Onde é que se conheceram?
Nós conhecemo-nos em trabalho. Trabalhámos juntos numa discoteca local, em Paços de Ferreira e foi aí que nos aproximámos, isto em 2012. Muitas vezes, as pessoas encaram a noite como algo negativo e a realidade é que os excessos e as suas consequências fazem parte, mas também existe o outro lado, existem pessoas a trabalhar na noite com o propósito de alcançar metas mais ambiciosas, este trabalho representa, muitas vezes, um extra para a faculdade, um financiamento para os estudos. Além disso, é ainda uma oportunidade de conhecer outras pessoas, estabelecer novos contactos e criar uma empatia e laços de amizade e confiança, e de facto foi assim que nós nos conhecemos. Ao nosso lado na parte da produção, está uma pessoa que também é o nosso parceiro e que também conhecemos nas mesmas circunstâncias. Até o fotógrafo da discoteca está a trabalhar connosco atualmente! Ou seja, estamos a reconstituir a equipa que trabalhou connosco.
Em termos de formação, ambos são formados em Design?
Não. Eu (Luis Leão) sou formado em Marketing, no ISCAP. E eu (Carlos Mello) sou formado em Design de Produto.
Então a vossa fusão complementa-se na perfeição…
Exatamente, a realidade é mesmo essa. Sendo sinceros, é bastante interessante esta diferença de cursos, de áreas, porque nos complementamos. Se fossemos os dois designers de que modo nos poderíamos complementar? E não é apenas a questão do curso que tirámos, mas também as experiências que tivemos, individualmente, nas nossas diferentes áreas, nos diferentes projetos que realizámos, nas diferentes formas como encaramos a realidade… Todos estes fatores fazem com que tudo o que temos feito tenha tido resultados muito positivos e interessantes. Para além disso, estudámos também em Erasmus, o Carlos esteve em Nápoles, eu (Luis Leão) estive na Eslovénia. Adoramos viajar… Esta vertente cultural, esta ideia de globalização faz-nos encarar Portugal como Paços de Ferreira e é muito interessante, porque cada peça conta uma história, tem um storytelling muito forte e muitas vezes relaciona-se com esta partilha de ideias, na própria criação, são histórias, experiências que tivemos e acaba por acrescentar valor ao que fazemos e criamos.
Daqui a cem anos, de que modo gostariam que a MainGUILTY fosse reconhecida no mercado? Que pegada querem deixar na área da arte e do design?
Acho que os pontos principais é claramente, a arte e o design. Claramente queremos que as nossas peças sejam valorizadas no futuro, intemporais. Que sejam um legado que, basicamente, depois de uma peça ser vendida seja uma peça que passe de pais para filhos, algo icónico, e que com o passar do tempo se torne um legado familiar e acho que a MainGUILTY tem capacidade para isso. Acima de tudo, queremos também trabalhar para nos posicionarmos na parte sensorial, na criação de estímulos. Não é só uma mesa ou uma consola, estamos a falar de estímulos, numa peça que vai criar um estímulo na pessoa, um sentimento e é isso que nos pode distinguir enquanto marca e é aquilo em que nós queremos acreditar, que daqui a 10 anos conseguiremos estar.
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